3 de jul. de 2014
Simples assim, sem milongas, sem ‘juridiquês’, e sem jurisprudência, eu apoio a PL 6602/13, e não vejo nenhum motivo para que outros pontos que possam melhorar essa lei não sejam acrescidos no Senado, em vez da PL voltar para a câmara, e nunca mais esse assunto ser apreciado pelos políticos.
Há 11 anos corre no Senado, o projeto de lei de castração nacional, que vem sendo apensado e apensado e pensado, e enquanto isso, mais e mais animais estão procriando, sofrendo nas ruas, pelo simples fato de que os humanos que combatem as crueldades não foram capazes de se unir em prol deles. O autor da PL de controle de natalidade faleceu em 2011. Você sabe quem ele era? Sabia que ele também foi chamado de oportunista.
Nesses anos que tenho me dedicado a tentar ajudar animais e sensibilizar pessoas para que também se juntem a ‘causa animal’, já vi e li muita coisa, mas de tudo o mais me entristece nesse meio, é a falta de cooperação de uns com outros que se dizem lutar pelo Respeito e pelos Direitos dos Animais.
Pessoas que estão há anos-luz na causa animal, e que cada uma a seu modo contribuíram ou que contribuem com seus conhecimentos, as quais eu muito aprendi com elas, praticamente se degladiando umas com as outras por terem pontos de vista e argumentações diferentes sobre um paragrafo, uma virgula, uma ou outra ação. E o que vejo ano após ano, é que ao mesmo tempo que falam em união, pregam não só a desunião, como a ridicularizarão da causa animal perante todos aqueles que maltratam, torturam e matam animais.
Esse embate sobre PL 6602/13, no meu ponto de vista, não é diferente de outras guerras que presenciei dentro da causa animal. Lembro-me bem de quando uns chamaram um certo vereador de oportunista quando ele propôs uma lei que somente animais castrados poderiam ser vendidos e doados em São Paulo. Como também o de um protetor que se candidatou, e que também foi taxado de oportunista, e que depois de eleito, em tempo recorde aprovou a lei que proíbe animais de serem eutanasiados nos CCZ’s do Estado de São Paulo. Ambos os projetos foram aprovados, e as leis estão vigorando, mas isso não significa que elas estejam sendo fielmente cumpridas e fiscalizadas como deveriam. Isso ao meu ver também não significa que outras leis melhores e mais eficazes devam ser elaboradas, e nem que este ou aquele político deva ser crucificado pelo que fez antes ou depois dessas leis. Sei dar o verdadeiro valor a quem de direito no momento apropriado, nem antes, nem depois, sem criar falsas expectativas de que estes serão meus representantes 'ad aeternum'.
Voltando um pouco mais no tempo, jamais esquecerei da minha primeira campanha, criei uma comunidade, banners, vídeos, e sai em busca de apoio para a aprovação da PL 1376/2003, que cria a política nacional de controle de natalidade de cães e gatos. Trata-se de matéria aprovada anteriormente pela Câmara e que está sendo alterada pelo Senado, onde se encontra a 11 anos. O autor foi o Deputado Affonso Camargo, o qual também concorreu a Presidente da República em 1989, mas que faleceu em 2011, e que muitos também chamaram de oportunista.
Lembro-me que ‘muitos entendidos’ se opuseram ou não apoiaram o projeto de castração nacional, alguns me diziam entre outras coisas, que o deputado tinha interesses pessoais, já que era filho de pecuaristas. E hoje me pergunto; quantos descendentes dos animais que não foram castrados há 11 anos, esses entendidos que foram contra o projeto, conseguiram salvar?
Leio muito, e tento entender todo esse ‘juridiquês’ e ‘teoriquês’ apregoados por ambos os lados, muita coisa absorvo, mas muita embola meus frágeis neurônios, e na falta do mestrado ou de diploma, transfiro toda essa ‘teoria’, para os dias atuais e reais em que vivem nossos animais.
Todos na causa são unânimes em citar o Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais; Que é crime maltratar, matar, torturar, que dá cadeia, que dá multa... Mas em termos práticos o que temos visto no Brasil é que isso ser transformado nos famigerados ‘TCO’ -Termo Circunstanciado de Ocorrência, e não no meu ponto de vista, não é justiça, mas uma injustiça com os animais.
Poderia citar dezenas de casos, filmados e comprovados dos autores de crimes enquadrados no Art.32; como da Enfermeira que matou a Yorkshire, Da Dalva a assassina de cães e gatos de São Paulo, o prefeito que mandou matar os cães no Pará, e da Mulher de Porto Alegre que Espancou um Filhote, e tantos outros, os quais nem sabemos se eles chegaram a pagar a multa que lhes foi aplicada, ou se entraram com algum tipo de recurso, tão comum em nosso país. Isso porque são pessoas físicas! E o que dizer então das faculdades e dos centros de pesquisas, como o caso do Veterinário Acusado de Maus-tratos, e que não vemos uma frase sequer do art.32 servir efetivamente para ter protegido o animal ou ver a punição contra o agressor.
Dizer que esse ou aquele argumento vai servir para ‘proteger’ mais ou menos animais – passa a ser mais importante do que propriamente salvar um ou uns animais?
Fico imaginando se durante a tragédia na Região Serrana do Rio, as pessoas discutiram antes quantos animais poderiam salvar, ou se não pensaram nos números, e se dispuseram a ir lá salvar quantos animais pudessem….
Como boa geminiana, entendo todas as plausíveis argumentações colocadas contrárias a essa PL, mas jamais conseguirei entender que as pessoas que eu admirava, e que tanto me ensinaram, hoje direta ou indiretamente dão argumentações técnicas e jurídicas aos inimigos dos animais. Será que elas esqueceram que não estamos mais nas listas fechadas de discussões do Yahoo, e que tudo o que escrevem pode e será usado contra os animais.
Será que elas já se deram conta de que além dos pseudos-cientistas, até nas comunidades PRÓ-RODEIOS, esse racha na causa animal está sendo comemorado. E que qualquer ativista em qualquer lugar do Brasil hoje pode e será ridicularizado por qualquer ação em prol dos animais, com base nos argumentos técnicos e jurídicos, que vocês mesmas espalham pelas redes sociais sobre como o artigo 32 pode ser driblado?
“Um homem é verdadeiramente ético apenas quando obedece sua compulsão para ajudar toda a vida que ele é capaz de assistir, e evita ferir toda a coisa que vive”. A frase muito conhecida e divulgada na causa animal é de Albert Schweitzer que morreu em 1965, e que não era um vegetariano estrito e ele não era contrário a todas as pesquisas com animais. “O que ele destacou foi a responsabilidade: ‘Sob a pressão da necessidade, o homem acaba fazendo distinções, como, por exemplo, quando cai em suas mãos decidir qual entre duas vidas que ele deve sacrificar a fim de preservar a outra. Mas, nesse caso, ele sabe que é o responsável pela vida que é sacrificada.’” (Fonte: Vista-se)
Discussões sobre qual a idade certa de castrar animais, ser a favor ou contra abrigos, ou sobre o abate humanitário, e sobre o que não comer e beber, são questões polêmicas as quais eu sempre respeitei a opinião de todos, apesar de achar que ninguém aprende na porrada, ou com insultos e palavrões, apesar de eu mesma ter muita vontade de as vezes mandar uns e outros para Marte e Saturno e outros lugares, mas que sempre na dúvida, me coloquei na posição do animal; o que seria melhor naquele momento e naquela situação; e ao contrário da celebre frase – Eu também luto por jaulas maiores, pois penso que caso contrário a jaula ficará vazia pela morte dos animais.
“Na história da humanidade, e dos animais também, aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram.” (Charles Darwin)
Vejam também neste link do Fórum Nacional de Proteção e Defesa dos Animais, a necessidade da aprovação da PL 6602, a o qual printei abaixo;