13 de jul. de 2012
O Calendário é um sistema para contagem e agrupamento de dias que visa atender, principalmente, às necessidades civis e religiosas de uma cultura.
Além das conhecidas 2 grandes guerras mundiais, ao longo da civilização humana, houveram inúmeras outras guerras, algumas armadas, outras psicológicas, todas de cunho religioso, com o propósito não só de converter as pessoas, mas para ditar as elas como pensar, e a quem a elas deveriam pagar tributos.
Foi também a religião, a percussora do mito sobre o azar, da sexta-feira 13, devido a esta data ser atribuída a crucificação de Jesus Cristo.
Mas se você acha que algo diferente ocorrer, prepare-se pois em 2012, teremos três sextas-feiras 13. Qualquer mês que comece num domingo irá conter uma sexta-feira 13.
Na antiguidade até a idade média, o domínio dos governantes baseava-se em controlar o povo pela religião. A maioria das civilizações baseava suas crenças em Deuses oriundos da própria natureza, como o povo celta que entendia que a terra comporta-se como um autêntico ser vivo e procuravam viver em harmonia com a terra, mantendo-a sadia, evitavam saqueá-la e polui-la inutilmente.
Também os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza - o Sol, a Lua, e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc eram venerados. As primeiras divindades que surgiram eram quase sempre representadas sob a forma de um animal. E como cada povoado tinha seu próprio deus, ele era associado a um animal da região, com atribuições e poderes diferentes.
E foi ali no Egito que o culto a Deusa Bastet surgiu
Bastet, ou Ailuros (palavra grega para "gato") é na mitologia uma divindade solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres grávidas.
Era representada como uma mulher com cabeça de gato, e um cesto onde colocava as crias. Nos seus templos eram criados gatos, que eram considerados como encarnação da própria deusa, e por essa razão os gatos eram tratados como Deuses. Quando os gatos morriam eram mumificados, sendo enterrados em locais especialmente reservados para eles.
Mas como toda crença aproveita algum dado para que possa ser assimilada e considerada verdadeira por muitos anos, a associação do gato ao culto da fertilidade, não foi em vão pois eram os gatos foram quem salvavam os egípcios da fome e de doenças.
Por respeitarem os ciclos naturais das enchentes do Rio Nilo, que na verdade adubavam suas plantações, tinham uma enorme safra de colheita de grãos armazenada. Mas nos tempos antigos armazenar grãos era um chamariz para roedores, que não só devoravam tudo, como se multiplicavam ainda mais. A única forma de combate aos roedores eram os gatos. Venerados e cuidados como Deuses vivos, a exportação de gatos também era proibida, sendo considerado um crime punido com a pena de morte, levar qualquer gato para fora do Egito. Dessa forma nenhum outro país teria gatos para combater os roedores, e sem os grãos, se sub-meteriam as qualquer imposição que o Egito quisesse para lhes vender a safra.
O avanço do império romano sobre as outras civilizações, podiam com
o uso de armas até lhe tirar as terras, mas para dispor da mente desses povos, os romanos tiveram que começar a guerra psicológica, denegrindo os costumes de seus opositores.
Os gatos que era associados a Deusa Bastet que era toda adornada de ouro, e pintada de preto, para dar mais ênfase a associação de riqueza e de fertilidade foi deturpada pelo romanos que passaram a caçar e matar os gatos pretos na tentativa de acabar com o culto a essa divindade.
O Papa Gregório IX afirmava na bula Vox in Roma que o diabólico gato preto, "cor do mal e da vergonha", havia caído das nuvens para a infelicidade dos homens.
Também os costumes do povo celta foram deturpados pela igreja, como eles possuíam muito conhecimento da natureza, já que viviam nas florestas, conheciam bem o poder curativo das plantas.
Para acabar com a resistência dos celtas ao catolicismo, a Igreja Católica pregava que os sacerdotes druidas eram bruxos, por conta de seus chás e poções.
Por viverem isolados nas matas, rodeados por muitos gatos, a Igreja começou a associar os gatos a escuridão e depois as trevas, aproveitando-se dos hábitos noturnos dos druidas (afinal eles plantavam de dia e se reuniam a noite,, enquanto que os sacerdotes dormiam a noite, pois não trabalhavam de dia), e afirmava que todos, druidas e gatos, de terem parte com o demónio, mas principalmente os gatos de cor preta. Milhares de pessoas foram obrigadas a confessar, sob tortura, que haviam venerado o demónio em forma de gato preto, sendo logo depois, condenadas à morte.
A Igreja também foi a maior perseguidora de gatos da história, e na Idade Média, travou uma dura e longa cruzada contra os gatos e os seus admiradores. No ano 1232, o Papa fundou a Santa Inquisição, que atuou barbaramente durante seis séculos, torturando e executando, principalmente na fogueira, mais de um milhão de pessoas, sobretudo mulheres, homossexuais, hereges, judeus e muçulmanos. Igualmente médicos, cientistas e intelectuais, e... também os gatos, “ad majorem gloriam Dei”.
A mesma perseguição foi realizada no Século XV, contra os povos nórdicos, que eram adoradores de uma outra divindade a Deusa Freya, que era caracterizada por ter uma carruagem puxada por gatos pretos.
A Igreja considerava o seu culto um ato de heresia, associando-o à adoração de maus espíritos. Foram destruídas imagens dela, e as mulheres que tinham gatos foram torturadas e queimadas vivas.
Os gatos, que também eram uma representação da deusa, foram novamente acusados de serem demoníacos. Passaram a ser perseguidos e quando capturados, eram enforcados, e jogados nas fogueiras da Santa Inquisição.
Toda a tradição baseada nas habilidades naturais desses povos conquistados, sobreviviam em alguns poucos locais, durante a Idade Média, mas eram mantidos em segredo pois eram perseguidas pela Igreja, cuja religião monoteísta tornar-se-ia um instrumento institucionalizado do Estado. A magia tornou-se uma atividade suprimida simplesmente porque os sacerdotes da Igreja não a entendiam, e não a respeitavam, e também por não quererem correr o risco de que alguém pudesse sobrepujar as suas poucas habilidades, e o fato de queriam continuar a ser a única via para se chegar a Deus.
Desta forma, tudo o que a Igreja considerava “não ideal”, seria identificado na forma de várias imagens do mal ou das trevas.
Dali até a idade média, Roma também continuou sua perseguição aos gatos pretos (poupando os gatos de outras cores que eram necessários para combater os roedores), e ao longo dos anos, enraizou na mentalidade das pessoas a crendice das mulheres-bruxas e dos gatos pretos, e aproveitando-se de novos conhecimentos de gênios da época como Nostradamus e Galileu Galilei, foi reforçando o mito em torno do número 13, recontando a história da última ceia, onde Judas traiu Cristo por estarem em 13 pessoas a mesa.
Hoje resumindo ao máximo, mitos criados há mais de 2000 mil anos e perpetrados na metade destes, parece inconcebível que as pessoas se deixassem levar por essas alegações, e passassem a acreditar e viver suas vidas com base nessas superstições.
Em especial porque segundo a lógica, a feroz perseguição aos gatos incitada por Roma, dizimando quase por completo os Gatos na Europa no Século XIV, contribuiu decisivamente para a multiplicação de ratos, que eram portadores da Peste Bubónica, pela morte dos gatos, a consequência foi a proliferação dos ratos e da Peste Negra, que dizimou um terço da população europeia (de 1347 a 1350).
Talvez com o advento da internet, e a facilidade na obtenção das informações, as pessoas comecem a repensar seus hábitos que foram passados de geração em geração, com base não em crenças que aprimoram e aproximam o ser humano de sua essência e da natureza, que por mais que muitos não queriam admitir tem o seu lado divino. A natureza tem a sua beleza, os seus mistérios e as suas intempéries.
Engraçado pensar que somente há 200 anos atrás, os senhores de engenho do Brasil, fizeram como os Romanos, e através de um único boato conseguiram fazer com que os escravos se alimentassem menos, somente dizendo a eles que manga com leite, fazia mal a saúde. Do leite era feita a manteiga, os queijos, muito apreciados pelos portugueses. Como os escravos gostavam de mangas e as comiam abundantemente, os feitores espalhavam que tomar manga com leite era mortal. Para confirmar a história chegavam ao ponto de envenenar o escravo que comia manga e bebia leite.Tudo isso em função de poupar o leite para a casa grande.
A abolição da escravatura no Brasil foi proclamada numa Sexta-Feira 13, em Maio de 1888. Os escravos foram libertados, mas ainda existem pessoas que querem escravizar outros seres humanos por qualquer motivo desde a cor da sua pele, a sua crença.
Já os Gatos Pretos, foram tão perseguidos e caluniados que acabaram por perder seu lugar nas alturas – primeiro foram tratados como deuses, depois foram tratados como os vilões da história.
Mas da mesma forma que o mito do azar, e do veneno, ainda hoje impera na memória de algumas pessoas, temos pelo menos muito mais formas de difundir a realidade e a verdade para elas.
Mas se mesmo assim você for uma dessas pessoas com medo de sexta-feira 13, saiba que isso tem nome. O medo específico (fobia) da sexta-feira 13, é chamado de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia. E triscaidecafobia é um medo irracional e incomum do número 13.