10 de jun. de 2014
(VÍDEO) Essa é uma daquelas maravilhosas histórias que acontecem na vida real, que além de emocionar, comprova que quem se propõe a ajudar humanos e não-humanos, não se importa com distancias, fronteiras e nem faz distinção entre os seres vivos.
Os quatro torcedores ingleses pretendem levantar fundos que será usado para construir poços de água em uma área pobre do Brasil. A história da ‘Caminhada para a Copa do Mundo’, teve uma reviravolta inesperada quando os meninos foram seguidos por um cão vadio desde o Uruguai.
Quase 2 mil quilômetros em 100 dias. A jornada de quatro jovens ingleses que partiram em caminhada de Mendoza, na Argentina, há cerca de três meses, chegou ao fim neste domingo, em Porto Alegre (RS). Adam Burns, David Bewick, Pete Johnston e Ben Olsen deram início à ‘Walk To The World Cup’, com o objetivo de arrecadar doações a uma instituição britânica que construirá poços artesianos na Bahia, mas acabaram propiciando um emocionado reencontro entre um cão perdido e seu dono.
Quando encontrou por acaso numa estrada da Argentina o grupo de quatro britânicos que faziam uma caminhada de 2000 km até ao Brasil, para assistirem aos jogos da seleção inglesa, o cão começou a segui-los estrada fora e o grupo decidiu então ficar com ele.
O cão, apelidado de Jeferson, era um mestiço de vira-lata com labrador, e uniu-se ao quarteto inglês em Balneário Solís, no litoral uruguaio, há cerca de três semanas e desde então seguiu o grupo em sua longa caminhada, a despeito das tentativas de afugentá-lo. “Eles não quiseram dar comida para ele, justamente para que ele não se apegasse. Só que mesmo assim ele não desgrudava, então eles acharam que o cachorro não tivesse dono”, conta Ana Lúcia Pires, que descobriu a história dos ingleses pela internet e decidiu abrigá-los em Porto Alegre.
Após a grande repercussão da caminhada na imprensa internacional, porém, os ingleses descobriram que Jefferson, na verdade, tinha dono e se chamava Negro. Ignacio Etchitchury, o Nacho, viu as imagens de seu cão espalhadas nas redes sociais e não teve dúvidas: juntou uma muda de roupas e seguiu de carona com um motorista de caminhão até Porto Alegre.
'Negro', que tinha sido rebatizado como 'Jefferson' pelos novos donos, na verdade nem foi adotado pelos ingleses, foi ele que os adotou.
“Ele chegou aqui na sexta-feira, sem ter onde ficar. Aí os meninos (ingleses) entraram em contato comigo, pedindo que eu desse abrigo a ele também. Eu acompanhei toda essa história de perto e é muito emocionante ver esse reencontro”, disse Ana Lúcia, ao ver o choro de Nacho após ter de novo em seus braços o seu cão.
“Assim que eu vi as imagens, eu tinha certeza que era meu Negro. Falei com eles pelo Facebook e me atirei para o Brasil. Um motorista de caminhão, amigo de uma amiga de minha mãe, me deu carona, e um dia e meio depois eu estava aqui”, afirma Nacho, que agora planeja encarar uma nova aventura com seu cão. “Quero comprar uma bicicleta com reboque, para voltar com ele ao Uruguai. Não há pressa”, disse.
O verdadeiro dono, Ignacio Etchitchury, de 24 anos, cria 'Negro', há sete anos, desde que era um filhotinho, e perdeu o animal há cerca de dois meses, na praia de Solís, no litoral da província de Maldonado, no Uruguai, e ficou desesperado. O desespero aumentou à medida que os dias foram passando sem encontrar qualquer rasto do animal. Numa inesperada reviravolta do destino, três semanas depois de ter ficado sem o seu companheiro, Ignacio viu na televisão uruguaia uma reportagem sobre os ingleses que iam a pé até ao Brasil e percebeu, espantado e de novo esperançado, que o cão que acompanhava o grupo era o seu.
Através das redes sociais, o uruguaio entrou em contato com os ingleses e confirmou que o cão era mesmo seu.
Os europeus aceitaram devolvê-lo. O encontro, que emocionou a todos, ocorreu junto ao Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, onde serão realizadas várias partidas do mundial. Para os quatro ingleses, foi com tristeza que se separaram do cão, a quem, além do nome próprio 'Jefferson' tinham dado os apelidos Ramsey Moore, em homenagem a Alf Ramsey e Bobby Moore, respetivamente técnico e capitão da seleção inglesa campeã do mundo de 1966.
Mas ao verem a alegria do cão ao reencontrar Ignacio e o choro copioso deste ao abraçar o cão, tiveram a certeza de estar a fazer a ação certa.
Para entrar em contato ou ajudar o grupo escreva para: walktotheworldcup@gmail.com
Para contribuir para a construção dos poços de água: www.justgiving.com/WalkToTheWorldCup-JdeV