4 de nov. de 2013

A deliberada morte de Laika, que foi o primeiro animal enviado ao espaço sem esperanças de ser recuperado desencadeou um debate mundial na época sobre o maltrato aos animais e os avanços científicos à custa de testes com animais. Vários grupos protetores dos direitos animais protestaram em frente das embaixadas soviéticas. Somente em 1988, após o colapso do regime soviético, que Oleg Gazenko, um dos cientistas responsáveis por mandar Laika ao espaço, expressou remorso por permitir a morte dela: "Quanto mais tempo passa, mais lamento o sucedido. Não deveríamos ter feito isso.... nem sequer aprendemos o suficiente desta missão, para justificar a perda do animal"..

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A cachorrinha Laika foi capturada nas ruas de Moscou pelas autoridades soviéticas, que a prepararam para ser lançada ao espaço em 1957.

 

Várias outras cadelas também foram capturadas mas somente três delas, Albina, Laika e Mukha, foram escolhidas para passar por treinamentos intensos e estressantes de resistência a vibrações (simulador de voo), acelerações, cargas G em máquinas centrífugas, altos ruídos e permanência em compartimentos cada vez menores, por até 20 dias. A escolha de fêmeas se deu, entre outros fatores, pelo fato de que, ao contrário dos machos, elas não têm a necessidade de ficar em pé e erguer uma perna para urinar, o que era impossível de ser realizado na pequena cabine pressurizada destinada ao cão dentro da nave. Dentre as três, Laika foi escolhida por sua personalidade tranquila e paciente.

No dia 3 de novembro de 1957 (2 de novembro, no Brasil) é lançado então o Sputnik 2, na Rússia, com Laika a bordo. Fixada ao chão da nave com uma espécie de cadeira que a impedia de se movimentar e equipada com um recipiente para armazenar seus excrementos, Laika começa a uivar apavoradamente devido ao barulho ensurdecedor e às vibrações do lançamento. Seu ritmo cardíaco dispara e chega a três vezes acima do normal.

Moscou afirmava ao mundo que em poucos dias Laika retornaria numa cápsula espacial ou em um para-quedas. Mas apesar do que era divulgado, Moscou sabia, desde o início, que Laika não retornaria com vida de sua missão, pois o Sputnik 2 não possuía tecnologia para regressar à Terra.

Era uma viagem só de ida. Laika, foi o primeiro ser vivo terráqueo a orbitar a Terra. A cadela russa sofreu com o seu pioneirismo.

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Submetida a um cenário de pânico, calor extremo e desespero, Laika finalmente morreu, entre cinco e sete horas depois do lançamento. A causa de sua morte, que só foi revelada décadas depois do voo, foi, provavelmente, uma combinação de estresse sofrido e o superaquecimento.

Sensores médicos inseridos no corpo de Laika mostraram que os seus batimentos cardíacos chegaram ao triplo do normal. A temperatura e a umidade da cápsula do Sputnik aumentaram muito após o lançamento do foguete.
De cinco a sete horas depois do lançamento, os soviéticos não receberam mais nenhum sinal de vida de Laika.

O Sputnik 2 deu 2.570 voltas ao redor da Terra, cerca de 100 milhões de quilômetros, até consumir-se na atmosfera com os restos mortais de Laika, no dia 14 de abril de 1958.

4 de nov. de 2013
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