22 de jan. de 2015
Nova resolução dá força na luta contra a venda de Animais
Gaiolas e vitrines vazias. Por causa da Resolução nº 1069/14, alguns pet shops decidiram retirar os animais da vitrine. Foi o que aconteceu em uma loja do bairro do limão em São Paulo.
A Resolução que tem poder de Lei, e que proíbe a exposição e venda de animais em vitrines e gaiolas, e que tem sido destaque na imprensa nacional nos últimos dias, está sendo alvo de uma polêmica nas redes sociais. Criada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), no uso das atribuições conferidas pelo artigo 16, "f", da Lei 5.517, de 23 de outubro de 1968, vem sendo deturpada e combatida pelos interessados em perpetuar o cruel mercado de vidas.
Animais sobrevivendo em gaiolas apertadas ou em vitrines sem água ou comida. Bichos de diferentes espécies sendo obrigados a compartilhar o mesmo espaço. Cães, gatos, pássaros e coelhos – “Presa e predador lado a lado”. A grande maioria nunca viu a luz do dia.
A proibição de que os pet shops e outros estabelecimentos comerciais, de deixarem expostos em gaiolas e vitrine de qualquer espécie de animais de estimação a venda, foi publicada no Diário Oficial da União, e está em vigor desde quinta-feira (15).
A determinação que todos os pet shops deveriam ter um veterinário responsável já existia. A resolução de manter veterinários diariamente nos locais, já era regulamentado por lei federal, mas nem sempre era cumprida. A regulamentação dará força à lei, e ao veterinário que deverá desempenhar seu papel com mais firmeza.
Castração Imunização e Proibição Contato Pessoas-Animais
A restrição imposta pela resolução do acesso direto da população aos animais disponíveis para comercialização, aliada a relação dos itens descritos nos incisos do Artigo 5º, pelo órgão regulador - é determinante para a retirada dos animais das atuais gaiolas e vitrines vistas nos estabelecimentos brasileiros. "Há casos em que vários animais são alojados em espaços pequenos, sem cama para deitar nem água suficiente para beber, sem alimentação adequada. É bom lembrar que situações de maus-tratos não são apenas um ato doloso, mas também culposo", explica o presidente do CFMV, o médico veterinário Benedito Fortes de Arruda.
Outro ponto importante da Resolução 1069/2014, é que os animais a serem comercializados estejam vacinados, de acordo com os programas de imunização", afirma, o secretário-geral do CFMV, o médico veterinário Marcello Roza.
A castração citada no inciso III do Artigo 11, está ligada ao fato de que muitos municípios brasileiros tem legislação sobre o tema, que é o caso da cidade de São Paulo.
A Lei nº 14483 de 16 de julho de 2007, de autoria de Roberto Tripoli, no capítulo IV - DO COMÉRCIO DE ANIMAIS REALIZADO POR CANIS E GATIS, existe a obrigação da esterilização (castração) e da microchipagem.
Art. 18. Os canis e gatis estabelecidos no município de São Paulo somente podem comercializar, permutar ou doar animais microchipados e esterilizados.
§ 1º Os animais somente podem ser comercializados, permutados ou doados após o prazo de 60 (sessenta) dias de vida, que corresponde ao período mínimo de desmame.
Os efeitos da aplicação da resolução, é a diminuição dos animais a venda, bem como das compras por impulso. Com o cadastro dos compradores, será possível identificar e punir as pessoas que compram animais, que depois são abandonados, caso recorrente quando estes são utilizados para serem dados de presentes em datas comemorativas, como a Páscoa, Natal ou aniversários e outros.A íntegra da Resolução nº 1069/14, pode ser lida no portal da Imprensa Nacional. Abaixo listo alguns destaques da normativa:
Art. 2º Para efeito desta Resolução, entende-se por estabelecimentos comerciais aqueles que expõem, mantêm, promovem cuidados de higiene e estética, vendem ou doem animais.
Parágrafo único. Observado o disposto na Resolução CFMV nº 878, de 2008, ou outra que a altere ou substitua, os estabelecimentos comerciais devem estar devidamente registrados no sistema CFMV/CRMVs e manter um médico veterinário como responsável técnico.
Art. 4º Os grupos taxonômicos aos quais se refere esta Resolução são mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes.
VIII - possuam espaço suficiente para os animais se movimentarem, de acordo com as suas necessidades;
IX - sejam providas de enriquecimento ambiental efetivo de acordo com a espécie alojada.
Art. 5º O responsável técnico deve assegurar que as instalações e locais de manutenção dos animais:
I - proporcionem um ambiente livre de excesso de barulho, com luminosidade adequada, livre de poluição e protegido contra intempéries ou situações que causem estresse aos animais;
II - garantam conforto, segurança, higiene e ambiente saudável;
III - possuam proteção contra corrente de ar excessiva e mantenham temperatura e umidade adequadas;
IV - sejam seguras, minimizando o risco de acidentes e incidentes e de fuga;
V - possuam plano de evacuação rápida do ambiente em caso de emergência, seguindo normas específicas;
VI - permitam fácil acesso à água e alimentos e sejam de fácil higienização;
VII - permitam a alocação dos animais por idade, sexo, espécie, temperamento e necessidades;
VIII - possuam espaço suficiente para os animais se movimentarem, de acordo com as suas necessidades;
IX - sejam providas de sejam providas de enriquecimento ambiental efetivo de acordo com a espécie alojada.
Art. 8º - Com relação à venda ou doação de animais, o responsável técnico deve:
II - orientar o estabelecimento quanto à necessidade de formalização de termo de contrato de compra e venda ou doação;
V - disponibilizar a carteira de imunização emitida por Médico Veterinário, conforme artigo 4º da Resolução CFMV nº 844, de 2006,
ou outra que altere ou substitua, com detalhes de datas e prazos;
VI - orientar para que se previna o acesso direto aos animais em exposição, ficando o contato restrito a situações de venda iminente;
IX - não permitir a venda ou doação de fêmeas gestantes e de
animais que tenham sido submetidos a procedimentos proibidos pelo
CFMV.
Art. 11. Sem prejuízo das obrigações e deveres contidos nos manuais de responsabilidade técnica dos CRMVs, o responsável técnico fica obrigado a comunicar formalmente ao estabelecimento as irregularidades identificadas e as respectivas orientações saneadoras.
III - cuidados veterinários e castração;
Segundo a Resolução nº 1069/14, o responsável técnico do estabelecimento é o veterinário, e caberá a ele assegurar o cumprimento das diretrizes, e se ele não comprovar que está tomando medidas para corrigir o que está errado acaba sendo conivente com a situação, além de responder por infração ética e se sujeitarem a processos ético-profissionais. Aqueles que não cumprirem tais determinações (veterinário e proprietário), estão sujeitos ao pagamento da multa variável entre R$ 3 mil e R$ 24 mil.
Mas uma das novidades da regulamentação é a forma de punição do médico veterinário. Antes, o profissional poderia ganhar uma advertência, ser suspenso, ou em casos extremos, ter o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Com a regulamentação, o veterinário também poderá ser enquadrado judicialmente por maus tratos, com pena restritiva de direito de 3 meses a um ano.
Será necessária uma fiscalização ostensiva por parte dos Conselhos Regionais, mas as possíveis punições não soam como ameaça, e sim, como triagem em um mercado tão concorrido. As denúncias devem ser feitas ao CFMV.
Os pet shops irão se adequar à norma, e os profissionais e estabelecimentos que trabalham de forma correta irão se solidificar no mercado. Com o tempo, os maus profissionais não ficarão nessa área, e isso representa mais segurança e qualidade dos serviços, além de mais tranquilidade para os tutores de animais.
Veja abaixo os títulos publicados nos últimos dias, pelos grandes veículos de comunicação brasileiros relacionados a Resolução nº 1.069/14.
=> Pet shops não podem mais expor animais em vitrines e gaiolas (Estadão)
=> Lei proíbe exposição e venda de animais em vitrines e gaiolas (G1)
=> Proibida a exposição e venda de animais em vitrines e gaiolas (OAB)
=> Resolução impede contato direto de público com animais em pet shops (Tv Globo)
=> Publicadas regras para comércio e exposição de animais (Brasil.Gov)
=> PET SHOPS NÃO PODEM MAIS EXPOR ANIMAIS EM VITRINES E GAIOLAS (Revista Época)
=> Nova lei proíbe exposição de animais em pet shops (SRZD)
=> Fiscalização do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Sindilojas)
13 de dez. de 2014
Cachorro participa de missa deitado no Presépio da matriz de Bom Jesus/RS
Segundo o pároco, padre Luiz Primachik, ele recém havia montado o presépio, no interior da igreja, quando o cãozinho entrou no local.
Inicialmente ele foi mandado para fora por uma pessoa que estava na igreja, mas, em seguida, voltou e foi deitar-se junto aos pés do menino Jesus.
O padre contou ao site Pioneiro, que o animal, que aparentava estar deprimido, acompanhou toda a missa e, quando a cerimônia terminou, levantou e foi embora aparentando estar mais contente, e o cãozinho não foi mais visto. A foto do cão no presépio é de Valderez Grazziotin Rocha.
— O primeiro presépio foi criado por São Francisco de Assis, protetor dos animais, na cidade de Greccio, na Itália. Fiquei feliz! Deus se manifesta nas pequenas coisas do nosso cotidiano.
Em novembro 126 cães e três gatos morreram envenenados na cidade. Quatro funcionários da prefeitura flagrados por câmeras de segurança foram indiciados.
Leia também
15 de out. de 2014
Dia do Professor–15 de Outubro
O projeto Segunda Chance tem chamado a atenção não apenas dos que desejam adotar. Este ano, o Centro de Zoonoses de Cubatão recebeu uma visita muito especial de Benhar Flinks, chefe da unidade de polícia com cães da Alemanha. Flinks ficou encantado com a ideia e com as instalações do local, que conta com solário e espaço para correr.
26 de set. de 2014
Dia Nacional do Surdo
“O amor é uma linguagem que o surdo consegue ouvir”. #PensamentoAnimal
Silvia Rodrigues Coelho, é deficiente auditiva, e viu um anúncio de doação do animal na rede social, e se interessou em adotá-la. Foi então que recebeu a informação de que se tratava de uma adoção especial; a Pit Bull era surda.
Para Luiz, a relação da esposa com a cadela é considerada a prova de que nada é impossível para os seres humanos e para os animais. “Foi um presente surpreendente que construiu na base da paciência e isento de qualquer preconceito”, afirma.
“Aos poucos, as duas foram se conhecendo e se entendendo. Hoje em dia, a pit bull obedece só aos comandos da Silvia com o uso de sinais. É uma relação única, composta de muito carinho e paciência. É como se a cadela entendesse que a Silvia possui a mesma deficiência que ela”, relata o marido.
O companheiro de Silvia contou ao G1, que a relação da esposa com a cadela teve início em uma página de adoção de animais abandonados em uma rede social, há cerca de um ano e meio. Silvia viu a pit bull de cor branca à espera de uma família, mas ao ser informada de que a cadela tinha problemas auditivos, despertou a vontade de adotá-la.
“Foi tudo muito inesperado e surpreendente encontrar uma cadela surda. Mas a Silvia não descansou até conseguir a adoção. Eu acho que foi uma das melhores decisões que tomamos”, comenta.
Juntas há 1 ano e meio, a cadela aprendeu a linguagem de sinais e obedece a todos os comandos que lhe são dados.
Ao trazê-la para casa, Luiz conta que o animal estava um pouco assustado, mas Silvia se prontificou a ensinar a linguagem de sinais para a pit bull, que aprendeu comandos básicos, como sentar, sair da sala, não morder, não fazer xixi em determinados locais, entre outros, contribuindo com a convivência entre a família e a cadela.
A Comunidade Surda Brasileira comemora em 26 de setembro, o Dia Nacional do Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania.
A Federação Mundial dos Surdos já celebra o Dia do Surdo internacionalmente a cada 30 de setembro. No Brasil, o dia 26 de setembro é celebrado devido ao fato desta data lembrar a inauguração da primeira escola para Surdos no país em 1857, com o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual INES‐Instituto Nacional de Educação de Surdos.
24 de set. de 2014
Dia da Árvore - Comemorar o que?
As obras da prefeitura de São Paulo para o Corredor Berrini com uma extensão de 3,3 km, já mataram dezenas de árvores. Em meio à seca que assola São Paulo, a umidade média do ar chega a ficar em 23,4%, mas o índice já chegou aos 19,3%.
O calor também ajudou na queda da umidade do ar. De acordo com dados da prefeitura, a média de temperatura em São Paulo foi de 27,7°C. O tempo seco aumenta a poluição porque dificulta a dispersão dos poluentes. Isso pode, inclusive, causar complicações alérgicas e respiratórias.
Mas nenhum desses dados, parece importar aos gestores, que parecen ter desaprendido noções básicas do primário; já que não exitam em destruir e matar as poucas árvores que ainda resistem na capital do estado.
Isso sem contar que essa semana durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas, a 'Declaração de Nova York sobre Florestas', foi assinada por um total de 30 países; MENOS O BRASIL!
A 'Declaração de Nova York sobre Florestas' é uma espécie de cartas de intenções anterior a um tratado internacional, que começaria a vigorar a partir do ano que vem. Uma vez implementado, cortaria a emissão anual de gás carbônico (CO2) entre 4,5 e 8,8 bilhões de toneladas.
As árvores e o nosso clima
As árvores afetam o nosso tempo e, com isso, o nosso clima, de três maneiras básicas: reduzindo a temperatura, reduzindo o uso de energia e reduzindo ou removendo os poluentes do ar. Cada parte de uma árvore, das folhas às raízes, contribui para o controle do clima.
As folhas ajudam a reduzir a temperatura. Elas refrigeram o ar por meio de um processo conhecido como evapotranspiração, que é a combinação de dois processos simultâneos: evaporação e transpiração (ambos liberam umidade no ar). Durante a evaporação, a água é convertida de líquido em vapor e evapora da terra, dos lagos, dos rios e até mesmo de pavimentos. Durante a transpiração, a água atraída da terra pelas raízes evapora das árvores.
O processo pode ser invisível aos nossos olhos, mas um carvalho de grande porte pode transpirar 150 mil litros de água para a atmosfera a cada ano [fonte: USGS (em inglês)].
Evapotranspiração
Esse sistema externo de condicionamento de ar que as árvores fornecem reduz o consumo de energia em casa ou no escritório. A sombra fornecida por árvores decíduas plantadas de maneira adequada refrigera edifícios nos meses de frio, permite que os raios quentes do Sol brilhem por entre seus galhos no inverno e também protege os edifícios contra ventos frios. Com algum planejamento, árvores plantadas em ambiente urbano podem ajudar a minimizar o efeito de ilha de calorque aflige muitas cidades.
As ilhas de calor são cidades que muitas vezes apresentam temperatura alguns graus mais elevada que a de seus subúrbios porque as áreas urbanizadas geram e aprisionam calor. Estudos sobre Atlanta constataram que as temperaturas no centro da cidade são entre dois e três graus mais altas que as dos subúrbios. Isso, por sua vez, eleva o número de tempestades locais [fonte: NASA (em inglês)]. Phoenix também é mais quente que as áreas que a cercam. Em 1950, Phoenix tinha temperatura 2,5 graus mais alta que a do monumento Casa Grande, nas imediações. Em 2007, essa diferença de temperatura havia se elevado a 3,5 graus [fonte: Christian Science Monitor (em inglês)]. Em São Paulo, a variação de temperatura pode ser de até 12º C entre uma região e outra no mesmo horário [fonte: Estadão]
Quando árvores crescem em áreas urbanas, tanto as temperaturas do ar quanto as das superfícies se reduzem. Pesquisadores constataram que plantar uma árvore na face oeste e uma na face sul de uma casa pode reduzir significativamente o consumo de energia. No estudo conduzido pela Environmental Protection Agency (em inglês), os custos anuais de refrigeração foram reduzidos entre 2% e 8% [fonte: EPA (em inglês)].
As folhas também filtram partículas do ar, incluindo poeira, ozônio, carbono, monóxido e outros poluentes atmosféricos. Pelo processo de fotossíntese, as árvores removem o dióxido de carbono (um gás causador do efeito-estufa) e liberam oxigênio no ar. As árvores armazenam dióxido de carbono, um processo conhecido como seqüestro de carbono e - dependendo do tamanho da árvore - podem reter entre 16 e 360 quilos de dióxido de carbono a cada ano [fonte: EPA (em inglês)].
No entanto, as árvores não nos salvam do smog. O smog fotoquímico é causado quando a luz do sol e compostos químicos como os gases de exaustão de automóveis se combinam. Elas contribuem para isso ao liberar gases orgânicos.
Além disso, plantar árvores como solução para o aquecimento global - uma prática comumente ligada à compensação de emissões - pode ter impacto positivo sobre o controle da temperatura mundial apenas no caso de elas serem plantadas nostrópicos, uma estreita faixa geográfica em torno do Equador, que inclui a floresta amazônica. Normalmente as árvores ajudam a resfriar o planeta ao absorver dióxido de carbono como parte do processo de fotossíntese e ao evaporar água para a atmosfera. Nos trópicos, a água se evapora das árvores naturalmente, adensando as nuvens e mantendo as temperaturas mais baixas. Fora dos trópicos, porém, pesquisadores vêm constatando que as florestas aprisionam calor porque sua densa e escura cobertura não absorve a luz do sol.
22 de set. de 2014
Dia Mundial do Rinoceronte
22 de setembro é o Dia Mundial do Rinoceronte (World Rhino Day). A data foi criada pelo WWF da África do Sul com o objetivo de destacar os esforços para a conservação das cinco espécies da família Rhinocerontidae encontradas no planeta, desmascarar os mitos e diminuir as demandas pelos cornos dos animais.
No twitter a campanha de conscientização se destaca com as hastags #WorldDayRhino e #SaveTheRhino.
Com tamanho avantajado, pele grossa e cornos poderosos, os rinocerontes são gigantes encouraçados que habitam as savanas da África e as planícies pantanosas da Ásia. Possuem uma dieta baseada em grama, caules, arbustos e folhas que são consumidos em grande quantidade todos os dias. Apesar de serem considerados agressivos – eles podem atacar para expulsar um intruso – geralmente são animais tímidos.
Infelizmente, seus cornos , compostos de queratina (mesma substância que encontramos em nossas unhas e pelos), são utilizados na medicina asiática tradicional há mais de dois mil anos para o tratamento de inúmeras doenças. No entanto, os raros estudos realizados ao longo dos últimos 30 anos, sobre as propriedades medicinais da estrutura, se mostraram inconclusivos. Recentemente os cornos também começaram a ser usados para a tratamento do câncer, mesmo sem artigos publicados que comprovem as propriedades anticancerígenas. Outro problema ocorre em alguns países do Oriente Médio, onde os cornos são usados na confecção de cabos ornamentados de adagas cerimoniais.
Com o objetivo de impedir a ação dos caçadores, algumas reservas cortam os cornos dos rinocerontes (eles demoram dois anos para crescer novamente). Os críticos dizem que a prática deixa os animais vulneráveis a predadores naturais. Os defensores alegam que a ausência da estrutura afasta os caçadores e reduz a quantidade de rinocerontes mortos por ferimentos em disputas por territórios e parceiros.
Segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), três espécies são consideradas criticamente ameaçadas de extinção, uma vulnerável e a outra quase ameaçada. Nada mais justo do que um dia para lembrar da importância desses gigantes para o planeta.
O WWF destaca-se na luta pela conservação dos rinocerontes com o Programa Rinocerontes Africanos (African Rhino Programme) e com estratégias de conservação para os rinocerontes asiáticos. Clique nos links e ajude a salvar estes gigantes encouraçados.
9 de set. de 2014
Dia do Médico Veterinário
3 de set. de 2014
Dia do Biólogo – 3 de Setembro
Dia do Biólogo – 3 de Setembro
Os biólogos são cientistas que trabalham na área da biologia, e eles trabalham estudando todos os lugares onde há vida.
No Brasil o Dia do Biólogo é comemorado no dia 3 de setembro.
Para atuar nesta profissão, é preciso possuir dupla habilitação, ou seja, a técnico-científica e a legal. Entre as áreas de conhecimento dos Biólogos estão a biofísica, a botânica, a genética e muito mais.
O Símbolo do Biólogo traduz conceitos que envolvem o cotidiano do biólogo e também a importância da vida para essas profissionais. Na simbologia das formas, o círculo representa a união e perfeição, daquilo que começa e acaba em si mesmo. A estrutura do DNA traz à tona um elemento sempre presente no cotidiano do profissional da área de biologia. A base de sua estrutura forma um espermatozóide, que fecundando o óvulo (círculo azul) dá origem a uma nova vida, com toda sua complexidade – a essência da profissão do biólogo. Fator de grande importância para qualquer ser vivo, sendo a base dos estudos biológicos, a natureza é representada pelas folhas da base do círculo. A espiral, que se encontra dentro das folhas, é o símbolo da evolução e do progresso.
Parabéns a todos os profissionais que trabalham em favor da vida em todas as suas formas e manifestações.
6 de jun. de 2014
Por mais Luzes e Menos Fogos de Artifícios
“COMEMORE SUA ALEGRIA SEM AGREDIR A VIDA!” #PensamentoAnimal
Desde 1941 da Lei das Contravenções Penais prevê prisão/multa para quem queima fogos de artifício ou de estampido, em local habitado ou via pública, sem autorização. No entanto poucos sabem ou denunciam quem transgride a lei.
Desde 2009 artigos científicos relatam a ligação entre o Câncer em humanos e a queima de fogos, que liberam toxinas, algumas radioativas e conhecidos cancerígenos que se depositaram nos solos e/ou nas águas, onde continuariam a contaminar o meio-ambiente por muito tempo.
Para muitos animais a queima de fogos e rojões é uma sentença de morte. Por terem a audição mais apurada e sensível que a humana; pássaros morrem no ar, enquanto cães, gatos, cavalos e outros animais tendem a fugir do barulho e correm desorientados e sem destino, sem contar a mortandade de peixes, devido a contaminação pelas toxinas, ao serem liberadas após a queima dos fogos.
Nota do Blog: Sugestão se você sabe que seu vizinho costuma soltar fogos ou rojões, pegue papel e caneta e lhe envie uma carta com a lei abaixo, e avise que ele será denunciado se voltar a fazer isso. Não esqueça de filmar, fotografar para haver provas na sua denúncia.
LCP - Decreto Lei nº 3.688 de 03 de Outubro de 1941
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela:
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso.
Fogos de Artifício - Danos Ambientais e Causa de Câncer em Humanos
A pólvora, principal constituinte dos fogos é feita de enxofre, carvão vegetal e nitrato de potássio. A Pólvora libera partículas cancerígenas quando queimada. Facilita a combustão e a produção de uma fumaça suave. Provoca tosse, falta de ar e irritação das vias respiratórias
De acordo com o site naturalnews.com os fogos de artifício contêm um ingrediente ligado aos problemas tireoideanos: o percolato de potássio. Segundo o informe, este composto contamina o suprimento de água e se infiltra na cadeia alimentar.
Outros compostos encontrados em alguns fogos seriam, por exemplo: cádmio, bário, rubídio, estrôncio, alumínio, dioxinas, sendo a maioria tóxica, alguns radioativos e conhecidos cancerígenos. Tais toxinas, ao serem liberadas após a queima dos fogos, se depositariam nos solos e/ou nas águas, onde continuariam a contaminar o meio-ambiente por muito tempo.
O relato afirma que a ligação entre os fogos e o câncer de tireoide não fica bem estabelecida, devido ao longo tempo de permanência destes compostos dificultarem a fonte original de contaminação. A pólvora, principal constituinte dos fogos é feita de enxofre, carvão vegetal e nitrato de potássio. Este último, sendo instável, é frequentemente substituído pelo percolato, que desempenha o mesmo papel, com ação química similar, porém com mais um átomo de cloro no seu núcleo.
O percolato de potássio limita a habilidade da glândula tireoide humana em absorver os íons iodetos necessários à formação dos hormônios por ela secretados, diz o site. Baixas doses de percolato não causam danos e os fogos são “projetados” para incinerarem-se no ar antes de atingirem os solos. Entretanto, no Estado de Oklahoma, EUA, 14 horas após um espetáculo pirotécnico, foi encontrada uma concentração de percolato mil (1.000) vezes superior aos níveis normais, provando que, nem todo produto químico dos fogos é queimado no ar. (Fonte: Natural News)
Fogos de Artifício matam Pássaros e outros Animais
Os animais se assustam muito com o barulho de fogos e rojões, pois sua audição é muito mais sensível que a nossa. Muitos animais tendem a fugir do barulho e correm desorientados e sem destino. Fogem apavorados e acabam perdidos e/ou atropelados, outros na ânsia de se livrarem do intenso barulho terminam enforcados em suas próprias correntes. O vento se encarrega de levar a pólvora, a rios, lagos e ao mar, contaminando peixes e outros animais marinhos e terrestres.
Alguns animais tem convulsões, há ainda os que pulam das janelas de apartamentos, tamanho o pavor que sentem dos fogos. Pode ainda ocorrer que um animal mude completamente seu comportamento após passar pela tortura de ter seus tímpanos lesionados. Nos animais da fauna silvestre pode ainda ocorrer alteração do ciclo reprodutor e morte por stress.
Vide a tragédia que aconteceu em Campinas/SP;
Seis Cavalos Morreram Depois de Fugir dos Fogos de Artifício soltos em um Rodeio
E pasmem em pleno Amazonas, em um condomínio de luxo onde mora o Governador do estado, mandou que as palmeiras imperiais que são o único lar dos pássaros e periquitos, fossem derrubadas, e depois de uma das inúmeras festas que lá ocorrem, uma chuva de fogos de artificio que durou uma hora e aterrorizou as aves que jaziam dormindo no local de sempre, e que depois morreram. A reportagem é do UOL e as fotos são de Nete Moura, que em e-mail informou a minha amiga Erika Schloemp que há mais de 3000 pássaros ali. |
Grandes Capitais Mundiais tem proibido a queima de fogos de artifícios, em eventos devido aos malefícios já conhecidos e também porque os shows de luzes a laser além de serem mais econômicos são também ecologicamente corretos.
Em vista da recente tragédia ocorrida em campinas, parece-me que alguns já se deram conta que é possível comemorar sem agredir a vida de nenhum ser vivo. Em sua página no facebook a Sociedade Hípica de Campinas, postou a seguinte nota:
O SHOW PIROTÉCNICO TRADICIONAL DA FESTA JUNINA SERÁ SUBSTITUÍDO POR UM SHOW DE LASER LINDO E MULTICOLORIDO..A MEDIDA FOI ADOTADA EM RESPEITO AOS CAVALOS ESTABULADOS NO CLUBE, QUE ENTRAVAM EM PÂNICO COM O BARULHO DA QUEIMA DE FOGOS.
Fogos de Artifício e o Trabalho Escravo e Infantil
A cidade de Santo Antônio do Monte na Bahia é considerada o 2º maior polo mundial de produção de fogos de artifício, sendo a pirotecnia a principal atividade econômica da região.
Entretanto, o trabalho na indústria pirotécnica tem suscitado sérias preocupações das entidades sindicais e dos pesquisadores, bem como dos trabalhadores e suas famílias. Os acidentes de trabalho nesse setor são, geralmente, fatais ou mutilantes, havendo, ainda, registros de doenças relacionadas ao trabalho. Por isso, neste estudo almejou-se analisar as repercussões do processo de produção de fogos de artifício sobre a saúde e segurança desses trabalhadores. Os estudos da Psicopatologia do Trabalho e da tradição francesa de análise ergonômica constituíram as principais referências deste estudo. Para a realização desta pesquisa, utilizou-se uma estratégia metodológica pluridimensional, que reuniu e articulou dados estatísticos, empíricos (fatos clínicos, relatos, observações) e documentais. Os resultados revelam que os trabalhadores estão sujeitos a acidentes decorrentes do exercício de funções para as quais não foram adequadamente treinados, bem como a uma atividade penosa e nociva, geradora de lesões por esforço repetitivo (LERs) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho. (Fonte: Scielo)
As mulheres que trabalham nesse setor também enfrentam o assédio sexual praticado por prepostos dos empregadores.Na china e na Bahia, são as crianças que colocam a pólvora e os compostos dentro dos tubos, devido a terem os dedos pequenos.
Revoltante também nessa queima de fogos irracional, é que muitos governantes pagam isso com o dinheiro público, para iludir a população com luzes, explosões, cores, sem no entanto consultar os contribuintes, que com certeza iam preferir usar o dinheiro que não é pouco em outras melhorias.
22 de mai. de 2014
Dia do Abraço
Tenho um abraço para te dar. Queres que eu leve ou vens buscar?
A todos que curtem, divulgam compartilham o Blog Mural Animal,
e as páginas Pensamento Animal e Mural Animal, sintam-se abraçados!
Muito obrigado por somarem comigo o amor pelos animais.
13 de abr. de 2014
Dia Mundial do Beijo
O beijo é um ato de profunda intimidade. Por meio do beijo, diversos sentimentos, emoções e desejos são demonstrados.Não é assim que retratam nos contos de fadas? A princesa beija o sapo e ele vira um príncipe!
ENTÃO FELIZ DIA INTERNACIONAL DO BEIJO!
20 de jan. de 2014
Animais Recebem Bençãos no Dia de Santo Antão
A cerimônia da bênção anual acontece todos os anos na Festa de Santo Antônio Abade (que nos países de língua portuguesa é chamado de Santo Antão-ver nota), e foi conduzido este ano pelo cardeal Angelo Comastri, Arcipreste da Basílica de São Pedro.
Vacas, cavalos, ovelhas, cabras, gansos e galinhas estavam todos presentes, bem como os animais mais domesticados, como cães e gatos, trazidos por seus tutores ao centro do palco no Vaticano.
"A tradição da bênção de animais está ligada ao fato de que Santo Antônio Abade era um santo que tinha uma relação especial com a natureza, com a criação e, portanto, também com os animais", disse o Cardeal Comastri na cerimônia em 17 janeiro.
Ele explicou que a tradição surgiu "espontaneamente no mundo agrícola", embora seja impossível dizer quando. "Ele nasceu no contexto da fé cristã que sempre chamava o mundo não de 'natureza', mas de 'criação', porque é a obra de Deus, é um dom de Deus. A criação é feita por Deus, por isso devemos respeitá-la. "
Cardeal Comastri concluiu o evento dizendo algumas palavras à multidão, antes de abençoar a todos os presentes igualmente com á água benta - os animais e os seres humanos.
"Somos uma geração que respeita muito pouco a criação, e por essa razão nós poluímos muitas áreas de muitas maneiras", disse ele.
"Esta festa é um também convite para que respeitemos a criação de uma forma que o meio ambiente possa ser um lugar para que todos possam viver, com a dignidade que Deus deu a todos."
Nota do Blog => Marcada para a acontecer na Praça de São Pedro, onde foram organizados estábulos para os cavalos, bois, porcos, carneiros, mulas, coelhos e aves, a celebração é uma iniciativa da Associação Agropecuária Italiana (AIA), que pretende ressaltar "o papel ativo dos agricultores e criadores de gado dentro da sociedade", num dia particularmente festejado no mundo rural", conforme declarou Nino Andena, presidente da Associação.
OBS: Em todas as outras línguas, menos a portuguesa, tanto Santo Antônio de Pádua como Santo Antão são conhecidos por "Santo Antônio". Na nossa língua portuguesa aconteceu um fato singular: na época em que apareceu Santo Antônio de Pádua (séc. 12/13), que nasceu em Lisboa-Portugal, e por isso é conhecido em Portugal por Santo Antônio de Lisboa, Santo Antão era também muito popular; para distinguir os dois, houve uma contração, ou seja, uma diminuição de sílabas na palavra "Antônio", e então Santo Antônio Abade (o nosso) ficou sendo carinhosamente conhecido por Santo Antão, enquanto o outro manteve o nome de Santo Antônio de Pádua ou Lisboa. Em todas as outras línguas, menos a portuguesa, o nosso Santo Antão ainda hoje é conhecido por Santo Antônio Abade.
Santo Antão e os Animais
Santo Antão, que foi um dos fundadores da vida monástica, nasceu em uma família de agricultores na aldeia de Coma, atual Qumans, no Egito. Entretanto, sua relação com os animais, na devoção popular, ocorreu um bom tempo depois de sua vida.
Suas relíquias começaram uma longa peregrinação em 561 e chegaram até Motte-Saint-Didier, França, no século XI. Lá foi construída uma igreja em sua honra, muito frequentado por doentes, em particular daqueles que sofriam de ergotismo canceroso, uma doença causada pelo envenenamento por um fungo contido no centeio utilizado para a fabricação de pão. Tamanho era o número de padecentes do ergotismo que visitam aquela igreja que o próprio ergotismo chegou a ser chamado de “o mal de Santo Antão” e de “o fogo de Santo Antão” (por conta da sensação de queimação que causava). Os doentes que lá chegavam eram acolhidos e tratados pela antigo Ordem hospitalar dos Antonianos, a quem o Papa concedeu o privilégio de criar porcos, cuja gordura era utilizada no tratamento do ergotismo.
Assim Santo Antão começou a ser associado ao porco pela devoção do povo, o que acabou se estendendo aos outros animais. No ícone do santo eremita aparece um porquinho com um sino, objeto que era amarrado aos porcos em Motte-Saint-Didier, para facilitar sua localização.
ORAÇÃO A SANTO ANTÃO POR UM ANIMAL DOMÉSTICO
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre comigo e com os que me rodeiam.
Deus todo-poderoso, criador de todas as coisas, recebei o pedido que vos faço por intermédio de Vosso servo querido santo Antão, protetor dos animais, colocais vossa bênção sobre esta criatura de Deus, que chamamos pelo nome de [ dizer o nome do animal].
Intercedei junto a Deus nosso Senhor para que ele(a) tenha saúde e proteção agora e sempre. Amém.
Fonte: LIVRO AS MAIS LINDAS PRECES CURATIVAS - ESPÍRITO ANGELLIS - EDITORA: PALLAS
Fontes: CNA, Paroquia de Santo Antao, Gaudimpress,
16 de jan. de 2014
Dian Fossey a Mãe dos Gorilas
"Entre todos os pesquisadores que trabalharam no continente africano, eu me considero uma das mais afortunadas por causa do privilégio de ter podido estudar o gorila da montanha", escreveu Dian Fossey no prefácio de seu livro. "Espero profundamente que eu tenha feito justiça às memórias e observações acumuladas ao longo dos meus anos de pesquisa do que eu considero ser o maior dos grandes primatas".
“Todos os seres têm o mesmo direito e necessitam ser tratados com o mesmo respeito que os seres humanos"
Hoje, cerca de 30 anos após escrever essas palavras, não há dúvida de que o seu trabalho tenha feito toda a diferença para a sobrevivência e preservação de famílias de gorilas da montanha em Ruanda.
A luta de Dian Fossey foi vivida no cinema pela premiada atriz norte-americana Sigourney Weaver. O drama, dirigido por Michael Apted, remonta os anos em que se dedicou à preservação dos gorilas da montanha, ameaçados de extinção pela caça indiscriminada. No filme biográfico, Fossey usa todos os meios possíveis para protegê-los, mas a causa se tornou uma obsessão que nem mesmo Bob Campbell, fotógrafo com quem se envolveu, consegue fazê-la desistir.
Sua fundação, Dian Fossey Gorilla Fund International, continua trabalhando para manter a vida selvagem do local segura. O grupo agradeceu a homenagem ao Google e divulgou a homenagem na sua página no Facebook. "Em homenagem ao que teria sido o aniversário de 82 anos de Dian Fossey, em 16 de Janeiro de 2014, o Google criou um novo Doodle", celebraram os zoólogos.
Nascida em San Francisco – Califórnia em mil novecentos e trinta e dois, terminou seus dias nas Montanhas de Virunga-Ruanda no ano de mil novecentos e oitenta e cinco um dia após o natal e junto de seus amados amigos gorilas fora sepultada aos cinquenta e cinco anos.
Zoologista com especialização em primatas estudou por oito anos consecutivos grupo de gorilas que habitavam as florestas das montanhas de Ruanda, suas ações preservacionistas comparam-se às de Jane Goodall[3] que desenvolveu similares pesquisas com chimpanzés.
Inicialmente trabalhou com terapia ocupacional com crianças portadoras de síndrome de down, interessou-se pela África, especificamente por estudos com gorilas que habitavam as montanhas de Ruanda entrando em contato com as pesquisas do dr. Louis Leakey[4] e sua esposa, e ao entrar em contato com o pesquisador devido à sua perspicácia e insistência ele a convidou para desenvolver a pesquisa que a tornou futuramente em especialista nos referidos primatas. O referido casal fora responsável inicialmente fundos e reservas de sustentação financeira das pesquisas por ela realizadas.
Através de ações de salvaguarda dos gorilas, Dian funda o Centro de Pesquisa Karisoke que conseguiu ainda mais apoio e auxilio quando houve a divulgação de suas pesquisas em publicações e fotografias na National Geographic, em entrevista à fotógrafo free lance Bob Campbell[5], que a retratou em sua relação saudável, mas muitas vezes beirando à irracionalidade com grupos de gorilas. Sua inter-relação natural e respeitosa para com os animais, a floresta e o ser humano, fora retratada de forma a abrir os olhares da comunidade científica para que considerasse sua pesquisa de campo como algo a ser considerado.
Fossey suportou heroicamente às negativas investidas de grupos que desejavam lucrar com a venda das mãos e cabeças de seus amigos gorilas, muitas vezes tendo que tomar atitudes que a tornara “persona non grata” de políticos, polícia, tribos aborígines hostis, traficantes ecológicos, políticos que desejavam lucrar com a implantação de pólos turísticos na África, sem o devido respeito à floresta e seus habitantes naturais; ara eles era forte rival e verdadeira guardiã daquilo que queriam usurpar.
Um ação que a tornara ainda mais combativa na preservação dos gorilas da África foi sua total repulsa aos sistemas zoológicos implantados por países estrangeiros que traficavam animais e não davam nesse processo todo nenhuma demonstração de bons tratos para com os animais, que eram chacinados em sua caça, com sua prisão, no transporte e na falta de adaptação e comodidade nos zoológicos que eram submetidos; o que diminuía a taxa de sobrevivência animal. Dian fora responsável pelo novo repensar da comunidade internacional que convertera o aumento do espaços naturais destinados aos animais em uma legislação um pouco mais justa e digna,mas Dian sabia que havia muito ainda por fazer.
A primatologista foi brutalmente assassinada em seu quarto enquanto dormia, muitos acreditam que ela fora morta devido à sua intervenção contrária à exploração turística e financeira dos gorilas; bem como pelas suas ações de denúncia do envolvimento das autoridades de Ruanda nesse processo. Após sua morte toda sua equipe fora feita prisioneira e a posteriori solta, exceto seu assistente de confiança e guia Rwelekna fora encontrado morto em sua cela, supostamente fora relatado pela polícia que ele cometera suicídio.
Muitas das organizações se opuseram à Fossey, incluindo o escritório de Turismo de Ruanda, atravessadores escravagistas, pois tinham em sua meta a continuidade de utilização do tráfico enquanto fonte de renda e lucro.
As semanas que antecederam a morte de Dian, houve a recusa da renovação de seu visto de permanência na África para que continuasse suas ações e pesquisas. Graças à boa parceria de Fossey que aliou-se à um secretário geral governamental que era simpatizante de suas ações e contrário ao que ocorria em Ruanda, conseguira secretamente seu visto de permanência. Tal situação fora determinante para sua morte precoce e criminosa, pois assim sendo daria continuidade às suas ações.
A pesquisadora fora enterrada no local por ela destinado para o sepultamento dos gorilas que foram assassinados (retiravam-lhe apenas as mãos e a cabeça e os corpos eram deixado na mata). Ficara ao lado daqueles que aprendeu a amar e defendeu com sua própria vida, pois acreditava que “todos os seres tem o mesmo direito e que necessitam ser tratados com o mesmo respeito que os seres humanos (…)”[6]
Uma de suas amigas pessoais, Shirley McGreal, continua a trabalhar na proteção dos primatas dando continuidade ao trabalho de Fossey na Liga internacional da proteção do primata(IPPL). Nota: Uma das poucas organizações dos animais selvagens que de acordo com Fossey promovem moral, ética e eficazmente “o conservação ativo”.
Após a morte de Fossey, o Centro de Pesquisa Karisoke fora saqueado e o que restou do local fora dirigido por pesquisadores que estiveram com ela. Hoje existe somente os restos remanescem de sua cabine que foi convertida em um museu para turistas. Durante a guerra civil os parques de Virunga foram invadidos por refugiados e áreas de preservações foram destruídas de forma ilegal.
A FILOSOFIA E DIAN FOSSEY
DIAN E A VIOLÊNCIA
A guerra e a caça desenfreadas na África é responsável por milhares de mortes e entre eles a dos gorilas pesquisados por Dian Fossey, que foram dizimados de forma brutal e beirando à crueldade a ponto de estar na lista de animais em extinção, segundo o Fundo Internacional Dian Fossey para os Grilas- DFGFI (sigla em inglês) nos últimos dez anos: “(…) Encontramos duas importantes populações dos gorilas de Grauer que estavam gravemente subestimadas, negligenciadas ou cuja existência se desconhecia, disse Patrick Mehlman, vice-presidente do DFGFI para a África”
Dian estabeleceu uma batalha declarada contra uma legião de inimigos formados por caçadores, agricultores que devastavam habitat dos gorilas, políticos corruptos e corruptores, entidades internacionais exploradoras da situação político social da África, traficantes mercenários de animais, entre outros que se aliaram e desestruturaram sua luta em defesa dos primatas e a vitimaram violentamente, na tentativa de calar sua voz.
Até onde pode a pesquisadora usou de todos os subterfúgios que estiveram ao seu alcance e tornou-se dessa forma um perigo constante e poderoso aos que eram contrários às suas ações. Hoje sabemos que esse processo destrutivo continua no Congo e os autores dessas imposturas fazem até uso do nome de Dian e arrecadam suntuosas verbas para manter organizações que não tem interesse em manter vivos os gorilas e sua montanha, mas somente angariar valores para seu uso particular.
Dessa forma caracteriza-se outra forma de violência para com a pesquisadora, eis mais uma forma de violência para com a pesquisadora, mas as ações são travestidas enquanto boas ações. Mas jamais assumirão tais imposturas. Segundo Jean Marie Muller[7], “O homem violento se defende sempre com ataque. É sempre o outro que começou. No conflito entre israelenses e palestinos, cada lado usa a violência para se defender da violência do outro. Os dois justificam seus assassinatos pelos seus mortos. É verdade que é preciso se defender. A questão é encontrar as estratégias não violentas eficazes para isso. No nível pessoal, as artes marciais são métodos não violentos de autodefesa(…).É necessária uma mediação internacional. Seria preciso que centenas, milhares de voluntários internacionais formados na resistência não violenta de conflitos se dirijam para lá e usem os métodos de mediação no interior sociedade civil”.[8]
Nesse processo a violência deixou de ser conceitual para assumir questões físico criminosas, não somente no plano humano, mas relativo também à uma sociedade abastecida pela ignorância a fim de não se estabelecer critérios de escolhas e opiniões próprias, pensar por si e para si, violência para com o meio ambiente, que sofre pela ganância e desinteresse em sua defesa e manutenção, violência para com os animais que elencam-se na lista de animais em fase de extinção, violência para com a comunidade científico acadêmica que fora desrespeitada e impedida de dar prosseguimento às suas pesquisas, violência para com seres humanos que defendiam valores diferenciados daqueles que dominavam a África.
DIAN E O PODER
Dian também se deparou com a questão do poder, quando retrata em seu diário de campo os enfrentamentos com diversos segmentos da sociedade africana em geral: a ignorância dos nativos africanos, as autoridades local que fechavam seus olhos ao que ocorri em troca de propina, dos políticos em vigência que visavam mais lucro próprio do que o bem estar do cidadão e salvaguarda
Fossey também demonstrou poder quando usou da mídia a fim de despertar a sensibilidade à nível internacional das nações que poderiam intervir no que ocorria com os gorilas, quando viesse a tona a co-participação de cidadãos de seus países, e subsequentemente o envolvimento do país seria notória a necessidade de uma intervenção para cessar tal intervenção negativa. Gerou dessa forma uma inter relação de poderes.
A pesquisadora faz uso dos costumes do povo do lugar para que possa se estabelecer enquanto poder local, através de um estigma de bruxa fazendo se valer do temor dos aborígenes ao seu cabelo longo e avermelhado, que não era comum naquele lugar, pois a grande maioria eram de tez de etnia negra e sua alvura causava estranhamento e por isso a considerava uma feiticeira. Mas verifica-se que a utilização desse artifício utilizado por Fossey direcionava à sua intencionalidade de salvaguarda do habitat e dos grupos de gorilas que estavam em extinção.
Questão: Qual é o padrão conceitual de moralidade nestes dois lados opostos; por um lado Dian Fossey e sua equipe que estabelece critérios de salvaguarda do meio ambiente e dos animais que pesquisara. Do outro lado o interesse no comercio desregrado de utilização do meio ambiente e comercialização dos animais.
Estabelece dessa forma, uma relação com a filosofia e esse impasse acima descrito, tal nuance nos remete à questões pertinentes à conceitos de definição da Ética, ou então da Ciência da Moral que é parte da filosofia que trata de costumes, deveres do homem, ou o discernimento das variáveis do significado do que são os bons costumes, e como variam de acordo com os valores impingidos na sociedade que os aplica. s bons costumes e valores éticos, até que ponto Dian isentou-se de seus dogmas e superstições pessoais a fim de que pudesse realizar suas pesquisas e ações de salvaguarda tão aparentemente notável pelos seus atos?
Se poder significa ter através da força, independente da forma utilizada para tal, podemos provocar a intercambialidade e unificação aparente desses valores, mesmo que aparentemente seja impossível devido ao seu lado oposto. Há ações de poderes intrínsecos em ambas as partes e nelas, mesmo que em lados opostos ocorre enquanto substancia, ora enquanto forma. Tanto Fossey, quando seus opositores, poderão ser ato, ou de potencia; dessa forma poder e ética há de se tornarem parceiros e independente do direcionamento dado socialmente ou por determinado grupo social.
Filosoficamente desperto o questionar de o que vem a ser ética quando ela é utilizada parasse estabelecer poderes?
Verifica-se que Ética e Poder, são dois conceitos que abarcam conceitos complexos de significados, e juntos tais conceitos poderão representar elementos que distinguirão indivíduos e todo contexto sócio econômico que são inseridos,normalmente estão dissociadas em seus valores e significados, mas o que leva a essa dissociação. Segundo Focault[9], “(…) o que quero dizer quando falo de relações de poder é que estamos, uns em relação aos outros, em uma situação estratégica. Por sermos homossexuais, por exemplo, estamos em luta com o governo e o governo em luta conosco. Quando temos negócios com o governo a luta, é claro, não é simétrica, a situação de poder não é a mesma, mas participamos ao mesmo tempo dessa luta. Basta que qualquer um de nós se eleve sobre o outro, e o prolongamento dessa situação pode determinar a conduta a seguir, influenciar a conduta ou a não-conduta de outro.
Não somos presos, então. Acontece que estamos sempre de acordo com a situação. O que quero dizer é que temos a possibilidade de mudar a situação, que esta possibilidade existe sempre. Não podemos nos colocar fora da situação, em nenhum lugar estamos livres de toda relação de poder. Eu não quis dizer que somos sempre presos, pelo contrário, que somos sempre livres. Enfim, em poucas palavras, há sempre a possibilidade de mudar as coisas.”
DIAN E A (BIO)ÉTICA
Os respectivos valores preservados pela pesquisadora, tornaram-na também em uma especialista atuante em questões pertinentes à bioética, tão em voga na atualidade, onde especificamente por suas atividades e intervenções sócio culturais que modificaram concepções, legislações e inseriram no contexto o cidadão a nível mundial na ciência dos fatos de ações destrutivas do meio ambiente e de um grupo de símios que estavam a beira da extinção, pois ousou abandonar a sedução casuística e sentimentalize de uma teoria romanesca e ou munida de concepções equivocadas em relação à comunidade de gorilas existente na África, tão bem “mal” difundida em filmes e na multi mídia em geral, colocando-os como feras destrutivas e os seres humanos como seres vitimados e desprovidos de proteção.
O filme A Montanha dos Gorilas, traz à tona as inverdades e imposturas cometidas e difundidas por aqueles que usurparam o direito à vida de seres que mantinham-se em harmonia com o meio ambinte que viviam, porque simplesmente eram parte integrante do mesmo.
Neste caso os invasores e destruidores foram desvelados à comunidade científica e ao cidadão leigo que tiveram acesso ao documentários, fotos e denúncias dessa primatologista que graças ao seu incansável processo de resistência perseverou e chamou atenção como a National Geographic e a BBC de Londres. Como todas as conquistas da humanidade, a trajetória de defesa da ética na pesquisa, e sempre está relacionada com o que ocorre no entorno que o objeto de pesquisa, e tudo o que está inserido neste contexto, e assim é tratada como uma conquista no campo dos direitos humanos – é percorrida por inúmeras situações de desrespeito e violação dos direitos dos sujeitos envolvidos na pesquisa.
DIAN E A PESQUISA
Pesquisa de campo, barreira a ser definida enquanto superação e redescobertas que muitas vezes podem mudar conceitos ou até mesmo o direcionamento a ser dado inicialmente enquanto projeto de pesquisa. Há algo que sai do controle laboratoriais ou dos gabinetes daqueles que teorizam e muitas vezes estabelecem critérios e metodologias que jamais se deveria ser contestadas.Dian o fez… contestou, modificou, subverteu a teoria academicamente estabelecida abrindo novos caminhos e novas possibilidades para aquilo que ela não só chamou de pesquisa de campo, mas vivenciou, interagiu e interviu socialmente.Não se deteve ao se deparar com questões éticas estabelecidas numa nova sociedade e cultura que teve contato, apreendeu muito dessa cultura e a fez presente em suas pesquisas numa miscigenação da tradição com o cientificismo que lhe era usual e com essa interação do mítico com a ciência prevalece o objeto a ser pesquisado e tão somente através desse processo inovador ocorre a possibilidade de se estabelecer possibilidades de aproximação, coletas de dados para que pudesse abastecer a comunidade acadêmica de novos materiais de pesquisa a serem realizado nos gabinetes asséptico e hermeticamente acoplado em alguma universidade.
A ciência se abastece daqueles saberes que se originam nos incultos para que possa fazer surgir a possibilidade de novos conceitos e difundi-lo para o mundo que aguarda…Na filosofia também deveria ser dessa forma, jamais esquecermos daqueles que desbravaram os conceitos e nos enriqueceram com novos padrões e linhas de pensamentos que muitas vezes ainda é vigente e utilizados até os dias de hoje. Ou então somos influenciados sem mesmo percebemos, pois tais conceitos há muito estruturados são muitas vezes incorporados ao sistema social e elencado ao senso comum enquanto verdade usual e cotidiana e nem mesmo temos consciência de sua origem.
O desafio é estabelecer critérios para que o processo de uma pesquisa de campo torne-se também referencial de proximidade e exatidão de uma metodologia adequada e cientificamente estruturada. Ocorre por vezes de uma metodologia não ser ainda não usual e ou reconhecida enquanto tal, por se tratar o objeto de pesquisa algo que ainda não se estabeleceu enquanto interesse ou foco utilizável para a composição de um projeto especifico devido ao seu perfil ou peculiaridades que o compõe. Percebe-se dessa forma que um dos maiores embates junto à comunidade acadêmica reside também nessa reinvenção, considerando tal postura ou prática academicamente inaceitável.
QUESTÃO: Como desenvolver a imparcialidade e distanciamento necessários na produção científica se todo o contexto envolve o vivencial, o real e a realidade que bate à porta e exige posturas praticas, emergenciais e tangíveis?
Seria uma impostura dessa cientista pesquisadora tal envolvimento, sendo que devido a essa ação ocorrera a legalização em caráter mundial de normas e condutas de defesa e preservação?
Lembrando: todo trabalho seu ganhou notoriedade e aceitação incontinente da comunidade científica, sua inexperiência e metodologia própria fora base de seu trabalho e apropriada por muitos outros que seguem caminhos paralelos e ou similares ao dela. No ponto de vista metodológico tomamos que o juízo por ela optado tende à impossibilidade de padrões comparativos, mas sim valores similares em outras pesquisas feitas com grupos de chimpanzés, que se diferenciam enquanto espécie, padrão comportamental e principalmente região abarcada de habitat de cada grupo, como afirma Helvetius[10]: ”Uma nova ideia surge da comparação de duas coisas que se não haviam comparado” .
Fica a questão: Até que ponto o pesquisador poderá interferir no seu objeto de pesquisa, ou mesmo modificar o curso de seu processo fenomenológico?
Qual a ética abordada nesta questão?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ato de uma pesquisa requer atos de coragem e de refinamento da ótica daquele que observa. Muitas vezes ocorre a necessidade de se ultrapassar as mais diferentes e dificultosas barreiras, tanto em nível da pesquisa quanto em linhas de valores muitas vezes adquiridos e pessoais de cada indivíduo que desenvolve a pesquisa.
Muito do produto final do objeto de pesquisa é decorrente da dedicação diferenciada e do empenho engendrado nas ações daquele pesquisa. São horas, são detalhes, são entalhes conceituais, repetições, são recomeços; estendidos na temporariedade que se prende o pesquisar. Nesse processo não se carece de ausências na família, nem se teme o distanciamento de amigos ou se prende na inexistência das tão necessárias horas de lazer.
Esse filme tende nosso pensamento à urgência emergencial de se estabelecer critérios que tenham sua sustentabilidade estrutural no reino da ética e dos padrões de uma mora lapidada em conceitos de respeitabilidade para com o todo e a parte.
Não são poucos os desafios, a quantificação só é comparável pela grandiosidade da consciência da necessidade de salvaguardar o bem mais precioso que é a natureza e tudo aquilo que lhe é parte. Dian sabia disso, ou melhor vivenciava diuturnamente essa questão, não só pelo seu compromisso para com a pesquisa, mas principalmente pelo seu comprometimento para com os seres que deixaram de ser objeto de pesquisa para serem seres com necessidades de respeito pela sua diferença e de cuidados para que possam ter continuidade na existência em seu ciclo natural e biológico.
Ao deparar-se em uma sociedade totalmente desestruturada moral e eticamente diante os padrões de conduta em que a pesquisadora Fossey fora esculpida, todos os enfrentamentos contrários às suas linhas de ações foram desafios a serem vencidos gradativamente, mas a vontade de parte dessa sociedade falou mais alto; a parte que dominava, e que detinha poder, parcerias escusas e interesses particularizados e caracterizados pelo lucro próprio.
O desafio fez-se presente até mesmo quando se predispôs realizar a pesquisa inicial, pois fora considerada pelos respeitáveis doutores dos saberes da ciência, inexperiente e até mesmo incipiente na temática nesta linha de pesquisa, aproveitou-se do espanto causado por sua determinação e engendrou-seno mundo dos pesquisadores muitas vezes já catedráticos na área de pesquisa,mas inexperientes em pesquisa de campo.
Outros fatores atenuantes que para muitos seria motivo de inviabilização de uma pesquisa mas que para Fossey foram apenas questões a mais a serem transpostas: a convivência com uma nova cultura por demais diferenciada da sua; condições primitivas de vida que teria que se submeter; falta de dados anteriores sobre o tema pesquisado para servir de base inicial; ser responsável por conseguir financiamentos para dar suporte financeiro para a pesquisa; e a total falta de apoio governamental que por interesses escusos era fonte incessante desestímulo da continuidade de suas pesquisas.
O que remete um ser humano a se tornar um referencial pelo seu trabalho de pesquisa, sua metodologia inventiva e inusitada, muitas vezes jamais mensurada pelos profissionais da ciência?
O que perpetua conceitos e ideias e os torna um continuam gerando elementos que transladam livremente pelas suas peculiaridade sem espaço, nem tempo definido, como fora ressaltado no filme: “os grilas não respeitam fronteiras, pois não são seus o conceito de territórios ?
O legado de Fossey fora seu envolvimento assistemático, ou melhor, sua sistematização diferenciada pela genialidade que lhe era peculiar também pelo seu pioneirismo na defesa do meio ambiente num ambiente hostil à sua causa. Mas tomou para si sua reputação de feiticeira dos cabelos vermelhos e fez da reputação gerada pela ignorância de um povo desprovido dos saberes nela contido da tribo africana existente, utilizando essa fama em favor à sua causa; sim sua pesquisa tornara-se sua causa, e a defendera com seus saberes abastecido pelo mito gerado pela sua postura e atuação.
Numa disparidade de informações que realizam os animais em extinção muitas vezes como perigo aparente, neste caso os símios também são vitimados pela má fama da violência, quando na verdade há de se considerar sua realidade instintiva e primal, que os fazem únicos e que devem ser preservados enquanto tal, fato que Dian percebeu à primeira vista e fez dessa percepção ponto principal para por ao alcance mundial os saberes que ela conseguira apreender com cada espécie que estudou.
AFINAL QUEM É O VERDADEIRO SER PENSANTE? E ENTÃO ?
“Uma luta amarga pela sobrevivência – Texto de Dian Fossey
Chamava-se Digit e tinha-nos deixado. O corpo mutilado, de cabeça e patas decepadas como troféus macabros, jazia no mato, sem vida, como um saco ensanguentado. Ian Redmond e um batedor nativo sofreram o choque inicial, tropeçando no corpo perfurado e estropiado por uma lança, no final de uma série de armadilhas para antílopes montadas por caçadores furtivos.
Aturdido, Ian recompôs-se e veio à minha procura, noutra zona da floresta. Extraordinário aluno assistente, Ian partilhava comigo a intenção de associar equilibradamente a investigação ao objetivo de salvar os gorilas de montanha em risco, por mim estudados a partir do acampamento-base nas montanhas ruandesas de Virunga, na África Central.
Senti esta morte como provavelmente o mais triste dos acontecimentos ocorridos durante todos os anos em que partilhei as vidas quotidianas dos gorilas de montanha, atualmente reduzidos a uns escassos 220 indivíduos – número que baixou para metade, em apenas 20 anos.
A verdade é que não tinha qualquer vergonha em chamar-lhe “o meu adorado Digit”.
E agora a mágoa fazia crescer em nós a ira-raiva contra os caçadores furtivos que tinham cometido a carnificina.
Mas a caça furtiva é apenas um entre muitos fatores de pressão que levaram o gorila de montanha à beira da extinção.
Entre as ameaças contam-se o alargamento da presença humana, a deflorestação, a recolecção ilegal e a atividade turística.
O triste fim de Digit em 1977 foi uma tragédia, mas, ao longo da minha investigação, acontecimentos devastadores como este foram equilibrados pela recompensa de muitos progressos no nosso conhecimento sobre estes primatas extraordinários.”
SINOPSE DO FILME “NAS MONTANHAS DOS GORILAS”
O presente filme trata-se do registro cinematográfico das atividades desenvolvidas pela pesquisadora e especialista em primatas, Dian Fossey, interpretada pela atriz Sigourney Weaver. O contexto inicia-se na segunda metade década culturalmente efervescente dos anos sessenta, onde, a cientista é contratada pelo pesquisador Louis Leakey para realizar o censo e estudos comportamentais dos gorilas existentes na África, especificamente na região de Ruanda, na conhecida Montanha dos Gorilas. Em princípio quase em descrédito e descaso pelo seu contratante Louis devido à sua inexperiência, é deixada em Ruanda para realizar sozinha a pesquisa, desafio que aceita, mesmo pega de surpresa, pois não dominava os costumes, a língua do povo do lugar e nem mesmo conhecia o local que realizaria a pesquisa.
O desenvolvimento de sua pesquisa fora tomando forma e conteúdo através de seus experimentos e do prazer vivencial no cotidiano e em cada descoberta e surpresas que a montanha lhe presenteava, tanto as agradáveis quanto as nem tanto; tal fator teceu ainda mais no caráter da pesquisadora o desejo de defender o objeto de sua pesquisa daqueles que até então impunemente eram responsáveis pelo quase extermino dos gorilas existentes na floresta, haja vista os mesmos estarem em fase de extinção devido também à ganância, parcerias espúrias e imorais, bem como a utilização indevida de parte dos corpos mutilados dos símios enquanto troféus e ou utensílios de decoração.
Dian em nome da defesa salvaguarda e preservação dos primatas que aprendeu a amar enfrentou por diversos momentos a ira da polícia, de guerrilheiros, tribos corruptas, crenças locais, traficantes de animais, políticos desonestos. Por se tornar defensora de seus amigos gorilas, pagou com sua própria vida, pois teve uma morte trágica que não fora esclarecida até os dias de hoje.
O nome, pesquisa e as ações da primatologista Dian Fossey tornaram-se mundialmente conhecidos quando obteve apoio midiático e a divulgação de suas pesquisas, bem como denúncia da realidade político ambientalista que enfrentava. A revista National Geográphic tornou-se ainda mais conhecida no setor científico através de filmagens, reportagens e fotografias, trazendo à tona as condições que se encontravam os gorilas, enfatizando a urgente necessidade de ações que visassem a preservação da espécie e criação/expansão de reservas ambientais, que deveriam sistemática e constantemente supervisionadas, mantidas, vigiadas e salvaguardadas para que os animais possam ter chances de sobrevivência e continuidade da espécie. O mundo se conscientizou e se sensibilizou com a causa que Dian defendeu, e muitas organizações internacionais se aliaram a ela.
Pioneira em suas ações e metodologias, tornou-se referencia internacional na pesquisa de campo, demonstrando também que o cientista/pesquisador deve sim ter postura de distanciamento, mas quando necessário deve,por questões de ética e de moral intervir para que o objeto de sua pesquisa possa ser preservado. Outra questão observada é a aparente necessidade que ela desenvolveu de inserir-se diretamente no contexto para que pudesse obter aproximação devida e aceitação do grupo que ela estudava.