Gatos que viviam nas ruas de Paris foram “recrutados” para o programa espacial francês. O CERMA (Centre d'Etudes et de Recherches de Médecine Aérospatiale) efetuou uma série de experiências médico-biológicas de 1963 a 1967 utilizando gatos e ratos.
Os franceses foram os únicos a usar gatos. No início de 1960, o governo francês submeteram os gatos aos testes iniciais. Os gatos foram condicionados a viver em espaços pequenos e fechados - em outras palavras amarrados em caixas com apenas suas cabeças expostas. Eles tinham eletrodos implantados em seus cérebros para medir os impulsos neurais. Os gatos eram colocados dentro de roupas espaciais especiais que monitoravam os sinais vitais e foram subjugados a uma bateria de testes destinados a simular as condições de lançamento e reentrada.
Estes testes teriam incluído períodos bastante dolorosos em câmaras de compressão, centrífugas e lançadas por foguetes trenós. Dos originais dez gatos, alguns parecem muito abalados, enquanto outros, aparentemente ficaram muito obesos (sem dúvida de tédio devido ao confinamento), tornando-os impróprios para a missão.
Os eletrodos cirurgicamente implantados em seu cérebro transmitiriam os impulsos neurológicos durante o voo. Todos os lançamentos partiram de Hammaguir, na Argélia.
A França planejava lançar um gato malhado macho apelidado de Felix para o espaço em 18 de outubro de 1963.
Félix era aparentemente um gato de rua parisiense, embora o relatório oficial escrito dizia que os gatos foram comprados pelo Governo francês de um comerciante, que provavelmente os pegou em um abrigo de animais.
No dia do lançamento, Felix (fazendo jus ao seu nome, que significa "sorte") conseguiu escapar. Seu substituto foi uma gata em preto-e-branco Félicette.
Como os outros felinos recrutados, a gata Félicette (tradução Felicidade), teve o crânio aberto e eletrodos implantados para que sua atividade cerebral fosse registrada durante todo o voo espacial, lançada em 18 de Outubro de 1963, na base de foguetes no deserto do Saara Argelino. Ela então passou a ser o único felino que até hoje foi ao espaço em um voo sub-orbital.
Sua cápsula espacial separou-se do foguete e desceu de pára-quedas. Félicette retornou à Terra viva e foi recuperada em segurança. No entanto, o martírio de Félicette não foi reconhecido como deveria. Os selos comemorativos de sua façanha emitidos pelo Níger, Chade e Comores, têm em comum o mesmo erro: a imagem de Félix o gato que fugiu é a que é celebrada, e não a de Félicette! E também não se sabe o que aconteceu com Félicitte depois disso. Talvez os cientistas franceses tenham dado a ela o mesmo final que deram a Hector o primeiro rato enviado ao espaço.
Com o sucesso de Félicette, que regressou em segurança, os franceses decidiram por um novo voo com um outro gato, mas dessa vez o felino esgotou todas as suas vidas. Sem ter o nome registrado na história, o felino foi lançado em 24 de outubro do mesmo ano.
O foguete explodiu no ar e seu passageiro não sobreviveu.
Desde então, nenhuma outra nação tem enviado gatos no espaço. Com exceção dos rumores que o Brasil pretendia enviar o Gato Flamengo ao espaço.
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