5 de ago. de 2014

De um lado, a carência de um cão encontrado atropelado na rua e que é o morador mais antigo do canil municipal de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Do outro, um senhor de cabelos brancos, franzino, que foi abandonado pela própria família e reside no asilo público da cidade há anos.

idosos

Esses dois personagens, ambos vítimas de maus-tratos, foram unidos por um projeto chamado de Cão-terapia. A iniciativa utiliza os cães para sociabilizar e fazer fisioterapia com os idosos asilados. Organizada pela prefeitura, através da Vigilância Sanitária, a ação estreou nesta semana e deve ser realizada a cada 15 dias.

— Foi surpreendente e emocionante ver o sorriso dos velhinhos e a alegria dos cães, com os rabinhos balançando — observa Bruna Molz, coordenadora do projeto e chefe de divisão do canil.

Por enquanto, três cachorros estão sendo treinados para realizar o trabalho com os 92 idosos internados no asilo. Os animais escolhidos foram o Veio, o cão idoso citado no começo da reportagem, mais a Flópi e a Branquinha, ambas cadelas que foram abandonadas prenhas e seus filhotes  foram doados, enquanto elas permanecem no canil.

— Nossa ideia é chamar a atenção da população para esses animais, vítimas de maus-tratos, para que sejam adotados. Além disso, vamos tentar adestrar todos e quem sabe, as pessoas vendo eles obedientes e fazendo coisas engraçadinhas, tenham mais vontade de levá-los pra casa — comenta o fisioterapeuta e adestrador André Fröhlich, em reportagem do Zero Hora e foto do arquivo pessoal de André Fröhlich.

Quatro dos 60 cães do Canil estão em treinamento para trabalhar com os 94 moradores da Asan. O fisioterapeuta e adestrador André Fröhlich explica que a escolha ocorre com base no perfil dos animais. “Cães mais ativos aprendem truques com mais facilidade. Os mais calmos são ótimos para socialização.” Fröhlich conta com o suporte do fisioterapeuta da Secretaria Municipal da Saúde, Lucas Correa, conforme citado no Correio do Povo, e foto de Luiz Fernando Bertuol.

O adestramento ocorre semanalmente, no Canil. Conforme Fröhlich, que atua como voluntário no projeto, a cão-terapia ajuda também os animais, que criam condições de superar traumas. “Alguns não saíam da caixinha de jeito nenhum, como por exemplo a Branquinha. Hoje, ela permite carinho e, na medida em que vai ganhando confiança, interage com as pessoas.” Além da Branquinha, fazem parte do projeto o Pingo, a Flopi e o Véio. “A ideia é que todos os cães passem pelo adestramento, o que facilitaria muito o processo de adoção”, afirma a chefe de divisão do Canil, Bruna Molz.

5 de ago. de 2014
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