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7 de abr. de 2015

A Toninha que sobreviveu mais tempo em cativeiro será libertada

Ainda não havia registros de recuperação de toninhas em cativeiro, especialmente nas condições em que Pepê se encontrava. A toninha é uma das espécies de golfinho mais ameaçada de todo Atlântico Sul Ocidental e atualmente é a única espécie de pequeno cetáceo ameaçada de extinção no Brasil, segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

A Toninha que sobreviveu mais tempo em cativeiro

Um casal de banhistas encontrou o animal encalhado na faixa de areia e o levou de carro até o Aquário de Peruíbe, que encaminhou a toninha para o Cetas Marinho. Pepê ganhou este nome porque foi encontrada em Peruíbe.

O estado de saúde da golfinho fêmea era grave e sua recuperação era muito difícil, já que a mesma não conseguia nem flutuar e nem se alimentar sozinha. Monitorada o tempo todo e tendo seu corpo molhado regularmente, foi alimentada por sonda e colocada por sobre um flutuador, a Toninha que chegou bastante ferida por redes e com sinais de afogamento, e que teve a capacidade pulmonar prejudicada, seria libertada hoje.

A soltura seria nessa terça-feira (7), no Guarujá, com destino a Ilha Queimada Pequena, em Peruíbe,mesmo local onde foi encontrada, e onde poderia reencontrar com sua família, mas devido ao mau tempo e ao mar revolto, o Corpo de Bombeiros, que levaria o golfinho, decidiu esperar pela melhoria das condições climáticas, quando então uma nova data ainda será marcada pela equipe do Cetas para a soltura.

Pepê, que tem cerca de três meses e um metro de comprimento, sobreviveu ao tratamento. Internada há quase 2 meses no Cetas Marinho - já nada sem a ajuda de flutuadores e emite sons, surpreendeu a todos. ‘Não há casos de recuperação de toninhas em cativeiro, especialmente nessas condições”, informou a  médica veterinária Mariana Zillio coordenadora do Instituto Gremar.

O Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos (Cetas), mantido pela Prefeitura do Guarujá, é uma unidade da Secretaria de Meio Ambiente, que mantém parceria com o Instituto Gremar de Pesquisa, Educação e Gestão Ambiental, para cuidar de animais marinhos vítimas de acidentes ou intoxicação encontrados no Litoral.

Os técnicos do Cetas orientam: “Quem achar animais nas praias ou áreas urbanas, sejam em que condições, não devem se aproximar ou tocá-los. Os bichos são selvagens, portanto desenvolvem os seus mecanismos de autodefesa. Sendo assim, eles podem morder, bicar, enfim, podem ferir e até transmitir doenças. Por isso, é imprescindível que as pessoas, ao avistarem um bicho, acionem os guarda-vidas, a Polícia Ambiental ou a nossa equipe.”

O Cetas/Gremar está localizado no quilômetro 14,5, da Rodovia Guarujá/Bertioga. O telefone da unidade é 3386-3110.

Um dos objetivos do Cetas é a pesquisa científica. “O estudos de bioacústica irão ampliar o conhecimento científico sobre a espécies”, ressaltou a veterinária Andréia Maranho, que entrou em contato com outras instituições para o desenvolvimento das pesquisas.

"No Brasil, é inédito um animal dessa espécie sobreviver tanto tempo em cativeiro. A toninha é uma espécie de golfinho “Pontoporia blainvillei”, que habita apenas no Atlântico Sul, do Espírito Santo à Patagônia. É um animal discreto, vive em águas escuras e por sua coloração é de difícil observação e está em extinção", explicou a bióloga e pesquisadora Annelise Colin Holz do Projeto Toninhas da Universidade de Joinvile-Univile.

Franciele Resende de Castro, ressaltou a importância de desenvolver estudos sobre a espécie: "É um animal muito raro. Não é fácil manter o animal dessa espécie tanto tempo fora de seu habitat. Temos que unir esforços e avançar nas pesquisas", disse a bióloga da Universidade Federal de Juiz de Fora.

 

toninha_thumb[1]

Como Ajudar um Golfinho Encalhado_thumb[1]

   

23 de mar. de 2011

Tsunami leva Toninha para campo de arroz

 

Os voluntários que estão resgatando os animais de estimação, nas áreas atingidas pelo terremoto e o tsunami no Japão, não acreditavam no que ouviram ao telefone na manhã de 22 de março de 2011.

-"Há um golfinho dentro dos campos de arroz!", Disse o interlocutor.

Voluntário: - “Onde em qual local?

Interlocutor: - “A dois quilômetros da praia no interior da costa em Sendai!”

E lá foram eles, para salvar mais uma frágil vida.

O Sr. Taira Ryo (32), dono de uma loja de produtos para animais a “Dogwood” em Sendai, até tinha planejado visitar Ishinomaki naquele dia.Desde o terremoto, ele e mais 30 voluntários passaram a resgatar animais de estimação que foram separados de seus donos e também a abrigar os animais, que já não conviviam bem nos abrigos mistos para os refugiados da tragédia. Até essa data, eles estavam com um total de 80 animais entre cães e gatos.

Ele disse que demorou algum tempo para entender aquele estranho telefonema. Mas acelerou sua Van, em direção a Ishinomaki.E ao chegar, avistou alguma coisa se contorcendo dentro do campo de arroz, mas que agora estava inundado com a água do mar.

Era uma toninha (nome científico Neophocaena phocaenoides)

toninha

A pessoa que ligou para pedir ajuda, foi o Sr. Masayuki Sato (55). Ele estava passando com sua bicicleta, no trajeto que faz entre o abrigo e os destroços do que antes era a sua casa, ouviu o espirro de água e notou um objeto marrom escuro dentro da poça de água, onde antes havia um campo de arroz..

"Como fui eu que o achei, eu sabia que “eu tinha” que fazer alguma coisa”.

- “A Toninha também foi mais uma vítima da tsunami!”, disse o Sr. Sato.

No centro de refugiados, onde ele está abrigado, havia um cartaz com um número de telefone, para quem necessita-se chamar o resgate para animais, e ele voltou ao abrigo e ligou para o número, pois sabia que aquela seria a última esperança para salvar o animal.

O Sr. Taira, e um casal de amigos, que foram ao local indicado, fizeram uma maca com as peças de carros e um colchonete (também chamado de futon no Japão), que encontraram nos destroços que estavam por ali.

-“Tentei pegar o golfinho, com um pedaço de rede, mas sem sucesso.

Como só é possível entrar na área dos destroços com botas de borracha alta, o Sr. Taira que já estava preparado, entrou na água e o pegou em seus braços.

Todos os aquários da prefeitura foram danificados pelo terremoto e o tsunami, e não havia como contatá-los por telefone, então eles receberam alguns conselhos, através de alguns conhecidos, que foram orientados por um veterinário, que disse a eles, que a única coisa que eles podiam fazer era cobri-lo com toalhas molhadas e sobre um piso molhado, até que eles conseguissem devolve-lo ao mar.

E entre as pilhas de detritos, casas e carros contorcidos, eles foram abrindo caminho com a Van, até chegar à praia, e lá foram puxando-o pela cauda, o mais longe que puderam, até que ele se lançou pulando a onda e indo para o oceano.

E enquanto observava a Toninha nadar mesmo devagar, pensava que ela já estava bem distante. Eu não sei se ela vai sobreviver, mas é muito melhor do que morrer dentro de um campo de arroz”, disse ele.

Especialistas relataram que o local é o limite norte do habitat natural dessa espécie de Toninha.

Pelo seu tamanho e coloração, eles presumem se tratar de um filhote que foi separada de sua mãe.

Se você quiser enviar um e-mail de agradecimento ao senhor Taira pela sua dedicação, seu e-mail comercial é:

http://www.dogwood-jp.com/mail.htm

 

Artigo original por Yasunobu Shisui (泗水 康 信) de Asahi

Shimbun: http://www.asahi.com/national/update/0322/TKY201103220507. Html

Traduzido do Japonês para o Inglês por Varnam Simon

Adaptação p/ português: Marli Delucca.