23 de jun. de 2015

Jurassic World pode ser um filme sobre seres humanos matando um monstro criado pelos próprios seres humanos, mas é também um filme que apresenta as verdades inegáveis, do mundo real sobre as relações entre os seres humanos e animais.

Mesmo com toda a ação e ficção, os cineastas sutilmente conseguiram levantar as mesmas questões morais da criação de animais em cativeiro para o entretenimento humano, e por esse motivo está sendo considerado como a paródia de Blackfish, o documentário que mostrou as pessoas a crueldade com os animais, que pode ser melhor explicado se os parques marinhos tivessem o nome de ‘circos marinhos’.

seaworld-blackfish

O trailer do filme começa quando dois adolescentes embarcam em um avião, para conhecer um empreendimento que se utiliza de animais cativos amestrados para o entretenimento humano - uma clara referência ao SeaWorld, só que baseado em uma escala jurássica.

Vários parques temáticos tem sua entrada em forma de aeroporto para simular uma viagem ao desconhecido – e não por mera coincidência o mesmo ambiente de aeroporto e  avião, foi recriado pelo aquário de São Paulo, que também tenta recriar no Brasil os passos do SeaWorld, que durante muitos anos enganou o público com informações falsas sobre o tempo de vida, hábitos e tratamento dado aos animais cativos.

Já é sabido que os seres humanos tem uma propensão a se sentirem atraídos por animais gigantes. Tendo isso em mente os produtores de Jurassic World, apresentam na tela o Mosassauro gigante e o Indominus Rex, os animais são usados para recuperar a atenção dos frequentadores do parque, que estavam cansados das mesmas espécies.

Quando os seres humanos são desprezados, isso é chamado de desumanização, e quando isso acontece aos animais que é igualmente trágico mesmo que não seja nomeado - as pessoas estão tomando conhecimento dessa exploração.

Instituições como o SeaWorld onde os animais são mantidos isolados de seu ambiente natural em detrimento da sua saúde física e mental, não necessita de evidência científica para descrever os sintomas que os horrores do isolamento, podem causar a todo ser vivente, e que merecem mais do que a nossa compaixão para que possam ser libertados.

O isolamento é a falta de comunicação com todos os outros seres vivos. É torturante para os animais e reduz sua vida útil.

No filme o parque tem uma administradora focada somente nos lucros (como se existisse algum administrador de empresa que não tem o lucro como meta final).

E as semelhanças entre Jurassic World e Blackfish, ficam mais evidentes quando o mosassauro faz o truque de molhar sua plateia.

 

 

“Sim, há um pouco de vibração [de ‘Blackfish’] nesta história”, disse Colin Trevorrow, o diretor de “Jurassic World” . Ele diz que os estragos foram causados por uma criatura que cresceu em um ambiente igual ao do SeaWorld. “É  como se fosse a orca de Blackfish ficasse louca, por ter sido alimentada por um guindaste e por nunca saber quem foi sua mãe.”

O monstro transgênico que tem poderes desconhecidos de seus próprios criadores,  parece ter sido criado com algumas gotas de dna humano – já que depois acaba matando por puro esporte.

E porque o parque trata seus animais tão desumanamente, sem considerar suas necessidades, eles se rebelam para destruir tudo que está a seu alcance. É uma lição dura de aprender, que o parque somente será lacrado, depois que inúmeras vidas forem perdidas.

Uma outra questão interessante abordada pelo filme, acontece quando dois homens encontram um brontossauro morrendo no chão; o animal gemendo, sangrando e coberto de arranhões, e com os olhos mais tristes do mundo, conseguem comover os corações mais frios, e eles acabam por se solidarizar com o sofrimento do pobre animal.

E mesmo que não tenhamos a real noção de como era um som de um dinossauro, dessa vez

Os produtores do filme também optaram por se basear em sons reais de porcos, baleias, golfinhos e macacos para criar os efeitos sonoros vistos nos animais fictícios.

A relação de Jurassic World com o documentário Blackfish é mais ainda mais perceptível – quando comparado ao  que o Seaworld faz em desserviço à ciência, e ao bem estar dos animais - pois essa imagem ERRADA, que durante muito tempo foi adorada - é agora absolutamente abominada e desprezada pelo público.

Sem querer ou querendo, Jurassic World abriu desde já, um importante espaço para a continuação da discussão iniciada pelo documentário Blackfish.

Isso sem contar que esse é o entretenimento correto, pois se utiliza de tecnologia e não de performances de animais. Visto em 3D, o filme promete surpreender dentro e fora do cinema, já que agora podemos usar do entretenimento imaginário para discutir os direitos dos animais.

Assista ao trailler.

 

23 de jun. de 2015
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