Stephen Hawking uma das mentes mais brilhantes do nosso tempo, além de concordar que os animais tem consciência, também pode ser usado como modelo, com o que acontece aos animais quando a consciência destes é infeliz.
O físico que ficou mundialmente conhecido no meio científico por seu pioneirismo no estudo dos buracos negros e do Big Bang e fez fama em todo o mundo por seus populares livros sobre ciência para leigos e por sua história de vida devido a doença que lhe tirou os movimentos do corpo, é um dos cientistas que assinou o manifesto conhecido como a ‘Declaração de Cambridge’, que mostrou as evidências que os seres animais apresentam estados mentais, sentimentos, ações intencionais e inteligência".
O tema da consciência animal ficou envolvido em uma série de dificuldades, simplesmente pelo fato de não expressarem a linguagem humana, e que não poderiam nos contar sobre as suas experiências. Além disso, a negação por parte de grande parte da comunidade cientifica de que um animal não tem consciência é interpretado como que ele não se sente, e que sua vida não tem valor, e que prejudicá-lo não é moralmente errado.
Entretanto além de ser uma das mentes que mais fascinam o mundo atual, Stephen Hawking, é também um mistério para a medicina, aos 21 anos, foi diagnosticado com uma agressiva doença neurodegenerativa. E as pessoas diagnosticadas com esta doença, uma forma atípica de esclerose lateral amiotrófica, morrem em média 14 meses após o diagnóstico, enquanto que o físico continua vivo há mais de 70 anos.
Em 1985, ele perdeu a fala devido a uma traqueostomia. Um especialista em computadores criou então um método, que fez com que ele conseguisse escolher letras em uma tela simplesmente piscando um olho, e um sintetizador de voz reproduzia a fala do físico. Mas a progressão da doença fez com que pouco a pouco ele perdesse a capacidade de movimentar os poucos músculos da face que ainda comandava, mas que foi salva graças ao iBrain, um aparelho, que lê as ondas cerebrais sem a necessidade de eletrodos ou cabos.
iBrain, foi criado por Philip Low e e com a ajuda de Hawking desenvolveu o scanner cerebral. Hawking e Low descreveram a forma como o físico aprendeu a criar padrões de impulsos imaginando que estava a mexer as mãos e os membros. A tecnologia reconhece a atividade cerebral e a transforma em palavras. Além de permitir que o físico continue a falar, poderia também permitir que as pessoas em coma, pudessem ser melhor interpretadas dependendo das suas respostas neuronais.
E foi durante a primeira conferência em memoria de Francis Crick, dedicada ao tema "A consciência em humanos e animais não-humanos", que Stephen Hawking, Philip Low, e outros neurocientistas cognitivos , neurofarmacologistas , neurofisiologistas , neuroanatomistas e neurocientistas computacionais, assinaram um manifesto afirmando os animais, como pássaros, macacos, elefantes, golfinhos, polvos, cães e gatos, e outros, possuem consciência, assim como os seres humanos. Foi a primeira vez que um grupo de especialistas da área se reuniu para emitir um comunicado formal admitindo que os seres humanos não são os únicos a gozarem de consciência.
Em humanos, a consciência tem sido definida como: sensibilidade , consciência , subjetividade , a capacidade de experimentar ou sentir , a vigília , ter um senso de individualidade , e do sistema de controle executivo da mente. Apesar da dificuldade de definição, ser consciente tem várias interpretações e outras tantas implicações. Se reconhecer diante de um espelho é uma delas. Atingir a fase REM durante o sono também é um pressuposto de consciência: é nesse período que nossos sonhos ficam mais vívidos e fáceis de lembrar. Essas tantas definições já foram observadas em inúmeras espécies de animais.
"Está na hora de tirarmos novas conclusões usando os novos dados a que a ciência tem acesso." Para Philip Low, a Declaração de Cambridge foi apontada diretamente contra o preconceito sobre os não-humanos. "O termo 'animal' é simplesmente uma desculpa para não olhar para algo", argumenta Low, citando a eugenia, a frenologia e o racismo "científico", como subprodutos da tendência a elevar os seres humanos - especialmente certos humanos - em relação a outros seres. Alguns cientistas criticaram Low por não consultar com mais colegas antes de emitir a declaração. "E Descartes consultou alguém antes de fazer sua declaração?" (René Descartes, era um filósofo francês do século 17, o pai de uma cruel teoria. Alegou que só os humanos são conscientes – e deixou uma duradoura má-influência com a sua opinião de que os animais eram "máquinas" sem alma).
O "Cientificismo", assume que tudo o que há, deve ser compreensível pelo emprego de teorias científicas como as que temos desenvolvido até agora - física e biologia evolutiva são os paradigmas atuais – devemos aceitar que os animais são seres auto-conscientes e têm emoções ", afirmou Philip Low.
A noção de que os animais pensam e sentem pode ser comum entre os defensores dos animais, mas é um assunto desconfortável no meio científico. "Se você perguntar a meus colegas se os animais têm emoções e pensamentos", diz Philip Low, muitos vão rir ou simplesmente mudar de assunto. Eles não querem pensar nisso. "Jaak Panksepp, professor da Universidade do Estado de Washington, que estudou as respostas emocionais de ratos, disse "você não podia nem falar sobre essas coisas com os colegas".
Isso pode estar mudando. A profusão de estudos recentes tem mostrado que os animais estão muito mais perto de nós do que se acreditava anteriormente - golfinhos e elefantes se reconhecem em espelhos , chimpanzés são altruístas pois apoiam outros chimpanzés sem esperar favores em troca e cães realmente se sentem eufóricos quando seus tutores aparecem depois de um dia de trabalho.
Ele afirmou que os mamíferos, aves e outras criaturas, possuem consciência e emoções e auto-consciência. Os cientistas, como regra, não emitem declarações. Mas Low afirma que a nova pesquisa, aliada ao mau-humor que gerou entre outros cientistas , exigiu um gesto enfático. "Depois disso, uma neuroanatomista eminente veio até mim e disse: 'Nós estávamos todos a pensar nisso, mas tínhamos medo de dizer isso", " lembrou Low.
E o que poucos leigos souberam foi o fato da Declaração de Cambridge ter sido proclamada durante a 1a. conferencia em memória de Francis Crick - que foi o co-descobridor da molécula de DNA e abriu caminho para uma revolução na biologia e na medicina. Mas dez anos antes de sua morte, ele estava obcecado por uma ideia que lhe parecia ainda mais extraordinária do que a transmissão bioquímica dos caracteres hereditários, seu livro ‘A Hipótese Espantosa: a Ciência em Busca da Alma’, ele colocou a hipótese de que o cérebro humano não é apenas a sede da alma, do intelecto e dos sentidos, como já sugerira o grego Hipócrates 400 anos antes do nascimento de Cristo. O cérebro é a alma. E a alma é um ser vivo, dotado de razão e livre-arbítrio.
A medicina tradicional não conseguiu explicar porque Stephen , ultrapassou em muito a expectativa de vida de seu corpo com a doença degenerativa – o fato dele conseguir se expressar, de se comunicar e de ser feliz mesmo estando com um corpo paralisado não foi levado em consideração da mesma forma que não levado em consideração que os animais que são confinados em jaulas, e que não conseguem expressar seus instintos, não conseguem se comunicar com outros de sua espécie, e não são felizes, e desenvolvem comportamentos estereotipados que jamais são observados na natureza. "Um animal na natureza não pode dar ao luxo de ficar deprimido. Ele vai simplesmente ser morto ou morrer de fome, uma vez que seu ambiente requer vigilância constante. "
A Declaração de Cambridge sobre a ‘Consciência em Animais Não Humanos’ foi proclamada publicamente em 7 de julho de 2012, em Cambridge, Reino Unido.
No entanto, devemos aplaudir os cientistas pelo manifesto a favor dos animais, mesmo que a declaração não seja aceita por outros cientistas. Antes de emitir a declaração, Low disse: "Chegamos a um consenso de que agora talvez fosse a hora de fazer uma declaração para o público ... Pode ser óbvio para toda as pessoas nesta sala que os animais têm consciência, mas isso não é óbvio para o resto do mundo ".
A Declaração de Cambridge deverá ser usada para proteger os animais, para que sejam tratados de forma menos abusiva e desumana.
Mas ainda há céticos científicos sobre a consciência animal. Um dos mais cruéis cientistas da atualidade que por um acaso é brasileiro, e que já abriu, dissecou e matou milhares de animais com suas pesquisas no estudo das neuropróteses, e interfaces cérebro-máquina, já conseguiu que um macaco movesse remotamente um braço robótico usando apenas comandos neuronais, um prova cruel de que os animais falam, mas nem todos conseguem ouvir.
Agora que os cientistas tardiamente declararam que os mamíferos, aves e muitos outros animais são conscientes e sencientes, é o momento para a sociedade a agir (Senciência é a "capacidade de sofrer ou sentir prazer ou felicidade").