Por Marli Delucca
Quinta passada, exatos dois dias antes do natal, um incêndio de grandes proporções tirou a vida de muitos animais, bem como as paredes dos barracos dos moradores e dos animais que sobreviveram.
Os animais que sobreviveram, estão sendo cuidados por alguns poucos moradores. Uma dessas moradoras é a D. Maria do Carmo (11- 5704-8616), que auxiliada pela protetora Fátima (11- 9253-9526), estão tentando aplacar a fome e a sede dos animais. Há cães e gatos bem machucados, queimados e com cortes pela fuga pela vida. Há também algumas cadelas e gatas prestes a dar a luz, e filhotes que precisariam ser retirados de lá o mais rápido possível.
Há animais que foram amarrados após o rescaldo do incêndio, e que só hoje 5 dias após o incêndio, receberam, um pouco de água da chuva
Com o incêndio muitas pessoas ficaram sensibilizadas e trouxeram para os moradores, muitas doações, algumas até desperdiçadas. Agora a área que dá acesso a favela está interditada pela defesa civil, e eles estão encaminhando as doações que chegam a uma igreja próxima para triagem, mas a maioria dos animais não recebeu nenhuma ajuda ainda, não comeu e nem bebeu desde quinta-feira.
A protetora Fátima (Família Charles), já esteve no local, e pede que quem quiser colaborar com ração, pode comprar/depositar no Pet Center São João (CNPJ 12.766.392/0001-83), Banco Santander – Agência 0001 – Conta 13-027999- 5, que é o mais próximo do local, para que ela possa retirar a ração, e levar para a favela, mas ela precisa que enviem cópia do comprovante de depósito (pode ser foto com celular) para o e-mail familiacharles@yahoo.com.br.
Alguns moradores relataram a protetora Fátima de que há animais queimados vagando pelos escombros. Se estes forem localizados ela vai precisar de ajuda para poder pegá-los para leva-los a um veterinário.
A Protetora Fátima (11- 9253-9526), pede que se mais protetores pudessem ir ao local, para ajudar os animais entrem em contato com ela que poderá dar mais detalhes ou com a D. Maria do Carmo que mora lá e que precisa da ajuda de todos para ajudar os outros animais (11- 5704-8616).
PARA CENTRALIZAR AS DOAÇÕES (por Cida Candido): acabei de falar com a D. Maria do Carmo, e é para centralizar nela que está com as pessoas e os bichos perambulando pelo barracão onde pessoas e animais estão abrigados. Eles precisam de ração, remédio de pulgas,e vasilhas plásticas para colocarem água e comida pros cães.... Quando for entregar, liga pra ela que irá receber... fone 5704-8616 e a entrega é no Barracão da Leandro de Itaquera, R. Dr. Elias Chaves, 20 - Campos Elíseos.
Bombeiros resgatam cerca de 20 animais em incêndio na favela
Cerca de 20 animais, entre cães e gatos, foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros durante o incêndio que atingiu a favela do Moinho, região central de São Paulo, na quinta-feira (22). Até a tarde desta sexta, os bombeiros haviam encontrado dez corpos de animais, que não conseguiram fugir e morreram queimados.
Moradores lamentavam a perda dos seus animais enquanto os bombeiros tentavam conter o fogo na tarde de ontem. Marina Aparecida Meneses, 56, disse que o fogo se alastrou muito rápido no prédio onde ela morava. Ela foi uma das 11 pessoas resgatadas pelo helicóptero da Polícia Milita.
"Eu não sabia se pegava o gatinho que estava dormindo na minha cama ou se pegava meus documentos. O gatinho ficou, acho que morreu. Um minuto que você vai salvar alguma coisa, você pode morrer", disse.
A auxiliar de limpeza Maria Aparecida Novais, 50, abandonou o trabalho após ver na televisão que o edifício onde morava estava em chamas. "Eu estava no meu trabalho e quando cheguei aqui tudo já estava tomado pelo fogo. Perdi tudo tudo tudo! Meus quatro gatinhos morreram também. Não pude socorrê-los", contou, chorando.
Dez viaturas e 34 bombeiros estavam esta manhã na favela e continuam o trabalho de rescaldo e inspeção hoje.
A Defesa Civil mantém a área da linha férrea interditada e seu entorno devido ao risco de desabamento do prédio atingido pelo incêndio.
INCÊNDIO
A favela do bairro Campos Elíseos fica próxima ao viaduto Engenheiro Orlando Murgel, que liga as avenidas Rudge e Rio Branco. O fogo começou antes das 10h e só foi controlado pelos bombeiros cerca de três horas depois.
Uma grande quantidade de fumaça se espalhou pela região e pôde ser vista até do aeroporto de Congonhas, a 15 km de distância. Foram usados 40 veículos no combate às chamas, com cerca de 200 mil litros de água.O vento forte e o material inflamável dos barracos espalharam o fogo, que atingiu área de 6.000 m2. A fumaça podia ser vista a 15 km de distância, de Congonhas.
Ao todo, 120 homens foram mobilizados. Helicópteros da Polícia Militar resgataram 11 pessoas ilhadas pelas chamas e as levaram até a quadra de uma escola próxima. Segundo os bombeiros, três pessoas ficaram feridas e foram levadas para hospitais. Dois corpos foram encontrados no edifício atingido.
Um bombeiro também ficou ferido quando uma TV caiu em cima de sua cabeça, ao inspecionar um barraco que não era atingida pelo fogo. Ele foi levado para o Hospital da Clínicas.
A Defesa Civil municipal afirma que metade da favela foi consumida pelo fogo, mas o Corpo de Bombeiros diz que um terço dos barracos queimaram. Segundo o comandante Luiz Humberto Navarro, a área atingida pelo fogo foi de 6.000 m².
A favela do Moinho tem dois tipos de ocupação: uma, de barracos no chão; outra, de habitações precárias instaladas dentro do prédio abandonado do Moinho Matarazzo.
Fonte: Folha