7 de mai. de 2015
Homens agridem onças-pretas durante passeio de barco e vídeo revolta
Um vídeo que mostra dois homens agredindo cruelmente duas onças-pretas durante um passeio de barco está gerando revolta e indignação no Facebook.
As imagens fortes flagram dois homens perseguindo os animais que fogem indefesos. O vídeo tem duração de pouco mais de dois minutos, e, provavelmente, foi filmado pelo homem que dirige o barco. Durante a gravação eles conversam e um incentiva o outro a bater no animal. Por fim um dos animais aparece boiando após pancadas na cabeça e o vídeo chega ao fim.
No vídeo é possível ver duas onças pretas, possivelmente um casal, tentando atravessar o rio até o outro lado da margem, nesse momento o barco se aproxima e um dos ocupantes tenta segurar uma delas pela cauda mas não consegue, em seguida a outra consegue sair da água e corre mata a dentro para escapar da agressão.
Na sequência o grupo avança o barco novamente até o felino e um dos ocupantes que mantém o rosto coberto, desfere golpes com um remo na cabeça do animal. Mesmo dentro da água a onça tenta investir conta a pessoa que está filmando ainda na tentativa fugir, porém os agressores voltam com o barco e desferem inúmeros golpes até que a onça já não reage e boia na água.
O vídeo foi postado nas redes sociais na tentativa de identificar e punir os agressores. Já o Ibama informa que estão trabalhando para identificar e autuar os infratores, inclusive já houve o registro no Sistema Linha Verde de Ouvidoria – SISLIV, onde gerou o protocolo nº 5373/2015 e encaminhado à Coordenação Geral de Fiscalização Ambiental do Ibama – CGFIS, para conhecimento, análise e providências julgadas cabíveis.
A variante negra da onça-pintada é rara. Onças-pretas ocorrem na América do Sul, incluindo vários estados do Brasil e ainda na Venezuela, Paraguai, Peru, Guiana e Equador. A forma totalmente preta (chamada de onça-preta ou jaguar-preto) é mais rara que a forma de cor amarelo-acastanhado, representando cerca de 3 % da população de onças e corre risco de extinção. No Brasil a espécie já foi encontrada no estado de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Amazônia e Pará, porém segundo biólogos e pesquisadores, ela pode ser encontrada em várias regiões da América do Sul e também na América Central.
Qualquer informação a respeito dos agressores e do local que aparece no vídeo pode ser denunciado no site do Ibama através da Central de Atendimento Linha Verde no link: www.ibama.gov.br/institucional/fale-conosco ou através do número 0800-618080
O técnico de Informática Fernando Farias, de 19 anos, recebeu o vídeo pelo WhatsApp e compartilhou na página no Facebook “Histórias de Pescadores” que ele administra:
Não há informações de onde o vídeo foi gravado. Alguns internautas, inclusive Fernando, acreditam que ele tenha sido gravado no Pantanal. Contudo, o diretor executivo da ONG SOS Pantanal, Felipe Dias, afirma que, pelas características do rio e pelo sotaque dos agressores, o vídeo não foi gravado no local. Segundo ele, o animal é muito raro na região, ainda mais um casal.
— Pela características do rio correndo sobre pedras com velocidade, este vídeo não foi gravado no Pantanal. Poderia até ser em algum rio que corre em direção ao Pantanal, mas não tenho como afirmar. Porém, o que me chama a atenção para dizer que não é no Pantanal, esta na maneira que as pessoas falam que não é a característica das pessoas da região, pois normalmente quem pilota o barco é da região e é esta pessoa que fala o tempo todo — explicou Felipe ao analisar o vídeo.