15 de mai. de 2015
As pegadas deixadas por Gulliet o Leão rebatizado de Ravi
O leão Ravi já chegou ao Santuário do Rancho dos Gnomos, onde agora ele irá viver, vindo do Mato Grosso até São Paulo, mas antes que a história do leão Ravi comece, vamos voltar no tempo e ver as pegadas deixadas por Gulliet seu antigo nome de circo.
Desde 2002 já consta na internet que os animais do Circo Zanchettini - um tigre, dois leões, três cavalos, três pôneis, dois avestruzes, uma lhama e um cão, se apresentavam regularmente no festival promovido pela Universidade Federal do Paraná - do qual muitos universitários reclamaram a reitoria a exploração dos animais pelo circo.
O leão era chamado Gulliet, a Leoa de Laila, o tigre siberiano era chamado de Simbá, e o avestruz de Shrek, e um dos cavalos o Champa ficou conhecido como cavalo bêbado.
A reportagens antigas citam que o leão e a leoa, tinham nascido no circo e que eram um casal, enquanto que as reportagens recentes dizem que a leoa era mãe do leão Gulliet.
No entanto nenhuma das duas alternativas parece ser a correta, já que o leão Gulliet ficava na mesma jaula que o tigre siberiano Simbá, e nunca teria se apresentado no picadeiro junto da leoa.
Em abril de 2009, durante uma Audiência Pública Contra Uso de Animais em Circos na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a representante do Conselho Nacional de Circos Itinerantes do Brasil, era Edlamar Maria Cabral Zanchettini, do Circo Zanchettini, que rechaçou as denúncias de maus tratos aos animais. Admitiu que as denúncias são muitas, mas sustentou que não têm fundamento, “que os vídeos mostrados por essas entidades são montagem, e as fotos irreais. “Um leão custa 200 mil reais. Acham que vamos judiar de 200 mil reais?”, questionou.
No entanto quando enfim o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), atendeu as denúncias feitas pela população de Morrinhos/GO, por ocasião da instalação do circo na cidade, e constatou que os grandes felinos estavam no circo, que não comprovou a origem dos animais e nem tinha licença para mante-los ou exibi-los, os Zanchettini’s recorreram à Justiça para impedir que o órgão ambiental apreendesse os animais, alegando que não cometeu maus tratos contra eles tendo sido, inclusive, arquivado procedimento criminal sobre isso.
Enquanto o processo corria, Simbá o tigre siberiano sumiu, dizem que morreu em dezembro de 2012, mas ninguém diz onde está enterrado.
Também Laila a Leoa, que supostamente seria a mãe de Gulliet morreu depois, e também não se sabe onde ela foi enterrada, se é que esse era o procedimento – uma vez que é dessa forma que se pode ‘desaparecer’ com esse ou aquele animal de um circo ou de um mantenedouro, deveria haver uma lei que o obrigasse que quando um animal licenciado morresse, houvesse um laudo de veterinário determinado a causa, o estado do animal e a destinação do corpo, a ser encaminhado aos órgãos competentes para averiguação.
As pessoas parecem não atentar ao fato de que quando os circos dizem que os animais morrem, as carretas que os conduziam misteriosamente desaparecem, quando poderiam ser utilizadas pelos animais sobreviventes que ganhariam um espaço a mais, o que demonstra claramente que a morte de um animal em um circo pode muito bem ser o reaparecimento do mesmo animal com outro nome em outro circo.
Em Junho de 2013, a Advocacia-Geral da União (AGU) assegurou, na Justiça, atuação de maus tratos por utilizar animais exóticos, sem autorização ambiental contra o Circo Zanchettini Ltda. De acordo com os procuradores federais, a autuação do Ibama se deu pela utilização sem a autorização do órgão, conforme prevê o Decreto nº 6.514/2008. Além disso, ressaltaram que a empresa tentou alegar que os grandes felinos seriam de idade avançada e nascidos em cativeiro, mas não comprovou a origem dos animais.
Acolhendo os argumentos das procuradorias da AGU, o Juízo Federal da 7ª Vara de Goiás negou o pedido do circo. Na decisão, o magistrado destacou, ainda, que o fato de ter sido arquivado procedimento criminal para apuração da conduta de maus tratos não afeta o processo administrativo instaurado pelo Ibama pois "como as esferas de apuração de crimes e ilícitos administrativos são distintas e autônomas, não é necessário que se verifique a ocorrência de prática de crimes para que se prossiga com as apurações no âmbito administrativo".
Por melhor que seja a intenção dos artistas e administradores de circos, de se considerar humanitário o tratamento dispensado a animais que passam toda a vida confinados em cativeiro impróprio, sem o necessário enriquecimento ambiental, e que se submetem ao estresse do adestramento, das apresentações e das viagens constantes. Para realizar tarefas como dançar, andar de bicicleta, tocar instrumentos, pular em argolas (com ou sem fogo), cumprimentar a plateia, entre outras proezas, os animais são submetidos a treinamento que, regularmente, envolve chicotadas, choques elétricos, chapas quentes, correntes e outros meios que os violentam, e que os privam de seus hábitos e de seus instintos.
Curiosamente o Zanchettini, como muitos outros circos itinerantes, tem em comum que sua sede seria no Paraná, estado que por muitos anos abrigou na cidade de Maringá, um conhecido criadouro de leões e tigres, suspeito de abastecer os circos brasileiros e da América do Sul, com os filhotes nascidos no local.
E o mais preocupante ainda é o fato de que os grandes felinos circularam pelo Brasil durante quase 20 anos, em um circo que recebia verbas federais, estaduais e municipais para se apresentar sem que nenhuma autoridade tivesse verificado a documentação e a procedência dos animais?
O circo Zanchettini disse que estava doando o leão, porque com a morte da leoa não tinha como apresentar o show – no entanto não consta nenhum registro de que o Gulliet fazia algum número junto de Laila.
Na época das denúncias, os frequentadores do circo diziam que as fotos e vídeos postados eram falsas ou manipuladas, mas quando o Sr. Mario Zanchettini resolveu ao invés de entregar o leão ao IBAMA, foi pessoalmente levar o animal e doa-lo a Associação Amigo dos Animais de Barra do Garças/MT - os admiradores do circo se calaram frente ao verdadeiro tamanho da carreta cheia de fezes, em que Gulliet vivia.
Sem estrutura para recebê-lo, o ambientalista e presidente da ONG, Francisco Cândido da Silva (Garrincha), iniciou uma campanha para a construção de um local para acomodá-lo e com a ajuda de amigos e voluntários iniciaram as obras, que resultaram em um recinto de 450m², graças a colaboração e doações a entidade, que mantém um trabalho em conjunto com Corpo de Bombeiros, para auxiliar no resgate de animais silvestres, atingidos por incêndios e outras ocorrências na região.
Quando aos outros animais exóticos como a lhama e as avestruzes, não consta nenhuma notícia se o circo tinha a documentação, se morreram ou se foram apreendidos.
No Brasil, somente onze estados já aprovaram leis que proíbem os circos de se apresentarem com animais, são eles: Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, e São Paulo.
O Projeto de Lei 7291/06, que proíbe o uso de qualquer tipo de animal em circos no Brasil, apesar de já ter sido aprovado em todas as comissões da Câmara dos Deputados, está pronto para ser votado, mas para que o PL seja votado pelo Plenário da Câmara, é necessário que os líderes dos partidos o coloquem na pauta.
Isso quase aconteceu em 03/03/2015, quando a discussão foi adiada em face do encerramento da sessão. Após essa etapa, segue para apreciação do Senado e, depois, para a sanção presidencial para virar lei.
Assine a petição criada pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA), para pressionar que os parlamentares parem de adiar essa importante decisão e comprometam-se a votar e aprovar esse PL.(click aqui)
O novo nome do leão, simboliza o início de uma nova vida e é uma forma do animal não se identificar mais com as experiências do passado (neste caso, com a vida que teve no circo).
No santuário do Rancho dos Gnomos, ele será minuciosamente examinado para que todas as sequelas deixadas pelos anos em que esteve enjaulado dentro do Circo da família Zanchettini, possam ser curadas ou aliviadas, com os métodos tradicionais e com os alternativos como acupuntura, florais, quiropraxia e massagem.
Leia também
Referências:
http://agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/242950
http://www.folhamt.com.br/artigo/17596/Leao-Gulliet-e-transferido-mesmo-com-pedidos-de-fica
http://www.araguaianoticia.com.br/noticia/7893
http://institutocahon.blogspot.com.br/2012/03/polemica-por-tras-do-espetaculo.html
https://www.youtube.com/watch?v=BtBccb6ij6g
http://doresdoindaia.blogspot.com.br/2009/02/o-circo-chegou.html
http://www.proec.ufpr.br/festival2003/links/imagens.htm
http://alvonoticias.blogspot.com.br/2007/11/blog-post_15.html
http://guinnessbrasil.blogspot.com.br/2007/02/mrcia-zanchettini-bate-recorde-na.html
http://www.proec.ufpr.br/festival2003/links/imagens.htm
http://araguaianoticia.com.br/noticia/7957
http://ubiranews.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html
http://sopaes.blogspot.com.br/2009/04/leia-o-que-aconteceu-na-audiencia.html
21 de abr. de 2015
Performances de animais exóticos está prestes a ser proibida na capital mundial do cinema
São Francisco está prestes a proibir performances usando ursos, leões, elefantes e outros animais selvagens e se juntar a dezenas de outros lugares que têm algum tipo de proibição de utilização de animais exóticos para o entretenimento.
O decreto-lei, ainda aguarda a aprovação final do Conselho de Supervisores da cidade, e se aplicaria aos circos, eventos e filmagens de filmes e programas de televisão.
Gatos, cães e outros animais domesticados são isentos, como são animais utilizados para fins educacionais.
Defensores e adversários concordam que San Francisco seria a maior cidade os EUA a aprovar uma proibição tão abrangente que vai além do circo, por exemplo, e aplica-se a filmagem.
Outras localidades com a proibição de performances de animais exóticos incluem West Hollywood e Huntington Beach, no sul da Califórnia ; Plymouth, Massachusetts , e Greenburgh, New York.
"A primeira coisa a ser notada sobre a legislação é que ela está tentando proteger os animais contra o abuso", disse Katy Tang, a principal legisladora da portaria e uma ávida defensora dos animais - que anos atrás desistiu de comer carne por amor aos animais. A proposta incluiria várias espécies de animais silvestres e exóticos, como macacos, elefantes, leões, tigres, ursos, chimpanzés, cangurus, golfinhos, focas e lontras
"Um papagaio em um ombro, de modo geral, não está sendo forçado a falar", disse Tang. "Contanto que não haja uso de força ou abuso, as pessoas não devem se preocupar."
Tang disse que não é natural para um urso ou elefante se equilibrar em uma bola. E o mais provável, acrescentou, é que ao urso foi negado a comida; com medo e atormentado pelo treinador a se equilibrar em uma bola, os animais executam os atos, o que não é da natureza deles.
Desde 1984, a Sociedade Animais Selvagens Performances (PAWS), tem estado na vanguarda dos esforços para resgatar do uso humano e aposentar em um santuário, os animais que foram vítimas do show-business. A PAWS investiga os relatos enviados de abuso de animais exóticos; a crueldade documentada auxilia na investigação para aliviar o sofrimento de animais selvagens em cativeiro.
A medida vem depois que outras propostas de proteção de animais foram aprovadas em cidades como Los Angeles e Oakland, que proibiu o uso do ‘bullhook’, um espeto de metal, usado para cutucar e infringir dor para poder domar os elefantes. Além disso, Los Angeles e Oakland. Um senador do estado da Califórnia quer que a medida seja aprovada em todo o estado.
Em março desse ano, a Feld Entertainment, a empresa-mãe do circo Ringling Bros e Barnum & Bailey Circus, anunciou em março que iria ‘aposentar’ seus elefantes em 2018. A divulgação da ‘aposentadoria dos elefantes’ rendeu ao circo uma tremenda publicidade, e com isso a revelação da verdade – os elefantes estão doentes com tuberculose. Assim a cada elefante que não mais se apresentasse no circo – por ter morrido – seria considerado pelo público como aposentado.
Leia também: Tuberculose é a verdadeira causa da aposentadoria dos elefantes do circo Ringling Bros
Quando aprovada a portaria de São Francisco, começaria a valer em cerca de 30 dias , proíbe animais como os guaxinins de serem obrigados a fazer truques, e de serem treinados para fazerem exibições.
Susannah Greason Robbins, diretora executivo da Comissão de Filmes de São Francisco, disse que não viu quaisquer produções na cidade utilizarem animais exóticos nos quase cinco anos ela dirigiu o escritório.
"Eu entendo a necessidade de o decreto-lei para proteger esses animais, aqui em San Francisco", disse ela.
30 países e centenas de estados e cidades pelo mundo já proíbem animais em circos
Áustria, Holanda, Suécia, Índia, Finlândia, Suíça, Dinamarca, Argentina e vários outros países da Europa e alguns estados dos Estados Unidos proíbem shows com animais. “Lamentavelmente, quando o espetáculo termina, nem todos voltam pra casa. Alguns estão obrigados a voltar para trás das grades. Qual o motivo de sua condenação?”, questiona a organização defensora dos direitos dos animais AnimaNaturalis.
“O uso de animais em circos é cruel, ultrapassado, e agora é reconhecido na legislação em 30 países”, disse Jan Creamer, presidente da ADI, a Animal Defender International, que durante anos liderou várias investigações da crueldade as quais os animais de circos eram submetidos para se apresentar nos picadeiros.
Durante uma série de investigações da ADI em Portugal, Victor Hugo Cardinal foi filmado espancando um elefante durante a apresentação ao público no circo que leva seu nome. Depois de muita perseguição pela imprensa portuguesa sobre o incidente, ele declarou em um programa de rádio:
“Eu bati no elefante porque ele não queria fazer o exercício, e isso não nego. Não podemos deixar que um animal faça aquilo que quer, ou então não há respeito, e o domador não está ali a fazer nada”
As inúmeras evidências de que os animais não apresentam comportamentos naturais nos circos – e que todos os circos sem excesão, usam de metódos crueis e dolorosos para dominar os animais, que ao longo dos anos tem tanto pavor de voltarem a sofrer – que passam a executar os ‘truques’ quase que automaticamentes, fez crescer a pressão mundial contra os circos que utilizam animais.
Leia também: Fumaça e Fogo no Circo com Animais de Cacá Diegues em Portugal
Uma vez que o tráfico e a apresentação com animais rende milhões – os ‘gigolos’ de animais tendem a usar de vários artificios para continuar a iludir o grande público. Para tanto atores em fim de carreira, e um diretor brasileiro que nunca chegará a Hollywood, foram financiados tanto por interesses brasileiros como portugueses para produzir um filme intitulado ‘O Grande Circo Místico’, nos quais os elefantes e o circo são os mesmos que foram filmados pela ADI, sendo espancados no circo Victor Hugo Cardinalli.
Junte-se a campanha da Comunidade Cidadãos Pelos Circos Sem Animais - CCCA, a campanha de BOICOTE ao filme "O Grande Circo Místico – Eu NÃO vou assistir, e tu?
Vamos mostrar a eles nossa cara de descontentamento e criar um álbum de fotografias com o maior numero possível de pessoas que vão boicotar o filme.
Como participar:
1 - Imprimir numa folha o cartaz com a frase aqui: http://goo.gl/QEzjf2
2 - Tirar uma fotografia com a folha;
3 - Enviar a fotografia por favor para o mail circossemanimaisportugal@gmail.com ou por mensagem privada na pagina do CCSA;
4 - O CCSA irá publicar as fotografias no álbum criado para esta campanha. Depois podem identificar-se e partilhar o mais possível.
9 de mar. de 2015
Tuberculose é a verdadeira causa da aposentadoria dos elefantes do circo Ringling Bros
A tuberculose é um dos mais relevantes problemas de saúde pública no mundo, sendo considerada em sua essência uma “epidemia lenta”, que ressurge nos dias de hoje devido o aumento da exploração animal, se transformando em emergência global.
A tuberculose é uma doença de transmissão respiratória, por meio da inalação de partículas infectantes na forma aerossolisada no meio ambiente, cerca de 5% dos indivíduos em contato podem evoluir para tuberculose ativa em cerca de 2 anos, os outros 95% podem desenvolver a doença anos ou décadas após o primeiro contato, em cerca de 5 a 10% dos casos.
O circo Ringling Bros tentava impedir a divulgação dos registros, de que eles transportaram elefantes doentes para se apresentarem por várias cidades. Os animais sofrem de uma estirpe de tuberculose altamente transmissível para outros elefantes e para os seres humanos, mesmo sem contato direto, como foi reconhecido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, e que podem se transformar numa pandemia nos próximos anos.
Os documentos que durante anos foram mantidos em segredo pelo circo Ringling Bros e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, comprovam que vários funcionários do circo fizeram tratamento para se curar de tuberculose. Assim além das sessões de tortura as quais os elefantes são submetidos nos treinamentos e durante as apresentações, os elefantes com tuberculose sofrem também de dor crônica nas articulações, de diminuição do apetite, de cansaço e mal-estar constante. Tem febre, corrimento nasal e secreção purulenta nos orifícios.
9 de fev. de 2015
Elefantes são salvos por Angelina Jolie mas são Explorados em Apologia aos Circos
A luta para salvar os elefantes e os rinocerontes da mira dos violentos caçadores, travada pelo Dr. Richard Leakey, que além de ser um militante da preservação ambiental, é um renomado paleontólogo e arqueólogo, será contada por Angelina Jolie. Em setembro do ano passado, Jolie assinou o contrato para dirigir o filme intitulado África.
“Eu senti uma profunda conexão com a África e com a cultura africana durante grande parte da minha vida, e o roteiro, escrito de forma magnífica por Eric, conta a história de um homem que decidiu entrar em um violento conflito com os caçadores de elefantes, e que possuía uma profunda compreensão sobre o homem e sua responsabilidade com o mundo em sua volta”, disse Jolie.
Eric Roth, o roteirista é vencedor do Oscar por seu trabalho no texto de ‘Forrest Gump - O Contador de Histórias’, e também responsável pelos roteiros de ‘O Curioso Caso de Benjamin Button’, e outros filmes.
As ameaças aos elefantes são muitas; os bebês são separados de suas mães e vendidos para os circos e zoológicos do mundo. O restante da família segue em perigo da perda de habitat e da matança pelos caçadores – alguns pelo marfim outros por uma foto junto a sua arma como um troféu.
Já o diretor Cacá Diegues, optou por fazer elefantes que foram filmados sendo surrados em um circo em Portugal - trabalharem em seu novo filme, para saber mais click aqui.
Recentemente, uma elefante foi resgatada – depois de ter sido cegada dentro de um circo, mais uma entre tantas provas que já existem sobre a crueldade sobre os circos. Click para saber mais.
De acordo com informações divulgadas pelo site “The Hollywood Reporter”, o ator Brad Pitt estaria em negociação para estrelar o filme “África”, que será dirigido por Angelina Jolie. Ainda de acordo com o site, se a negociação for bem sucedida, Pitt deve interpretar o papel de Richard Leakey, que iniciou sua renomada carreira como um caçador de fósseis, e que ajudou a encontrar os ossos do homem primitivo, mas que, depois, voltou sua atenção para a luta contra a caça ilegal de elefantes e rinocerontes. Pitt deve interpretar parte da vida de Leakey, quando o paleontólogo perdeu as pernas após sofrer um acidente de avião – possivelmente causado pelos caçadores – em 1993.
Filho de um famoso casal de paleontólogos, efetuou o seu primeiro achado arqueológico aos seis anos de idade. Dentre suas descobertas destacam-se os crânios de um Australopithecus Boisei (1969), de um Homo Habilis, (1972) e de um Homo Erectus (1975). Com base nestes achados, Richard Leakey desenvolveria interpretações controversas sobre a origem do homem, colocando em questão muitas das certezas científicas da época sobre o assunto.
Leakey defende que há cerca de três milhões de anos terão coexistido três diferentes tipos de hominídeos, o Australopitecus Boisei, o Australopithecus Africanus e o Homo Habilis, sendo que apenas este último terá sobrevivido, dando mais tarde origem ao Homo Sapiens e ao homem atual. Esta teoria seria depois desenvolvida na obra The Making of Humankind (1981), que tomaria também a forma de série televisiva apresentada por Richard Leakey, na BBC. Ele também é co-fundador da Wildlife Direct, uma ONG criada para preservar os animais no Quênia.
7 de fev. de 2015
Elefanta que foi cegada por circo é resgatada por Santuário
Suzy está livre do circo, agora ela está a salvo, ela pode não nos enxergar mas sente o nosso carinho.
Já percorremos 500 km até agora em seu caminho para a liberdade! Agora ela está dentro do caminhão, bem alimentada com o lanche que lhe demos na estrada, ela vai chegar em nosso centro de resgate em apenas alguns dias. Agradecemos a todos que fizeram doações que viabilizaram esse resgate, informou emocionado o chefe da equipe de resgate da Wildlife SOS Índia.
Suzy está sendo levada para o Centro de Elefantes em Mathura na Índia, onde estão Maya, Rajesh e Bijli, três elefantes que também foram foram resgatados de circos pela Wildlife SOS Índia em colaboração com o Projeto Elefante e o Departamento Florestal Uttar Pradesh, e estão sendo reabilitados.
Em 2010, o governo indiano declarou o Elefante "patrimônio nacional" na Índia. Na época um relatório apontava que lá viviam 60% dos elefantes da Ásia, 25 mil exemplares, dos quais 3,5 mil estavam em cativeiro. Suzy é apenas a primeira dos restantes 67 elefantes de circo que estão sendo autorizados a se aposentar depois que a Índia em 2013, criou uma proibição nacional contra a apresentação de paquidermes em shows de animais. A Wildlife SOS Índia, com a ajuda do governo, agora trabalha para assegurar que todos os elefantes de circo encontrem novos lares em santuários onde eles podem estar novamente entre elefantes e a natureza.
Por causa de seu tamanho, os elefantes sofrem as piores torturas e crueldades de seus domadores. Correntes e ganchos – e a lembrança permanente da dor, são os elementos comuns usados no treinamento dos elefantes explorados para o entretenimento. Acorrentados pelas quatro patas para que não possam se mexer e espancados, diariamente, por cerca de um mês, até aprenderem a ficar de joelhos, levantar as patas, e sentar como um humano.
As surras são dadas com bastões que com sua ponta metálica pontiaguda e afiada como um gancho, que é fincada nas partes mais sensíveis e moles dos elefantes, como por trás das orelhas, ou sob o queixo e também nas partes genitais.
Muitos domadores costumam acertar entre os olhos dos elefantes, e aparentemente foi dessa maneira que Suzy ficou cega, acertada pelo ankus – nome dado ao ‘gancho’ para para magoar e aterrorizar o animal. Um membro da equipe de resgate comentou; ‘Pensamos que a perda da visão pode ser devido ao uso do gancho que poderia ter furado o olho dela acidentalmente.’
Picando, esfaqueando ou batendo com ganchos ou correntes, os elefantes são treinados para os espetáculos circenses.
Além das marcas evidentes de sofrimento físico, as equipes de resgate dizem que ela também mostrou sinais de sofrimento mental devido aos anos com o circo.
"Suzy é uma elefante tão delicada que é difícil de acreditar que alguém poderia ser cruel e abusivo com ela", disse o veterinário da Wildlife SOS veterinário em um comunicado."Ela tem muitos abcessos, lesões e problemas crônicos que necessitam de intervenção veterinária. Seus pés também estão em muito mau estado e ela precisa de cuidados urgentes. Estou ansioso para trabalhar com ela e fazê-la livre da dor e do medo em nosso centro de resgate.
No Brasil vários elefantes ainda sofrem em circos e em zoos. O primeiro Santuário de Elefantes da América Latina seja construído aqui pelo grupo da ElephantVoices. Saiba mais clicando aqui.
A Wildlife SOS lista como é a vida de um elefante em um circo na Índia
- Os elefantes são frequentemente mantidos algemados por todas as quatro pernas, durante 23 horas por dia.
- Eles infelizmente suportam uma vida de escravidão e miséria.
- Os elefantes estão confinados a espaços apertados e sem higiene. Tem que defecar, urinar, comer, beber e dormir - tudo no mesmo lugar.
- Eles são obrigados a realizar truques que não são naturais para eles como ficar de ponta-cabeça, sentando-se sobre duas pernas, brincando com fogo, etc.
- Seu acesso a água potável, alimentos e cuidados veterinários é severamente restrito.
Enquanto pelo mundo diversos grupos lutam para salvar os animais de serem torturados pelos circos, o cineasta brasileiro Cacá Diegues está produzindo um filme a favor do uso de animais pelos circos.
As filmagens estão acontecendo em Portugal, dentro de um circo cujo dono já foi filmado espancando o elefante durante um espetáculo. Victor Hugo Cardinali diz ter comprado 8 elefantes em 1988, e hoje somente 2 elefantes se apresentam no circo que eleva seu nome. Clique aqui para saber mais.
4 de fev. de 2015
Ignorando Sofrimento dos Animais Cineasta Insiste em Filme que Prestigia Circos
‘O Grande Circo Místico’ do cineasta brasileiro Cacá Diegues já está sendo rodado em um ‘conhecido’ circo em Lisboa/Portugal.
A história que deveria ser de amor vivida dentro do circo Knieps – parece ter sido adaptada para contar a história do real Circo Knie, que foi quem inspirou Jorge de Lima, a escrever o poema contido no livro ‘A Túnica Inconsútil’.
“Eu bati no elefante porque ele não queria fazer o exercício, e isso não nego. Não podemos deixar que um animal faça aquilo que quer, ou então não há respeito, e o domador não está ali a fazer nada”. Disse Victor Hugo Cardinali, dono do circo onde será rodado o filme ‘O Grande Circo Místico’ do cineasta brasileiro Cacá Diegues.
DA HISTÓRIA DO POEMA A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CIRCO KNIE
O circo com animais da dinastia Knie, começou em 1803 como uma companhia equestre ambulante, exibição de dança e acrobacias na corda bamba.
Inserindo cada vez mais animais exóticos em seu picadeiro, ao mesmo tempo que tentava se diferenciar dos outros circos com animais que se utilizavam de cavalos, elefantes, camelos leões e tigres – apresentou girafas, leões-marinhos, hipopótamos e até um urso polar.
A utilização de animais no circo Knie continua existir até hoje, em sua sede, às margens do Lago de Zurique, na Suíça, e é hoje uma empresa com capital na bolsa de valores.
Histórias de amor entre humanos não faltaram ao circo desde então; uma das que mais se tornou celebre foi quando a Princesa Sthephanie de Mônaco se apaixonou por Franco Knie, dono da sexta geração do Circo Knie, e levou seus filhos para morar em um dos trailers, e inclusive colocou sua filha para atuar em cima dos elefantes.
Mas as histórias dos animais retirados da natureza, enjaulados, escravizados e torturados até que executassem o ‘espetáculo’ com perfeição, ninguém quer contar.
Além do circo com animais, a família Knie também mantém um Zoo, no qual os elefantes carregam de 5 a 7 pessoas em passeios, e onde um vagão de trem lotado de turistas é puxado por um único cavalo.
Defensores e entidades tentaram dissuadir o co-autor, produtor e diretor Cacá Diegues de utilizar animais no filme que está sendo rodado em um dos circos mais conhecidos pelo abuso e morte de animais em Portugal, país que não possuí nenhuma legislação que coíbe maus-tratos a animais exóticos ou silvestres.
Portugal é o único país do mundo a permitir que em pleno século 21, um leão fosse levado a um estádio de futebol lotado de torcedores, para que seu domador fosse ovacionado, em detrimento do bem-estar animal e da segurança de seus cidadãos.
O dono do Circo Victor Hugo Cardinali, diz se considerar ‘Rei’ em Portugal, no qual ele parece ter o respaldo das autoridades, dos empresários, e da TV Portuguesa. Mesmo tendo sido filmado agredindo um de seus elefantes durante o espetáculo – do qual sua justificativa acima relatada, o fez se transformar em um confesso abusador de animais, também fez dele protagonista do ‘Circo das Celebridades’. O ‘Big Brother Circense’, que pretendia faturar alto pelo mundo – cultivando a ideia da exploração dos animais em circo - só teve fim graças a ação dos ativistas junto aos patrocinadores que eram empresas privadas, bem diferente do novo filme de Cacá Diegues, que recebeu incentivos do Governo Brasileiro e Português.
Em Portugal, a portaria n.º 1226, que proíbe a aquisição de novos animais, como elefantes, leões, macacos ou tigres, entre outros, e a reprodução dos que já existem nos circos, existe desde 2009 – mas Victor Hugo Cardinali, se recusa a castrar os animais, e diz que entre as idas e vindas de Portugal a Espanha - eles se reproduzem.
Só recentemente é que Funchal se tornou a primeira cidade portuguesa a proibir animais em espetáculos, graças a recomendação feita pelo PAN – Pessoas Animais Natureza, um partido político de Portugal, de inspiração ambientalista e fortemente voltado para a defesa dos direitos dos animais.
A mesma recomendação foi feita a Câmara de Lisboa, que curiosamente ao divulgar a notícia ‘FILME BRASILEIRO RODADO EM LISBOA’, omitiu que o mesmo seria filmado utilizando-se de animais, bem como o circo como local das filmagens.
O Grande Circo Místico tem tudo para ser o paradoxo de ‘Blackfish’. Durante a produção do filme ninguém pareceu se importar, mas ao receber a mensagem o mundo despertou, e hoje várias pessoas se mobilizam contra o SeaWorld e outros parques marinhos.
O movimento mundial que luta pelo fim dos espetáculos circenses que utilizam animais mantendo-os em cativeiro forçado, e obrigando-os a se transformarem em marionetes com suas apresentações que contrariam a natureza de suas espécies, sofrerá um duro golpe com um filme que ‘invoca’ a ‘ilusão da subserviência dos animais nos circos’.
Saiba mais em : Fumaça e Fogo no Circo com Animais de Cacá Diegues em Portugal
3 de fev. de 2015
Fumaça e Fogo no Circo com Animais de Cacá Diegues em Portugal
O incêndio que foi primeiramente percebido pelos defensores dos animais, não para de se alastrar em virtude das informações divulgadas em torno do filme a luz da realidade dos fatos.
O Grande Circo Místico tem tudo para ser o paradoxo de ‘Blackfish’. Durante a produção do filme ninguém pareceu se importar, mas ao receber a mensagem o mundo despertou, e hoje vários pessoas se mobilizam contra o SeaWorld e outros parques marinhos. O movimento mundial que luta pelo fim dos espetáculos circenses que utilizem animais mantendo-os em cativeiro forçado, sofrerá um duro golpe com um filme que ‘invoca’ a ‘ilusão dos animais nos circos’.
Cacá Diegues disse a Revista Época - “Vou filmar em Lisboa porque quando estava montando a produção descobri que no Brasil é proibido ter animais em circos. Como vou fazer um filme de circo sem um elefante, um macaco? Daí descobri que em Portugal existem ótimos circos”
Tentando dissipar a fumaça nas palavras do cineasta, fumaça essa que tentou encobrir a realidade, já que o Projeto de Lei que ‘Proíbe Animais em Circo no Brasil’, está há nove anos aguardando para ser aprovado. O PL 7291/2006, na forma de seu substitutivo, é a atual esperança para que os animais fiquem livres das torturas nos circos.
Tanto no Brasil como em Portugal, os defensores de animais se mobilizaram para dissuadir a produção de utilizar animais nas filmagens, em vão, já que o cineasta se declarou um fascinado por circos em sua coluna no Jornal O Globo, onde escreveu;
Em outra matéria do Globo, Cacá Diegues diz - “Os fiscais não liberam nem para a gravação”. “Se ficarem sabendo, eles podem acabar interditando as filmagens”. E todas as cenas circenses — ou seja, boa parte do filme vai ser filmado em Portugal. “Não dá para fazer, sem bichos, um longa que se passa num circo, no início do século vinte”.
É um filme difícil de ser produzido e realizado, mas nunca estive tão excitado, relata o site do IG.
A produtora do filme Renata de Almeida Magalhães, que é também é esposa do cineasta, em comunicado enviado à Lusa, rejeitou, qualquer ideia de maltrato de animais e que estes serão utilizados em situações de um quotidiano de circo: "Não há nenhum motivo para que sejamos tratados como 'monstros-que-maltratam-animais'". "A história do Circo Victor Hugo Cardinali assegura-nos que estamos trabalhando com uma das pessoas mais sérias do universo circense".
Os defensores dos animais em Portugal, tem uma definição bem diferente da produtora brasileira, e costumam se referir ao mesmo como o ‘confesso abusador de animais’. Depois de ter sido filmado espancando um elefante com o aguilhão, durante uma apresentação do circo que leva seu nome, Victor Hugo Cardinali tentou justificar seu ato a imprensa portuguesa. A confissão foi transmitida pela Rádio Clube Português.
Durante a investigação da ADI-ANIMAL, haviam sete elefantes africanos no Circo Victor Hugo Cardinali, que eram mantidos acorrentados pelas pernas com correntes grandes e pesadas, sem serem almofadadas, durante todo o dia, até à hora do espetáculo, às 17 horas.
Tenho amigos em todo o lado disse Victor Hugo Cardinali em entrevista ao “i” . Conheço jornalistas, jogadores, treinadores, gente do teatro e do cinema, presidentes, advogados, engraxadores de sapatos, ladrões, prostitutas. A última citação da imprensa portuguesa sobre o Circo Victor Hugo Cardinali, foi a da apreensão de nove leões pelo Comando Territorial de Lisboa no âmbito de uma ação de fiscalização feita em conjunto com o ICNF. | ![]() |
Tal como ocorre no Brasil a ‘apreensão’ foi reformulada. Os leões "ficaram confiados ao dono do circo, que é fiel depositário dos mesmos", mas que "não poderá utilizar os animais [nos espetáculos] enquanto decorre o processo no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Em Portugal, a portaria Portaria n.º 1226/2009, proíbe a aquisição de novos animais, como elefantes, leões, macacos ou tigres, entre outros, e a reprodução dos que já existem nos circos. Por esta lógica, a lei apenas permite a exibição dos determinados animais existentes nos circos enquanto estes forem vivos, e sendo a reprodução proibida os animais deveriam ser esterilizados para que não gerem crias.
Cinco anos depois a Lusa foi perguntar aos dois principais circos que pelo Natal “desceram à cidade” como se estão a adaptar aos novos tempos. Apenas um deles, Miguel Chen, do circo com o mesmo nome, aceitou falar sobre o assunto. “Já mandei castrar todos os meus animais”, disse. O silêncio de Victor Hugo Cardinali não é de se estranhar – ele novamente teria que confessar o abuso, já que não castrou seus leões que continuam a exibir uma farta juba. (Após a castração os leões perdem a juba, já que esses ‘cabelos’ param de crescer).
Aqui sou rei, lá fora ninguém me conhece" disse Victor Hugo Cardinali recentemente ao Diário de Notícias.E é quase incontestável o ‘poder’ dele em Portugal – oriundo da conivência de políticos e de empresários que visam lucros independente da segurança das pessoas e do bem-estar dos animais. Apadrinhado pela TV e pela imprensa Portuguesa, que tenta conectar o circo a todo e qualquer tipo de espetáculo como o futebol – levou um leão a atravessar o estádio lotado de torcedores antes da partida.
As investigações da ADI em diversos países levaram à conclusão de que o uso de violência no treino e condicionamento dos animais é uma ocorrência regular e faz parte da cultura do circo. |
Envolto em labaredas de inverdades, a produção do filme ‘O Grande Circo Místico’ de Cacá Diegues, já deram início a vários capítulos enigmáticos, listados abaixo, de uma trama que pode se estender muito além do eixo Brasil-Portugal, e que irá prejudicar diversos animais pelo mundo com sua exibição que pretende enaltecer os circos com animais.
Em novembro do ano passado à Câmara Municipal de Lisboa, em votação aprovada por maioria, deliberou que não emitiria mais licenças a espetáculos circenses que incluam a exibição ou utilização de animais. A recomendação foi feita pelo PAN – Pessoas Animais Natureza, um partido político de Portugal, de inspiração ambientalista e fortemente voltado para a defesa dos direitos dos animais.
Se o filme ‘O Grande Circo Místico’, já tinha obtido uma licença para as filmagens com os animais no circo, essa informação foi omitida da notícia divulgada pela própria Câmara de Lisboa. O documento sobre as informações do ‘Filme Brasileiro filmado em Lisboa’, consta os locais das filmagens que ocorreram entre Janeiro e Março de 2015, e neste documento não aparece o nome do Circo Victor Hugo Cardinali e nem seu endereço. O documento também cita que haverá um apoio estimado da isenção de 9.957,41€, para o orçamento total de 4.500.000,00€, enquanto que no Brasil consta que o custo da produção seria de R$ 13.000.000,00.
Cita que no Brasil, a produção está em negociações com a Sony Pictures, que a TV Globo é parceira de mídia o que poderá proporcionar uma entrada forte no mercado. e que por último, preveem que este filme possa ser lançado no Festival Internacional de Cinema de Cannes em 2016 (festival onde o realizador exibiu grande parte dos seus filmes alguns em competição, para além de ter sido júri em todas as suas categorias).
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA), que é uma das maiores ONGs de proteção animal no Brasil, e que conta com mais de 100 afiliadas, em todas as regiões do país, enviou ofício para a equipe produtora do filme e recebeu uma resposta, que sugere que o cineasta e seus produtores não acreditam que estão cometendo um erro moral ao ilustrar o uso de animais em circo de forma positiva e que não irão ilustrar o sofrimento animal intrínseco ao uso de animais em circos.
incentivos fiscais federais, já que é produzido com recursos ofertados pela Lei Brasileira do Audiovisual (LEI Nº 8685/93).
No Brasil a informação divulgada era que o custo de produção era de R$ 13.000.000,00, e que o filme será uma co-produção Brasil-França-Portugal. Em Portugal consta que apoio do Governo Português foi dado através do Instituto do Cinema e Audiovisual (cerca de 110.000 euros), e com isso também irritou os defensores dos animais.
A Associação Vida Animal de Portugal disse em um comunicado, que continuará a tentar chamar a atenção para a legislação desadequada e impedir que Portugal se torne o destino preferencial para quem pretenda explorar animais para entretenimento e não o possa fazer no seu país de origem".
Na sequência da petição pela retirada do apoio financeiro do governo português ao filme “O Grande Circo Místico”, a Associação Vida Animal, recebeu do Instituto do Cinema e do Audiovisual a seguinte resposta; ‘A entidade considera que não há fundamento para retirar o financiamento de 110.521,66 euros concedido ao projeto no âmbito do Protocolo Luso-Brasileiro e atribuiu-lhe entretanto outros 200.000 euros de apoio no âmbito do programa Coproduções Minoritárias’.
Assim, um projeto que não avançou no Brasil devido à ‘falsa-alegação’ de proibição de utilização de animais na produção, recebe agora 310.521,66 euros (dos quais 195.260,83 já foram pagos) dos cofres públicos portugueses, bem como a anuência das autoridades perante a exploração animal praticada nas filmagens e promovida e romantizada no filme.
![]() | - O Poema e suas Adaptações. “O Grande Circo Místico”, poema de Jorge de Lima, está presente no livro ‘A túnica inconsútil’ foi escrito em 1938. Esse poema, originou diversas interpretações ao longo dos anos, como o balé, musicais, e até enredo de escola de samba, que foram adaptadas para a os espetáculos de mesmo nome, e que retrata a saga da ‘real’ família austríaca proprietária do Circo Knie. |
Além de se dedicar ao desenho, à pintura e à escultura, foi o primeiro artista brasileiro a produzir fotomontagens. Em entrevistas, o autor declarou sua admiração pelo trabalho de Max Ernst, que lhe serviu de inspiração. O artista alemão alcançou a fama no período da Alemanha nazista.
- O Circo Knie foi fundado em 1803 pela família Knie e tem existido em sua forma atual desde 1919, quando se mudou de uma arena aberta para uma tenda coberta. O circo é famoso por apresentar números com diversos animais como; ursos polares, leões-marinhos, girafas, rinocerontes, camelos, avestruzes, orangotangos e pinguins – como também elefantes, leões, tigres, macacos, cavalos, lhamas e outros seus animais, e também há algum tempo agora opera um zoológico (Kinderzoo de Knie) e um museu em Rapperswil. Em 1999, Franco Knie foi nomeado Melhor Domador de Animais no Festival Internacional de Circo de Monte-Carlo . Atualmente o circo é uma empresa de capital aberto na bolsa de valores, operados por Fredy e Franco Knie em parceria com a companhia de seguros Swiss Life.
A Elefante Patma, nascida em 1961 é um dos animais mais idosos a continuar viva e trabalhando em espetáculos circenses. O Knie Zoo é famoso por oferecer aos visitantes contato direto com os animais. Elefantes, carregam de 4 a 6 pessoas em suas costas, Também é possível montar nos camelos, ou conhecer o Zoo, sentado em um vagão de trem que é puxado por um único cavalo! E no Zoo Knie os animais comem toda vez que alguém paga para alimenta-los. E consta que na Europa eles são considerados como um ‘exemplo’ de ‘bem-estar’ aos animais.
- Os Animais e o Circo - "Como fazer para conseguir a atenção de um elefante de 5 toneladas? Surre-o. Eis como". (Saul Kitchener, diretor do San Francisco Zoological Gardens) Os “tratadores” dos animais de circo usam o método de Pavlov, ou seja, treinam-os usando o reflexo condicionado, através da dor e da privação de alimentos. |
Os leões são chicoteados nas pontas dos dedos e no lombo até executarem a tarefa pretendida pelo domador. Durante o circo, o domador não chicoteia o leão, apenas usa o barulho do chicote, que animal reconhece e por condicionamento (através da dor) intimida-se e cede à vontade do domador.
Os macacos, por exemplo, são pontapeados e apanham estalos enquanto são treinados.
Os ursos são obrigados a pisar chapas de metal quentes ao som de determinada música. Durante o “espetáculo” os ursos ouvem a música que foi usada enquanto foram torturados e por reflexo movimentam-se, levantando as patas.
Não há muito tempo, nos Estados Unidos, a PETA levou a cabo uma investigação secreta nos bastidores do circo Ringling Brothers, um dos mais antigos do mundo, onde filmaram elefantes vitimas de maus tratos brutais. Os animais eram, e possivelmente ainda são, acorrentados e agredidos com aparelhos de eletrochoque e com ganchos de metal nas trombas, pernas e orelhas.
O posicionamento das pessoas contra a exibição dos animais no circo, advém principalmente das inúmeras denúncias e comprovações de que os animais são torturados, explorados e sobrevivem engaiolados, contrariando seus instintos e sua própria natureza.
O pensamento que os animais nasceram no circo, e apreciam executar ‘truques’ totalmente em desacordo de como viveriam na natureza – advém da forma deturpada como a mídia divulga a questão.
Cada animal utilizado em circo significa um emprego a menos, um artista desempregado, um malabarista no farol das grandes cidades, e um animal escravizado e condenado a viver pelo resto da vida enjaulado e sendo obrigado a desempenhar um papel completamente incompatível com sua natureza.
Ao proibir o uso de animais em circos, mais oportunidades de empregos para artistas humanos de talento inquestionável serão criadas. A diversão continua garantida e a sociedade será mais justa, visto que o exemplo dado às crianças será de esforço e superação humana, e não mais de exploração e dominação pela força.
Substituir animais por arte é uma tendência mundial e irreversível. Demonstra claramente a existência de civilidade que deve ser institucionalizada e valorizada.
Animais silvestres, nativos ou exóticos não foram concebidos para viverem em celas, jaulas, correntes, mas para harmonizarem-se com a natureza da qual fazem parte essencial; nem mesmo para viverem cativos no meio antrópico, nas cidades, fazendas, sítios, ou qualquer outro reduto que não o natural.
Muitos foram capturados na natureza e para isso, seus pais foram mortos.
Circos e similares que mantém animais em suas apresentações, utilizam-se de animais sofridos, maltratados, doentes, subnutridos, causando com isso posturas depressivas e até agressivas. Muitos tornam-se neuróticos, enlouquecem.
- O Big Brother Circense na TV de Portugal e o Circo Victor Hugo Cardinali O ‘Big Brother Circense’, foi transmitido na televisão pela rede portuguesa TVI, no qual o Circo de Victor Hugo Cardinali foi convidado para integrar a produção do Reality Show. Foi criado pela Endemol a mesma produtora de televisão, que inventou inúmeros outros reality shows, que hoje se repetem pelo mundo. O “Circo das Celebridades”, levou um grupo de caras conhecidas da televisão portuguesa a viver e a participar nos espetáculos do circo com animais. |
A verdadeira intenção do reality que pretendia manter a ilusão do circo com animais, através de sua mensagem subliminar, o qual poderia ter sido ‘vendido' nas joint ventures, nos 23 países, mantidos pela rede de entretenimento ano após ano, foi ‘suspenso’ após a divulgação do vídeo que mostrou Victor Hugo Cardinali a espancar repetidamente um de seus elefantes durante um espetáculo com o aguilhão. O que a maioria das pessoas desconhece é que apesar de ser um pequeno espeto de ferro - em relação ao tamanho do elefante, as espetadas abrem feridas na pele, que se transformam em doloridos abscessos.
Sem ter como negar a crueldade, e pressionado pela imprensa Victor Hugo Cardinali confessou no programa de rádio bater nos animais do circo como forma de obter respeito subjugando os animais pela dor. Os patrocinadores do Circo das Celebridades receberam milhares de e-mails dos portugueses contra o reality-show e contra o abusador confesso de animais.
A Associação Animal emitiu um comunicado onde citou; “A TVI está a tentar subestimar a inteligência do público, o que é de uma arrogância extrema. A verdade é que as empresas já não estão disponíveis para se associar a este formato”.
Em Portugal a lei que criminaliza os maus tratos aos animais, e que prevê multas e até penas de prisão para quem maltrate ou abandone é restrita aos ‘animais de companhia’, ou seja os animais maltratados nas touradas e nos circos não possuem nenhuma lei que os proteja, e seus agressores jamais são punidos.
A criminalização dos maus-tratos "não abrange os animais utilizados em exploração agrícola, pecuária ou agro-industrial, assim como os utilizados para fins de espetáculo comercial ou outros fins legalmente previstos". A lei limita o crime aos "animais de companhia". Significa que quem quiser matar um elefante à paulada no circo, ou espetar bandarilhas até a morte do touro, não pagará multa e nem será preso. |
Tanto a TV como os jornais portugueses há muito apadrinharam os circos do país tanto que chegam a omitir o ‘nome’ do circo quando a notícia depõe contra esses. Quando 2 tigres fugiram após uma distração do tratador ao lavar a jaula e um deles foi para o rio nadar acompanhado por um cachorro era uma atração – o nome do circo que estava na cidade de Régua nunca foi mencionado.
Durante a investigação da ADI-ANIMAL, haviam sete elefantes africanos no Circo Victor Hugo Cardinali, que eram mantidos acorrentados pelas pernas com correntes grandes e pesadas, sem serem almofadadas, durante todo o dia, até à hora do espetáculo, às 17 horas.
A violência documentada vai desde os elefantes serem agredidos com ganchos e aguilhões de metal, e a serem espancados e agredidos na zona da cabeça; aos póneis serem chicoteados em todo o seu corpo e na face durante o treino, entre outros abusos que fazem com que vários animais reproduzam comportamentos perturbados e repetitivos.
Os elefantes eram vítimas de abuso físico perpetrado com um “gancho-aguilhão de elefantes”, sendo constantemente agredidos, assim forçados a formarem uma linha. Depois destas atuações, eles tinham direito a um exercício mínimo num espaço com cerca de 39 metros por 26.5 metros. Os elefantes não tinham acesso livre à água; em vez disso, era-lhes dada água em certos momentos.
Todos os elefantes do Circo Victor Hugo Cardinali reproduziam algum tipo de comportamento estereotípico. Em alguns momentos, todos os sete elefantes exibiam ao mesmo tempo este comportamento anormal. Mais uma vez, destacamos que estes movimentos repetitivos e sem sentido não são observados na natureza, de modo que, se sete elefantes num mesmo circo estão tão psicologicamente assustados e emocionalmente afetados de uma forma tão profunda, fica claro quão inapropriado é o ambiente dos circos para estes animais.
E era exatamente assim com os animais de todas as outras espécies que observámos. E ainda pior é o fato de que muitos animais nos circos nunca chegam a sair das suas jaulas e vagões de transporte para atuarem. Vários circos viajaram com animais que não atuaram. Foi o caso de dois macacos, um urso, um leão da montanha, um tigre e dois leões do Circo Roberto Cardinali e de seis tigres do Circo Victor Hugo Cardinali. Estes animais vivem em zoos móveis e completamente abaixo dos padrões mínimos aceitáveis.
Os tigres brancos do Circo Victor Hugo Cardinali desfilavam em espetáculos de circo sem qualquer grade a separá-los do público. No Circo Roberto Cardinali, as crianças podiam dar aos macacos garrafas de plástico, pão e pedaços de cartão. No Circo Victor Hugo Cardinali, não havia quaisquer sinais de aviso e o portão estava sempre aberto. Era possível a qualquer pessoa aproximar-se dos setes elefantes africanos, que estavam sem qualquer supervisão, cita o relatório, que pode ser lido na íntegra aqui.
Em outra ocasião, nove leões do circo Victor Hugo Cardinali, foram apreendidos pela Guarda Nacional Republicana - GNR, em Lisboa, por estes não terem registo ao abrigo da convenção sobre comércio internacional de animais selvagens – CITES.
- A Europa e os Circos O lobby circense é tão forte na Europa, que o Parlamento Europeu fez uma proposta de resolução que reconheceria o circo como parte integrante da cultura da Europa. Ao mesmo tempo que a Diretiva 2010/63/UE do Parlamento Europeu, estabeleceu uma total proibição para a utilização de primatas superiores, como chimpanzés, gorilas e orangotangos, para fins científicos. |
A Federação Mundial do Circo, tem como presidente honorária a Princesa de Mônaco – que há anos largou a realeza – pegou os filhos pequenos e foi viver no circo – o caso de amor coincidentemente foi com o dono do Circo Knie, que era domador de elefantes, e que colocou a filha da Princesa Stéphanie de Mônaco - Pauline aos 7 anos de idade, para atuar ao lado e em cima dos elefantes.
O Governo Português que tentou dar um passo para o fim dos circos com animais em Portugal, foi processado pela Associação Europeia de Circos, depois de a Comissão Europeia ter esclarecido que o uso de animais em circos era uma questão nacional.
As companhias de circo portuguesas que usam animais e a Associação Europeia de Circos – o lobby europeu dos circos com animais – anunciaram que iriam avançar com uma ação judicial, contra o Estado Português pelo fato do Governo ter decidido implementar legislação contra o uso de animais selvagens em circos.
A Associação Europeia de Circos alegou que a proibição implementada pelo Governo Português, assim como a proibição do uso de animais selvagens em circos implementada, em 2005, pelo Estado Austríaco, violam o artigo 49 do Tratado Europeu, no sentido em que, supostamente, estas normas violariam as regras do mercado livre e comum.
O único aparente avanço em Portugal foi a portaria publicada em Outubro de 2009, que proíbe a aquisição de novos animais, como elefantes, leões, macacos ou tigres, entre outros, e a reprodução dos que já existem nos circos. Por esta lógica, a lei apenas permite a exibição dos determinados animais existentes nos circos enquanto estes forem vivos.
A portaria 1226/2009, que “proíbe a detenção de espécimes vivos da família dos felídeos e não permite que se utilizem nestes espetáculos animais que tenham sido adquiridos ou reproduzidos após 90 dias da sua entrada em vigor em outubro de 2009”, parecia não ter validade no Circo Chen, que em 2011 foi denunciado pela venda das selfies entre criança e filhotes de tigres “com apenas alguns meses”, ilegalmente adquiridos e\ou reproduzidos.
- O Circo no Brasil A utilização de animais em circos já é proibida em onze estados brasileiros por constatações de maus-tratos, mas o Projeto de Lei para que a proibição seja ampliada para todo o país está há nove anos aguardando para ser aprovado. O PL 7291/2006, na forma de seu substitutivo (leia aqui), é a atual esperança para que os animais fiquem livres das torturas nos circos. |
Os circenses hoje têm se organizado em algumas cooperativas, especialmente na região Sudeste. A maioria defende o uso de animais e de crianças trabalhando no picadeiro. A União Brasileira do Circo estima a existência de 2.500 circos e 30 mil artistas em todo o Brasil.
A Rede de Apoio ao Circo, tem sua base em Minas Gerais, e a Associação Brasileira de Circo (Abracirco), entidade nacional, foi fundada em 1977. Atualmente a Abracirco está empenhada em aprovar no Congresso a Lei do Circo para que a atividade circense seja regulamentada como um dos bens do patrimônio cultural brasileiro.
- O Tráfico de Animais iniciou-se nos Circos
Escondida por sob a lona dos circos, mora também o tráfico de animais que movimenta rios de dinheiro. Um dinheiro ‘livre’ de impostos em todo o mundo, usado para corromper governantes e legislações. “Agora também se tornou público que os responsáveis por este circo estão envolvidos com o tráfico de espécies exóticas e protegidas, o que demonstra mais uma vez a falta de sensibilidade que seus trabalhadores demonstram com os animais”.
O fato dos circos se locomoverem de uma cidade para outra cidade, de cruzarem estados e países, sem uma efetiva fiscalização - já que os animais não possuem um passaporte clínico interligado a um microchip, faz do circo a maior rota para o tráfico de animais que são além de serem obrigados a aprenderem truques para as apresentações, são também obrigados a procriarem entre membros da mesma família.
A Endogamia e a Onicectomia (Ablação das Unhas), é prática comum nos animais utilizados para servirem ao entretenimento como o Leão Ariel.
Sem um passaporte clínico, a pouca legislação existente confere aos fiscais o poder de verificar papeis, sem levar em conta os indícios de que um animal, passa fome, sente dores, ou se teve filhotes recentemente e qual o paradeiro de filhotes que podem ser vendidos facilmente por milhões no mercado negro de animais.
Se até mesmo crianças humanas são traficadas pelos circos, como ignorar o tráfico de animais pelos mesmos.
- As Segundas Intenções e as Mensagens Subliminares O site filmeb, descreve a produtora Renata Almeida Magalhães (esposa de Cacá Diegues), como sendo graduada em Direito e especializada em legislação de incentivo fiscal para cultura. Já a outra produtora Paula Lavigne, disse a revista Veja: "Virei uma prostituta cultural para fazer filme. Eu ofereço sociedade às empresas, mostro as possibilidades de retorno. É troca de interesses". |
Cacá Diegues também protagonizou a maior polêmica sobre a concessão de patrocínio por empresas estatais, como a Petrobrás que financiou vários de seus filmes.
O verdadeiro conceito sobre mensagens subliminares têm sido muito mal interpretado pela maioria da população, as mensagens subliminares possuem um poder muito mais poderoso de influência pelo fato de fazer isso de maneira sutil, pela conivência como determinada coisa por mais absurda que seja, passa a ser normal e então passa a ser mais fácil aceitar tal coisa ou situação. Inserida em histórias e nos filmes, preenchendo o cenário sem destacar sua presença, mas para sempre perpetuada pelo cérebro.
O roteiro foi escrito em 2009 por Cacá Diegues com George Moura , é citado pelo cineasta como um "velho sonho". Sob o título de ‘O Grande Circo Místico’, apresenta uma resenha tão inocente quanto a história infantil da Cinderela – um mocinho rico e uma mocinha pobre que se apaixonam mas que não podem viver esse amor em decorrência de tudo e de todos que estão a sua volta. Uma história contada e recontada pelo cinema em clássicos que vão de ‘Casablanca’ de 1942, ao sucesso da trilogia ‘Crepúsculo’. E o motivo das pessoas não perceberem que estão assistindo sempre a mesma ‘história’, é a mensagem que é inserida por trás da ‘história’.
O melodrama revivido entre mocinhos e mocinhas, torna-se ínfimo no filme ‘Água para Elefantes’, no qual é impossível ficar indiferente a crueldade na qual os animais são submetidos. A mensagem subliminar repassada ao mundo, é a de que todos os circos com animais deveriam deixar de existir. Mensagem essa reforçada, após a comprovação documentada em vídeo de que - os elefantes usados no filme “Água para Elefantes”, foram verdadeiramente espancados e eletrocutados durante seu treinamento conforme divulgado pela ANDA.
Com o título ‘Hoje tem espetáculo’, Cacá Diegues, em sua coluna se declara ‘fascinado’ por circos - “O fascínio que eles exerciam sobre mim se reflete em meus filmes, nas referências de “Quando o carnaval chegar”, “Chuvas de verão” e “Tieta do Agreste”, além da homenagem de “Bye Bye Brasil” a uma daquelas caravanas nordestinas”. E acrescenta; ‘Sempre desconfiei da piedade escandalizada em relação aos animais de um circo. Eles têm casa, comida e roupa lavada, não precisam sair pela floresta correndo perigo e provocando a extinção dos outros, em busca de alimento. E, se por caso não se sentem satisfeitos, podem facilmente acabar com o domador e seus frágeis parceiros de espetáculo. A sobrevida dos circenses é a celebração dos animais.’
Mário de Andrade fez o seguinte comentário sobre o autor de ‘O Grande Circo Místico, "Jorge de Lima é um mundo de contradições por explicar e de dificuldades a resolver", e contradições não faltam na produção do novo filme de Cacá Diegues.
Em 1938 o poeta Jorge de Lima já denunciava a ineficácia das organizações mundiais na resolução dos conflitos: E nem o Sinédrio, nem os Conselhos, nem a Liga das Nações nada fizeram, nada resolveram, nada adiantaram. Diante de um mundo caduco, o poeta exclama: Estrangeiro, amigo, escrevamos para os nossos bisnetos fictícios, a história eterna do homem decaído e do mundo sem jeito.
“O circo ensina as crianças a rir da dignidade perdida dos animais”, a frase é Olegario Schmitt , Brasileiro, Poeta, Escritor, Fotógrafo, Editor e Web-Designer.