12 de jul. de 2014

Em 2008, O ex-Beatle Paul McCartney lançou a "Meat Free Monday" (“Segunda Sem Carne”). Paul escreveu uma carta aos leitores do site GOOP, onde cita o Brasil e explica a campanha (tradução da carta de Paul no final da postagem). Existe também a versão brasileira da campanha “Segunda Sem Carne” (click para conhecer e aderir).

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“Eu apoio a Campanha Liberte-se da Crueldade que busca a proibição global para garantir que os animais não sofram por uma questão de beleza em qualquer lugar do mundo.”  são as palavras de Paul McCartney no site da Cruelty Free Internacional, organização que há mais de 20 anos  tem como com o objetivo de acabar com os testes de cosméticos em animais no mundo.

Em 1991, a BUAV (União Britânica para a Abolição da Vivissecção), que é uma uma ONG centenária, estabeleceu a Coligação Europeia para a Abolição das Experiências com Animais em toda a Europa (ECEAE), com o objetivo de acabar com os testes de cosméticos em animais. Isso desencadeou uma campanha pública e política de ampla divulgação em toda a Europa, e a fundação da Cruelty Free International, e foram estas entidades que conseguiram que os Testes Cosméticos em Animais fossem banidos da União Europeia em 2013. A BUAV para quem não conhece, entre outras coisas infiltra membros em universidades, laboratórios para conseguir documentar os maus-tratos com os animais para conseguir mudar essa triste realidade.

No entanto nenhuma das credenciais ou histórico acima parece ser suficiente para certos radicais brasileiros, que dentre outras discordâncias também não querem permitir que alguns animais sejam salvos aqui no Brasil, conforme propõe a PL 6602/13 (click aqui para assinar a petição)

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Sonia T. Felipe e outros radicais brasileiros, discordam de diversos movimentos pró-animais como a Segunda Sem Carne e a Cruelty Free.

Em artigos intitulados “Livre de crueldade”, a migalha de um direito que deve ser integral, à vida, a filosofa descreve seu ponto de vista, que posso explicar baseada em uma única frase dela;  Os animais não merecem migalhas. Merecem tudo. Como nós”. Não discordo dela  quando diz que nós e que os animais merecemos, mas a forma simplista que faz parecer que nós humanos temos “tudo” e negamos esses direitos aos “animais”. Parece esquecer que a grande parte da humanidade também padece de direitos, sendo subjugada pelos lobbies humanos que destroem o planeta, a humanidade e os animais.

Mas quem sou, para discordar dos ‘Ph.D.’,que se propõe a defender os animais…

Apesar de que discordar todos podemos; veja o caso do Greenpeace fundado em 1971, por 12 pessoas, entre jornalistas e defensores da natureza, depois de algumas ações, e de algumas discordâncias um de seus fundadores se retirou e fundou o Sea Sheppard. Ou seja Paul Watson não ficou só filosofando – saiu a campo para defender os animais do modo que ele entendia ser o correto.

“Ninguém vale pelo que sabe, mas pelo que faz com aquilo que sabe”

(Leonardo Boff)

Mas aqui no Brasil, ‘os discordantes’, não saem a campo para defender os animais da forma que eles consideram correta – eles discordam da atitude de outros, e entre artigos, petições e maledicências, vão minando pequenas conquistas de outros que eles discordam. Conforme podem ver abaixo, pessoas como eu e você que se preocupam em salvar um só animalzinho, não importando se ele está na rua, ou dentro de um laboratório, ou em algum pasto, vamos continuar a sofrer pelos animais, esperando que quaisquer leis possam nos auxiliar a protege-los.O mundo é feito de ações e não de palavras. Ninguém é capaz de mudar a realidade que envolve o movimento sozinho. De nada adianta filosofar e não agir. Os “formadores de opinião” de nada servem sozinhos.

O Bem-estarismo e o Abolicionismo

A primeira prega melhores condições de criação e abate, como é o caso da WSPA, parceira do governo nesse projeto. Sônia Fonseca, presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. Uma das líderes do movimento para que o abate humanitário se tornasse lei em São Paulo, Sônia é categórica: "É claro que não existe forma boa de matar, mas, no momento, o abate humanitário é uma maneira de diminuir um mal que não podemos evitar".

A segunda clama pelo fim da exploração animal.
Nesta última, enquadra-se a entidade do nutricionista George Guimarães, 34, presidente do Veddas Para ele, qualquer ação que vise a melhorar o bem-estar animal tem interesses comerciais e perpetua a exploração, porque cria na população a falsa impressão de que eles têm uma vida digna. "Os animais não têm interesse em serem explorados. Dentro desse cenário, essa ação é contraproducente."

Sônia, do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, rejeita essa divisão entre as ONGs. "No fundo, todos somos abolicionistas. Não tenho pretensão de impedir que as pessoas comam carne. Se isso não é possível no momento, por ora, vamos minimizar o sofrimento dos animais", defende.

O resumo da opera para os radicais é: Se ‘TODOS’ não forem salvos, não importa salvar ou melhorar a vida de ‘ALGUNS’, e por conseguinte não fazem nada por ‘NENHUM’ animal. Com exceção dos 80 ou 90 animais que eles calcularam, por estarem salvando por terem optado por ser algum tipo de “V.1” em suas vidas e dietas.

Parar de comer carne, de usar produtos de origem animal, ou testados em animais, deve ser uma busca pessoal de cada um, e não uma coisa imposta por pessoas que se acham no direito de apontar o dedo a outros que sequer conhecem. Cada um dentro do movimento está em um estágio de evolução, e deve ser respeitado.

Penso que deveríamos nos preocupar mais em nos unir pelo mesmo ideal, do que nos separar em grupos que tem a pretensão de criar uma hierarquia num movimento que é totalmente voluntário.

A Segunda Sem Carne

Um dia por semana sem comer carne pode ajudar a combater o aquecimento global. É o que afirmam os engajados na campanha Meatless Monday (“Segunda sem Carne”), movimento que surgiu nos Estados Unidos em 2003, com o objetivo de incentivar as pessoas a consumir menos carne.

Segundo um estudo da Orga­nização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as emissões de gases de efeito-estufa – como o dióxido de carbono, o metano e o óxido de nitrato –associadas à cadeia de produção da carne representam um quinto das emissões totais mundiais. Cerca de 18% das emissões provêm do desmatamento para a criação de pastagens, do transporte da carne, do processamento industrial do alimento e do sistema digestivo dos bovinos. “Calcula-se que o gado emita 80 milhões de toneladas de gás metano (por gases e fezes) por ano. Este gás, por sua vez, tem potencial térmico 21 vezes maior do que o gás carbônico”, explica o professor do Mes­trado de Gestão Ambiental da Uni­versidade Positivo Maurício Dziedzic.

O impacto de uma ação como essa parece insignificante, mas, se todos os habitantes dos países ricos adotassem a medida, a diferença seria bastante significativa. De acordo com o escritor norte-americano Michael Pollan, autor de O Dilema do Onívoro, a adoção de uma dieta vegetariana durante um dia da semana por toda a população dos Estados Unidos seria o equivalente a tirar 20 milhões de carros da estrada.

E a tradução da carta de Paul MacCartney

“Olá, Goopsters! Olá, Gwyneth!

Ok, aqui vai a história da Segunda Sem Carne. Em 2006, as Nações Unidas emitiram um relatorio que apontou a indústria de alimentos de origem animal como uma das grandes responsáveis pela emissão dos gases do efeito estufa, maior até do que o setor de transportes.

Achei isso interessante particularmente porque as pessoas das Nações Unidas não são vegetarianas e por isso, não poderiam ser acusados de imparciais eles apontaram os seguintes fatos:

  • A indústria de alimentos de origem animal produz gases extremamente perigosos para o futuro do meio-ambiente.
  • Os dois principais desses gases, metano e nitróxido, são considerados mais letais do que o  CO2 (metano é 21 vezes mais poderoso que o CO2 e o Nitróxido é 310 vezes!) então estes dados sugerem que isto está causando uma situação perigosíssima para nós e, mais importante, para as futuras gerações.
  • O metano fica na atmosfera de9 a 15 anos, o Nitróxido fica por 114 anos, na média, e é 296 mais potente que o CO2 – os gases lançados hoje continuarão ativos na degradação do clima por décadas.
  • A indústria de alimentos de origem animal destrói terras: um relatório recente do Greenpeace realizado no maior estado produtor de carne do Brasil descobriu que a produção era responsável por muito mais devastação do que a soja.
  • Um terço dos cereais produzidos, e quase 90% da soja, vai para o alimento de animais, não para a comida dos humanos. Comer menos carne vai liberar muitas terras usadas para agropecuária, o que pode ser revertido no crescimento de árvores, que por sua vez, irão absorver dióxido de carbono da atmosfera.
  • A indústria de alimentos de origem animal destrói a água: é responsável por 8% do uso de água da humanidade. A estimativa é de 634 galões de água potável para produzir 150 gramas de bife. É o mesmo que quatro horas de chuveiro ligado. Para comparação,  a mesma quantidade de tofu precisa de somente 143 galões para ser produzida.
  • A indústria de alimentos de origem animal é uma das maiores causas da poluição da água, principalmente pelos restos animais, antibióticos, hormônios, químicos, fertilizantes e pesticidas usados nos pastos.
  • A indústria da carne deve dobrar sua produção até 2050 então mesmo que diminuam suas emissões em até 50% como prometeram, ainda estaremos na mesma.

Com isso em mente, minha família e eu lançamos a Segunda Sem Carne no Reino-Unido, uma ideia que ganhou o apoio de pessoas como Tom Parker-Bowles, que depois de uma vida inteira denegrindo os vegetarianos, escreveu recentemente em sua coluna no jornal Daily Mail apoiando a causa. Outro apoiador é Al Gore que declarou que iniciativas como a Segunda Sem carne “representam um componente responsável e bem-vindo de uma estratégia abrangente para reduzir o aquecimento global e simultaneamente aumentar a saúde da população.”

Até mesmo algumas escolas já estão fazendo isso no Reino-Unido com algum sucesso. A cidade de Ghent na Bélgica tem a Segunda Sem Carne e, surpreende mente,  São Paulo também, embora o Brasil seja um grande exportador de carne. Na Suécia, o governo agora está rotulando as comida para dar aos consumidores a oportunidade de entender os perigos do consumo indiscriminado de comida e há muitos outros exemplo aparecendo online.

O ponto: muita pessoas estão procurando maneiras de “fazer sua pequena parte” pelo meio-ambiente. Nós reciclamos – algo que jamais teríamos sonhado no passado. Muitas pessoas dirigem em carros híbridos e a maioria das pessoas está percebendo que não podemos deixar essa questão importante para os políticos do mundo. Recentemente, na Conferência do Clima em Copenhagen, esse item nem estava na agenda e então eu acredito novamente que foi deixado para nós, o povo, fazer sua parte.

É incrivelmente fácil tirar um dia da semana, Segunda ou qualquer outro dia, para não comer carne. Quando você pensa nisso, há tantas alternativas, como por exemplo, a comida italiana, tantos pratos que são vegetarianos como os tailandeses e chineses. Só significa que você tem que pensar um pouco sobre o que você comerá naquele dia mas, na verdade, longe de ser um problema, é um desafio divertido.

Tendo sido vegetariano por mais de 30 anos, eu acho muito simples e fácil, gostoso e apreciável.

Então é isso! Na próxima segunda não coma carne e faça sua pequena parte para salvar esse nosso lindo planeta. Para mais informações, ideias e dezenas de receitas sem carne visite o site oficial da Segunda Sem Carne.

Obrigado, Goopsters! Obrigado, Gwyneth!

Rock para todos!

Paul”

1- (Ovolactovegetarianos, Lactovegetarianos, Vegetarianos, Veganos)

12 de jul. de 2014
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