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15 de mai. de 2015

As pegadas deixadas por Gulliet o Leão rebatizado de Ravi

O leão Ravi já chegou ao Santuário do Rancho dos Gnomos, onde agora ele irá viver, vindo do Mato Grosso até São Paulo, mas antes que a história do leão Ravi comece, vamos voltar no tempo e ver as pegadas deixadas por Gulliet seu antigo nome de circo.

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Desde 2002 já consta na internet que os animais do Circo Zanchettini - um tigre, dois leões, três cavalos, três pôneis, dois avestruzes, uma lhama e um cão, se apresentavam regularmente no festival promovido pela Universidade Federal do Paraná - do qual muitos universitários reclamaram a reitoria a exploração dos animais pelo circo.

O leão era chamado Gulliet, a Leoa de Laila, o tigre siberiano era chamado de Simbá, e o avestruz de Shrek, e um dos cavalos o Champa ficou conhecido como cavalo bêbado.

A reportagens antigas citam que o leão e a leoa, tinham nascido no circo e que eram um casal, enquanto que as reportagens recentes dizem que a leoa era mãe do leão Gulliet.

No entanto nenhuma das duas alternativas parece ser a correta, já que o leão  Gulliet ficava na mesma jaula que o tigre siberiano Simbá, e nunca teria se apresentado no picadeiro junto da leoa.

Em abril de 2009, durante uma Audiência Pública Contra Uso de Animais em Circos na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a representante do Conselho Nacional de Circos Itinerantes do Brasil, era Edlamar Maria Cabral Zanchettini,  do Circo Zanchettini, que rechaçou as denúncias de maus tratos aos animais. Admitiu que as denúncias são muitas, mas sustentou que não têm fundamento, “que os vídeos mostrados por essas entidades são montagem, e as fotos irreais. “Um leão custa 200 mil reais. Acham que vamos judiar de 200 mil reais?”, questionou.

No entanto quando enfim o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), atendeu as denúncias feitas pela população de Morrinhos/GO, por ocasião da instalação do circo na cidade, e constatou que os grandes felinos estavam no circo, que não comprovou a origem dos animais e nem tinha licença para mante-los ou exibi-los, os Zanchettini’s  recorreram à Justiça para impedir que o órgão ambiental apreendesse os animais, alegando que não cometeu maus tratos contra eles tendo sido, inclusive, arquivado procedimento criminal sobre isso.

Enquanto o processo corria, Simbá o tigre siberiano sumiu, dizem que morreu em dezembro de 2012, mas ninguém diz onde está enterrado.

Também Laila a Leoa, que supostamente seria a mãe de Gulliet morreu depois, e também não se sabe onde ela foi enterrada, se é que esse era o procedimento – uma vez que é dessa forma que se pode ‘desaparecer’ com esse ou aquele animal de um circo ou de um mantenedouro, deveria haver uma lei que o obrigasse que quando um animal licenciado morresse, houvesse um laudo de veterinário determinado a causa, o estado do animal e a destinação do corpo, a ser encaminhado aos órgãos competentes para averiguação.

As pessoas parecem não atentar ao fato de que quando os circos dizem que os animais morrem, as carretas que os conduziam misteriosamente desaparecem, quando poderiam ser utilizadas pelos animais sobreviventes que ganhariam um espaço a mais, o que demonstra claramente que a morte de um animal em um circo pode muito bem ser o reaparecimento do mesmo animal com outro nome em outro circo.

Em Junho de 2013, a Advocacia-Geral da União (AGU) assegurou, na Justiça, atuação de maus tratos por utilizar animais exóticos, sem autorização ambiental contra o Circo Zanchettini Ltda. De acordo com os procuradores federais, a autuação do Ibama se deu pela utilização sem a autorização do órgão, conforme prevê o Decreto nº 6.514/2008. Além disso, ressaltaram que a empresa tentou alegar que os grandes felinos seriam de idade avançada e nascidos em cativeiro, mas não comprovou a origem dos animais.

Acolhendo os argumentos das procuradorias da AGU, o Juízo Federal da 7ª Vara de Goiás negou o pedido do circo. Na decisão, o magistrado destacou, ainda, que o fato de ter sido arquivado procedimento criminal para apuração da conduta de maus tratos não afeta o processo administrativo instaurado pelo Ibama pois "como as esferas de apuração de crimes e ilícitos administrativos são distintas e autônomas, não é necessário que se verifique a ocorrência de prática de crimes para que se prossiga com as apurações no âmbito administrativo".

Por melhor que seja a intenção dos artistas e administradores de circos, de se considerar humanitário o tratamento dispensado a animais que passam toda a vida confinados em cativeiro impróprio, sem o necessário enriquecimento ambiental, e que se submetem ao estresse do adestramento, das apresentações e das viagens constantes. Para realizar tarefas como dançar, andar de bicicleta, tocar instrumentos, pular em argolas (com ou sem fogo), cumprimentar a plateia, entre outras proezas, os animais são submetidos a treinamento que, regularmente, envolve chicotadas, choques elétricos, chapas quentes, correntes e outros meios que os violentam, e que os privam de seus hábitos e de seus instintos.

Curiosamente o Zanchettini, como muitos outros circos itinerantes, tem em comum que sua sede seria no Paraná, estado que por muitos anos abrigou na cidade de Maringá, um conhecido criadouro de leões e tigres, suspeito de abastecer os circos brasileiros e da América do Sul, com os filhotes nascidos no local.

E o mais preocupante ainda é o fato de que os grandes felinos circularam pelo Brasil durante quase 20 anos, em um circo que recebia verbas federais, estaduais e municipais para se apresentar sem que nenhuma autoridade tivesse verificado a documentação e a procedência dos animais?

O circo Zanchettini disse que estava doando o leão, porque com a morte da leoa não tinha como apresentar o show – no entanto não consta nenhum registro de que o Gulliet fazia algum número junto de Laila.

Na época das denúncias, os frequentadores do circo diziam que as fotos e vídeos postados eram falsas ou manipuladas, mas quando o Sr. Mario Zanchettini resolveu ao invés de entregar o leão ao IBAMA, foi pessoalmente levar o animal e doa-lo a Associação Amigo dos Animais de Barra do Garças/MT - os admiradores do circo se calaram frente ao verdadeiro tamanho da carreta cheia de fezes, em que Gulliet vivia.

Sem estrutura para recebê-lo, o ambientalista e presidente da ONG, Francisco Cândido da Silva (Garrincha), iniciou uma campanha para a construção de um local para acomodá-lo e com a ajuda de amigos e voluntários iniciaram as obras, que resultaram em um recinto de 450m², graças a colaboração e doações a entidade, que mantém um trabalho em conjunto com Corpo de Bombeiros, para auxiliar no resgate de animais silvestres, atingidos por incêndios e outras ocorrências na região.

Quando aos outros animais exóticos como a lhama e as avestruzes, não consta nenhuma notícia se o circo tinha a documentação, se morreram ou se foram apreendidos.

No Brasil, somente onze estados já aprovaram leis que proíbem os circos de se apresentarem com animais, são eles: Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, e São Paulo.

O Projeto de Lei 7291/06, que proíbe o uso de qualquer tipo de animal em circos no Brasil, apesar de já ter sido aprovado em todas as comissões da Câmara dos Deputados, está pronto para ser votado, mas para que o PL seja votado pelo Plenário da Câmara, é necessário que os líderes dos partidos o coloquem na pauta.

Isso quase aconteceu em 03/03/2015, quando a discussão foi adiada em face do encerramento da sessão. Após essa etapa, segue para apreciação do Senado e, depois, para a sanção presidencial para virar lei.

Assine a petição criada pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA), para pressionar que os parlamentares parem de adiar essa importante decisão e comprometam-se a votar e aprovar esse PL.(click aqui)

O novo nome  do leão, simboliza o início de uma nova vida e é uma forma do animal não se identificar mais com as experiências do passado (neste caso, com a vida que teve no circo).

No santuário do Rancho dos Gnomos, ele será minuciosamente examinado para que todas as sequelas deixadas pelos anos em que esteve enjaulado dentro do Circo da família Zanchettini, possam ser curadas ou aliviadas, com os métodos tradicionais e com os alternativos como acupuntura, florais, quiropraxia e massagem.

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Referências:

http://agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/242950

http://www.folhamt.com.br/artigo/17596/Leao-Gulliet-e-transferido-mesmo-com-pedidos-de-fica

http://www.araguaianoticia.com.br/noticia/7893

http://institutocahon.blogspot.com.br/2012/03/polemica-por-tras-do-espetaculo.html

https://www.youtube.com/watch?v=BtBccb6ij6g

http://lancenoar.com.br/site/index.php/noticias-do-lance/884-passeio-ciclistico-em-barra-do-garcas-em-prol-a-ong-amigo-dos-animais

http://doresdoindaia.blogspot.com.br/2009/02/o-circo-chegou.html

http://www.proec.ufpr.br/festival2003/links/imagens.htm

http://m.noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/25/mp-go-investiga-maus-tratos-a-animais-de-circo-de-goiania-artistas-dizem-que-bichos-sao-da-familia.htm

http://alvonoticias.blogspot.com.br/2007/11/blog-post_15.html

http://guinnessbrasil.blogspot.com.br/2007/02/mrcia-zanchettini-bate-recorde-na.html

http://www.proec.ufpr.br/festival2003/links/imagens.htm

http://araguaianoticia.com.br/noticia/7957

http://ubiranews.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html

http://sopaes.blogspot.com.br/2009/04/leia-o-que-aconteceu-na-audiencia.html

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2002/08/34799.shtml

9 de fev. de 2015

Animais Resgatados ainda aguardam por um presente de Natal

O fim de ano passou, mas a campanha ainda não acabou! Até o dia 15 de março de 2015, você pode participar do “Natal Animal”, projeto que visa beneficiar animais de diversos abrigos e santuários brasileiros, entre os quais a ONG Chicote Nunca Mais de Gravataí/RS, o Projeto Mucky em Itu/SP, e o Santuário das Fadas em Itaipava/RJ.

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Criado em 2010, o Natal Animal é uma campanha que arrecada dinheiro e reverte os recursos em “presentinhos” para os animais. Os itens doados são utilizados nos
cuidados básicos da bicharada e na manutenção dos espaços onde vivem.

A meta da campanha é arrecadar, no mínimo, R$ 350,00 para cada animal. Para participar, você pode doar através do próprio site do Natal Animal (usando o PagSeguro ou o PayPal) ou por meio de depósito bancário (é importante entrar em contato para que sua doação seja
identificada).

Conheça mais sobre este projeto no site: www.natalanimal.com.br

7 de fev. de 2015

Elefanta que foi cegada por circo é resgatada por Santuário

Suzy está livre do circo, agora ela está a salvo, ela pode não nos enxergar mas sente o nosso carinho.

Já percorremos 500 km até agora em seu caminho para a liberdade! Agora ela está dentro do caminhão, bem alimentada com o lanche que lhe demos na estrada, ela vai chegar em nosso centro de resgate em apenas alguns dias. Agradecemos a todos que fizeram doações que viabilizaram esse resgate, informou emocionado o chefe da equipe de resgate da Wildlife SOS Índia.

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Suzy está sendo levada para o Centro de Elefantes em Mathura na Índia, onde estão Maya, Rajesh e Bijli, três elefantes que também foram foram resgatados de circos pela Wildlife SOS Índia em colaboração com o Projeto Elefante e o Departamento Florestal Uttar Pradesh, e estão sendo reabilitados.

Em 2010, o governo indiano declarou o Elefante "patrimônio nacional" na Índia. Na época um relatório apontava que lá viviam 60% dos elefantes da Ásia, 25 mil exemplares, dos quais 3,5 mil estavam em cativeiro. Suzy é apenas a primeira dos restantes 67 elefantes de circo que estão sendo autorizados a se aposentar depois que a Índia em 2013, criou uma proibição nacional contra a apresentação de paquidermes em shows de animais.  A Wildlife SOS Índia, com a ajuda do governo,  agora trabalha para assegurar que todos os elefantes de circo encontrem novos lares em santuários onde eles podem estar novamente entre elefantes e a natureza.

Por causa de seu tamanho, os elefantes sofrem as piores torturas e crueldades de seus domadores. Correntes e ganchos – e a lembrança permanente da dor, são os elementos comuns usados no treinamento dos elefantes explorados para o entretenimento.   Acorrentados pelas quatro patas para que não possam se mexer e espancados, diariamente, por cerca de um mês, até aprenderem a ficar de joelhos, levantar as patas, e sentar como um humano.

As surras são dadas com bastões que com sua ponta metálica pontiaguda e afiada como um gancho, que é fincada nas partes mais sensíveis e moles dos elefantes, como por trás das orelhas, ou sob o queixo e também nas partes genitais.


Muitos domadores costumam acertar entre os olhos dos elefantes, e aparentemente foi dessa maneira que Suzy ficou cega, acertada pelo ankus – nome dado ao ‘gancho’ para para magoar e aterrorizar o animal. Um membro da equipe de resgate comentou; ‘Pensamos que a perda da visão pode ser devido ao uso do  gancho que poderia ter furado o olho dela acidentalmente.’

Picando, esfaqueando ou batendo com ganchos ou correntes, os elefantes são treinados para os espetáculos circenses.

Além das marcas evidentes de sofrimento físico, as equipes de resgate dizem que ela também mostrou sinais de sofrimento mental devido aos anos com o circo.

"Suzy é uma elefante tão delicada que é difícil de acreditar que alguém poderia ser cruel e abusivo com ela", disse o veterinário da Wildlife SOS veterinário em um comunicado."Ela tem muitos abcessos, lesões e problemas crônicos que necessitam de intervenção veterinária. Seus pés também estão em muito mau estado e ela precisa de cuidados urgentes. Estou ansioso para trabalhar com ela e fazê-la livre da dor e do medo em nosso centro de resgate.

No Brasil vários elefantes ainda sofrem em circos e em zoos. O primeiro Santuário de Elefantes da América Latina seja construído aqui pelo grupo da ElephantVoices. Saiba mais clicando aqui.

A Wildlife SOS lista como é a vida de um elefante em um circo na Índia

  • Os elefantes são frequentemente mantidos algemados por todas as quatro pernas, durante 23 horas por dia.
  • Eles infelizmente suportam uma vida de escravidão e miséria.
  • Os elefantes estão confinados a espaços apertados e sem higiene. Tem que defecar, urinar, comer, beber e dormir - tudo no mesmo lugar.
  • Eles são obrigados a realizar truques que não são naturais para eles como ficar de ponta-cabeça, sentando-se sobre duas pernas, brincando com fogo, etc.
  • Seu acesso a água potável, alimentos e cuidados veterinários é severamente restrito.
Na religião Hindu, predominante na Índia, apesar do elefante ser venerado, eles são explorados e torturados para aprenderem truques e se apresentarem nos circos e também nas ruas pedindo esmolas, como foi o caso do elefante Rajú, que chorou ao ser resgatado em Julho de 2014, depois de passar 50 anos mendigando pelas ruas, e  preso por correntes que perfuravam suas patas.


Enquanto pelo mundo diversos grupos lutam para salvar os animais de serem torturados pelos circos, o cineasta brasileiro Cacá Diegues está produzindo um filme a favor do uso de animais pelos circos.

As filmagens estão acontecendo em Portugal, dentro de um circo cujo dono já foi filmado espancando o elefante durante um espetáculo. Victor Hugo Cardinali diz ter comprado 8 elefantes em 1988, e hoje somente 2 elefantes se apresentam no circo que eleva seu nome. Clique aqui para saber mais.