(Vídeo) O presidente da Rede Europeia de Segurança - denuncia que a Diretiva Europeia de Biossegurança, emitida há quatro anos, "não está corretamente implementada na Espanha".
O governo espanhol que anunciou ter sacrificado o cão Escálibur, disse que os veterinários do Laboratório de Segurança Biológica e da Universidade de Veterinária de Madrid realizaram o procedimento.
O veterinário Javier Rodríguez, disse em um comunicado que o animal estava sedado durante o procedimento e que não sofreu. Em seguida, disse que o cão foi "colocado em um dispositivo de biossegurança selado e transferido para incineração em uma instalação de eliminação autorizada."
Denúncias
No final de semana antes da auxiliar de enfermagem María Teresa Romero Ramos, a mãe-humana do cão Escálibur adoecer, denúncias haviam sido apresentadas no Conselho Geral de Enfermaria, que apontavam vários problemas de segurança - que não cumprem os protocolos internacionais que detalham os procedimentos a adotar com o pessoal.
O sindicato indicou que o material usado na aplicação às duas vítimas mortais não respeita "os valores de prevenção definidos pela OMS", já que os protocolos definem o uso de um uniforme de nível 4 (completamente impermeável e com respiração autónoma) quando no Carlos III se usa apenas um de nível 2. Além de problemas com os protocolos em vigor desde agosto, para o caso de Ebola, González Jurado - que é também presidente da Rede Europeia de Segurança - denuncia que a Diretiva Europeia de Biossegurança, emitida há quatro anos, "não está corretamente implementada em Espanha".
"Apesar dos três anos de prazo dado para aplicar as diretrizes, quase quatro anos depois a Espanha continua a fazer as coisas mal ou de forma desigual", sustentou.
A Espanha que já vem enfrentando uma crise financeira, teria reduzido gastos com os equipamentos de segurança e por conseguinte não concordou em manter o cão Excálibur pelos mesmos motivos. A epidemia de Ebola está se alastrando não só pelo vírus, mas está se transformando também em uma crise financeira global.
A Natureza se vingando dos Seres Humanos
Gripe aviária, gripe suína, aids, febre amarela e ebola são doenças com algo em comum. Todas são causadas por vírus que afetam animais e, um dia, passaram a infectar o homem. As razões para isso estão relacionadas com a velocidade frenética com que estamos destruindo as selvas e florestas e corrompendo os ecossistemas. Da degradação ambiental, as mudanças climáticas são alguns dos fatores que desempenham um papel muito mais decisivo no desencadear de surtos mortais de doenças.
O desmatamento e o desenvolvimento diminuem as margens entre a civilização e as regiões que antes eram inacessíveis, assim as doenças terão mais oportunidades de transmissão para os seres humanos.
Até certo ponto, estamos interagindo com animais selvagens e corrompendo os ecossistemas que habitam. Claro que os humanos sempre destruíram a vida selvagem e corromperam ecossistemas, através da deflorestação, da conversão de habitats em terras cultivadas, criando gado em paisagens selvagens, levando espécies únicas à extinção, introduzindo exóticos. Agora que somos sete bilhões no planeta, com melhores ferramentas, mais fome, melhor mobilidade, estamos entrando em lugares selvagens como nunca aconteceu e uma das coisas que lá encontramos são… infecções novas. Depois de ‘adquirirmos’ uma nova infecção, a possibilidade de se espalhar globalmente é maior do que nunca.
Existem ações que podem ser tomadas, como a preservação das espécies e de seus habitats, para combater o que criamos com nossa destruição. Compete-nos relembrar que também somos animais, inter-relacionados com todos os outros organismos terrestres através do planeta que partilhamos.
O planeta é a nossa casa, mas não é apenas a nossa. Temos de ser sábios e zelar com mais respeito pela natureza e pelos animais não-humanos, e considerar que a cada animal extinto, a cada floresta exterminada estamos exterminado a própria espécie humana.
O último latido do cão Excálibur
Em resposta aos gritos dos manifestantes; “Excálibur, você não está sozinho”, o cão que observava da varanda respondeu. Foram seus últimos latidos, e a última vez que foi visto pelo mundo com vida, veja no vídeo abaixo.