15 de out. de 2014

Cães estigmatizados, agressivos, velhos, mutilados e traumatizados se acumulam pelas baias dos Centros de Controle de Zoonoses, com poucas chances de serem adotados.

Independentemente de como chegaram ao Centro de Zoonoses – abandonados, atropelados, vítimas de maus tratos -, o fato é que eles merecem uma nova chance. “Quando convivemos com esses animais, vemos que eles não são apenas quatro patas com pelos. Desenvolvem laços de amizade e, por que não dizer, de amor. 

O confinamento dos animais parte o coração. Ver o cachorro novamente com uma família, isso não existe dinheiro que pague”, emociona-se Jorge Pereira, apaixonado confesso por cães, e que fez disso sua profissão, e idealizou o Projeto Segunda Chance.

Projeto Segunda Chance

Com o objetivo de agregar qualidades a estes animais, através do treinamento de obediência básica, o Projeto Segunda Chance é a oportunidade de uma vida nova para estes cães, que serão doados já adestrados e bem educados.

Jorge Pereira, é cinotécnico (profissional de adestramento animal) e etólogo (estudioso do comportamento animal). Tem um currículo que inclui mais de 15 cursos sobre adestramento, muitos fora do país. “Através do sistema de recompensa com petisco e carinho, os animais são treinados com exercícios básicos de obediência. Aprendem a ficar junto ao dono, sentar, deitar, rolar, rastejar, dar a pata e não arrastar as pessoas quando estão presos à guia de condução. Vivem realmente uma transformação de comportamento”, afirma Jorge.

Na dinâmica do projeto, todos os funcionários do canil passam por capacitação técnica de manejo e adestramento e participam das aulas de adestramento como professores dos cães, com isso os funcionários recebem capacitação profissional e colaboram com a formação dos alunos. Jorge Pereira repassa as dicas aos funcionários do Centro, que treinam os animais diariamente. São pessoas que têm um carinho excepcional por esses cães e conhecem suas particularidades. Em dois meses de treino, os cachorros já estão prontos para atender eficientemente aos comandos e ser adotados, segundo Jorge Pereira.

O Projeto Segunda Chance é um programa voltado também à ressocialização de cães agressivos. O trabalho permite que sejam recolocados no convívio humano. O programa desenvolvido no Projeto Segunda Chance é amplo. "Fazemos de tudo para que haja o maior número de cães adotados e conscientizamos a comunidade sobre posse responsável"

De cão abandonado a profissional de ajuda a deficientes auditivos, Pitoco, a exemplo de outros cães, tornou-se imprescindível em sua tarefa de oferecer mais liberdade a quem dela precisa. Pitoco, um verdadeiro vira-lata da melhor qualidade – com direito a pelo esfarrapado e orelhas grandes, foi um dos primeiros cãezinhos abrigados no Centro de Controle de Zoonoses de Cubatão a participar do Projeto Segunda Chance, que visa ao adestramento e ressocialização dos animais que vivem no local, e tenham a oportunidade de ganhar um novo lar. 

Ele, entre outras habilidades, reconhece o barulho da campainha, do alarme de incêndio, o choro de uma criança e avisa, imediatamente, com apenas um toque da pata direita, seu amigo humano que não pode ouvir.

E como nunca é tarde para aprender – e isso vale, também para os animais. “Isso é mais uma prova de que animal adulto aprende, assimila e é muito boa companhia”. O adestrador se alegra em poder mudar radicalmente a vida desses animais que estariam fadados a uma longa espera por adoção – e que muitas vezes nem se torna realidade.


Referência internacional

O projeto Segunda Chance tem chamado a atenção não apenas dos que desejam adotar. Este ano, o Centro de Zoonoses de Cubatão recebeu uma visita muito especial de Benhar Flinks, chefe da unidade de polícia com cães da Alemanha. Flinks ficou encantado com a ideia e com as instalações do local, que conta com solário e espaço para correr. 

Benhar já pensa em levar o projeto para centros animais da África do Sul e outros países em desenvolvimento, que também sofrem com a superpopulação de cães abandonados. Para o cinotécnico Jorge Pereira, ações positivas e inclusivas como essa poderiam ser adotadas em canis municipais de todo o Brasil.

Para saber mais sobre o Projeto Segunda Chance, visite a página deles no facebook.

Feliz Dia do Professor a todos que ensinam com o coração e exercem a compaixão!

professor






15 de out. de 2014
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