Centenas de pessoas fizeram doações ao homem que cedeu o único cobertor a seu melhor amigo; o cão Skafi de 10 anos, que fica durante o dia no Calçadão de São José do Rio Preto. “Eu não sei como posso agradecer a todos os que me ajudaram e ajudaram o meu companheiro. Tudo o que é meu é dele também. Se eu tenho um pão, metade é minha e a outra é dele. Eu dei a minha coberta pra ele, porque eu sei que ele também sente frio”.
O analista contábil Roberto Prota, 50 anos, foi uma das pessoas que colaboraram com Luís. “A história de amor dele com o cachorro me sensibilizou demais e por isso eu vim conhecê-lo. Me emocionei muito com a história e dei uma pequena ajuda ao homem que ama os animais”, diz Prota. Luís Carlos tem um sonho. Quer se aposentar. Um acidente de trabalho há seis anos tirou dele a capacidade de trabalhar. Desde então, ele vive das doações. Ele é separado da mulher há mais de 10 anos, tem dois filhos, mas também diz não saber onde eles estão.
“Meu maior sonho é sair dessa vida e não depender de ninguém. Quero ganhar o meu salário, dignamente e continuar cuidando dos meus cachorros”, afirma Luís, que além de Skafi (ele diz faz questão de dizer que essa é a grafia correta), também cuida da cadela Lilica, uma pit bull.
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Luís afirmou que ontem não levou Skafi para o calçadão de novo porque o animal estava com frio. “Deixei ele em casa hoje descansando. Tá muito frio pra trazer o coitadinho”, contou Luís, que deixa os dois cães na est}ancia São Pedro, prolongamento da avenida Mirassolândia, zona norte.
Sorridente e de cabelos e barba feitos, o morador de rua Luís Carlos Maciel Santana, 53 anos, saiu do anonimato por sua atitude, mostrada em foto publicada quarta-feira pelo Diário da Região: pegou seu único cobertor e protegeu o fiel companheiro Skafi, um pit bull de 10 anos, na noite mais fria do ano na cidade, a última terça-feira, quando os termômetros marcaram 11 graus.
A partir da imagem feita pelo fotógrafo Hamilton Pavam e publicada na quarta-feira no jornal impresso e no Diarioweb, a vida dele mudou.
Luís Carlos não é o único. Nas ruas de Rio Preto, são muitos os que vivem em condições semelhantes a dele. E é pensando neles que o Diário da Região convida a comunidade rio-pretense a dar início a uma "corrente do bem", seja ajudando um morador de rua ou colaborando com alguma entidade da cidade.
Um prato de comida, um agasalho ou cobertor, um corte de cabelo... pequenos gestos podem promover grandes mudanças e quem os pratica ganha em troca a alegria e o carinho de quem é ajudado, além da satisfação de poder promover o amor ao próximo.
Mesmo sem muitas condições, Luís Carlos preocupou-se com o bem-estar de seu companheiro cachorro. E cada pessoa, dentro de suas condições, também pode ajudar alguém que está próximo.